CRITICA MUSICAL / MUSICAL CRITIC

21-01-2012
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A arte de estar e simultaneamente não estarOs que dizem que em política não há acasos, que se desiludam porque os há. Ontem, depois de abandonar a impressionante assembleia-geral do SPGL e ao voltar para o festival de cinema Indie, dou de caras com o Luis Fazenda. Logo o coloquei entre a "espada e a parede" e já sabem qual foi a resposta. Os militantes do BE que estão no SPGL não contam. Nem para o SPGL nem, aparentemente, para o BE. Melhor: para a direcção do SPGL contam muito porque lhes permitem mostrar (tentar não custa...) como aquela direcção é "ampla", "dialogante" e aberta às diferentes tendências. Vai daí que recebo um telefonema, e depois mais outro, e o resto da história já conhecem: notícia falsa que pôs os cabelos em pé aos "aparteniks" do PS, e de outros, na província. Não esteve felizmente online muitas horas porque decidi, ao contrário do que tinha dito ao telemóbel (já!), ir até à Cinco de Outobro, não para gritar contra a ministra, porque esta não vai lá com gritos, mas para saudar os autores da moção que pelo telefone alguém me disse que tinha sido aprovada pela assembleia-geral do SPGL. Depois de cinco minutos (menos!) de conversa com o Joaquim Pegarete percebi que tinha sido induzido num tremendo erro. Procura o carro que estava algures na Avenida da República, ruma em direcção ao Fórum Lisboa onde os computadores já tinham sido desligados, explica à menina da recepção que há qualquer coisa de urgente a tratar na net, e é lançado o "desmentido", aqui neste blog. Pela primeira vez (o que os leitores mandam por e-mail, mesmo que não apareça o nome de quem enviou, é evidentemente da responsabilidade deles).Bom... Já não tive cabeça para ir assistir a mais uma sessão de cinema, melhor, tentei mas saí passado cinco minutos, e rumo a casa. E não é que ao passar junto ao Largo do Rato vejo o Luis Fazenda à porta de um restaurante-cervejaria? Que raio andará o Fazenda aqui a fazer, interroguei-me, mas logo me lembrei que umas das sedes do BE é na antiga sede da UDP, ali junto ao palacete do PS.- Ei, gritei do carro, péra aí que já-í vou.Demorei 2 ou 3 minutos, talvez um pouco mais, até encontrar um lugar e chegar à porta cervejaria mas quando lá cheguei o Fazenda não estava à porta.- Estupôr, pensei, entrando. Lá dentro estava o Fazenda numa mesa onde, com dois que não reconheci, estava a Helena Pinto. Era a prova dos nove perfeita mas lembrei-me que os dois para mim desconhecidos poderiam não ser do BE. A Helena Pinto sorriu cordialmente, os outros dois ficaram sisudos e aparentemente tensos, e eu pedi ao Fazenda dois minutos para conversarmos a sós. - Dois minutos, pois estou a falar com estas pessoas. Então o filme foi bom?- Diz-me uma coisa, pá - o filme não era para ali chamado - tu disseste-me que vocês não estão no SPGL, ou que só lá têm 3 militantes, e que não são importantes (esta tem a sua piada), mas os sócios dizem-me que vocês estão lá de armas e bagagens.- Eu acho mal não terem aceite a tua moção, já sabes disso...- Não a terem aceite é um problema mais deles que meu. O que eu quero saber é qual o papel do BE no meio de tudo isto.- Percebe uma coisa, pá. No BE não existe centralismo democrático. Por isso tens de compreender que não podemos impedir os militantes de base de estarem onde entendem que devem estar. - Acho muito bem que não exista centralismo democrático no BE, retorqui não me impressionando com a eficácia do argumento, mas tens de perceber que a ministra da educação estava moribunda, era a chacota da imprensa e a anedota do país, e vocês ao assinarem o "memorando" não só lhe deram vida como a investiram de respeitabilidade.- Ó Sílvio (esta é curiosa porque o Luís continua a tratar-me pelo nome do meu pai que ele não admira particularmente), pá! O SPGL não conta nada. É o sindicato do centro, o do Nogueira, que controla tudo. - Não é nada! O Nogueira só está lá porque PC não ia deixar um "reformista" ser o rosto da Fenprof (por um lado ainda bem, porque o Avelãs não é melhor que o Nogueira e do Nogueira sabemos o que esperar porque é a correia de transmissão directa do PC). O SPGL é o maior sindicato de professores do país e vocês estão a colaborar num entendimento da treta que está a tramar os professores e sobretudo a credibilizar uma ex-morta. Por outro lado andam aí com um movimento de professores contra o entendimento... Vocês estão dentro do SPGL e do "entendimento", e fora a contestar o mesmo SPGL e o "entendimento". Estás a dar uma no cravo outra na ferradura.- Sílvio: podes estar totalmente à vontade e ter a certeza absoluta que o BE estará incondicionalmente ao lado dos professores. Não acredites em tudo o que te dizem.- Ok, não acredito. Já com o carro em movimento lembrei-me daquilo que me disseram os sócios do SPGL que apresentaram a moção derrotada (a mesma que um idiota qualquer me telefonou a dizer ter tido a maioria dos votos na assembleia-geral dos cento e poucos): o Francisco Louçã tinha dito que o "memorando de entendimento" foi uma "grande vitória dos professores". Eu não ouvi (seria difícil porque eu não vejo televisão e só ouço rádio no carro) mas garantiram-me que ele tinha dito aquilo. Desta vez não estacionei para voltar atrás e pedir mais explicações. Talvez tenham ouvido o Mário Nogueira e o tenham confundido com o Louçã...


A arte de estar e simultaneamente não estarOs que dizem que em política não há acasos, que se desiludam porque os há. Ontem, depois de abandonar a impressionante assembleia-geral do SPGL e ao voltar para o festival de cinema Indie, dou de caras com o Luis Fazenda. Logo o coloquei entre a "espada e a parede" e já sabem qual foi a resposta. Os militantes do BE que estão no SPGL não contam. Nem para o SPGL nem, aparentemente, para o BE. Melhor: para a direcção do SPGL contam muito porque lhes permitem mostrar (tentar não custa...) como aquela direcção é "ampla", "dialogante" e aberta às diferentes tendências. Vai daí que recebo um telefonema, e depois mais outro, e o resto da história já conhecem: notícia falsa que pôs os cabelos em pé aos "aparteniks" do PS, e de outros, na província. Não esteve felizmente online muitas horas porque decidi, ao contrário do que tinha dito ao telemóbel (já!), ir até à Cinco de Outobro, não para gritar contra a ministra, porque esta não vai lá com gritos, mas para saudar os autores da moção que pelo telefone alguém me disse que tinha sido aprovada pela assembleia-geral do SPGL. Depois de cinco minutos (menos!) de conversa com o Joaquim Pegarete percebi que tinha sido induzido num tremendo erro. Procura o carro que estava algures na Avenida da República, ruma em direcção ao Fórum Lisboa onde os computadores já tinham sido desligados, explica à menina da recepção que há qualquer coisa de urgente a tratar na net, e é lançado o "desmentido", aqui neste blog. Pela primeira vez (o que os leitores mandam por e-mail, mesmo que não apareça o nome de quem enviou, é evidentemente da responsabilidade deles).Bom... Já não tive cabeça para ir assistir a mais uma sessão de cinema, melhor, tentei mas saí passado cinco minutos, e rumo a casa. E não é que ao passar junto ao Largo do Rato vejo o Luis Fazenda à porta de um restaurante-cervejaria? Que raio andará o Fazenda aqui a fazer, interroguei-me, mas logo me lembrei que umas das sedes do BE é na antiga sede da UDP, ali junto ao palacete do PS.- Ei, gritei do carro, péra aí que já-í vou.Demorei 2 ou 3 minutos, talvez um pouco mais, até encontrar um lugar e chegar à porta cervejaria mas quando lá cheguei o Fazenda não estava à porta.- Estupôr, pensei, entrando. Lá dentro estava o Fazenda numa mesa onde, com dois que não reconheci, estava a Helena Pinto. Era a prova dos nove perfeita mas lembrei-me que os dois para mim desconhecidos poderiam não ser do BE. A Helena Pinto sorriu cordialmente, os outros dois ficaram sisudos e aparentemente tensos, e eu pedi ao Fazenda dois minutos para conversarmos a sós. - Dois minutos, pois estou a falar com estas pessoas. Então o filme foi bom?- Diz-me uma coisa, pá - o filme não era para ali chamado - tu disseste-me que vocês não estão no SPGL, ou que só lá têm 3 militantes, e que não são importantes (esta tem a sua piada), mas os sócios dizem-me que vocês estão lá de armas e bagagens.- Eu acho mal não terem aceite a tua moção, já sabes disso...- Não a terem aceite é um problema mais deles que meu. O que eu quero saber é qual o papel do BE no meio de tudo isto.- Percebe uma coisa, pá. No BE não existe centralismo democrático. Por isso tens de compreender que não podemos impedir os militantes de base de estarem onde entendem que devem estar. - Acho muito bem que não exista centralismo democrático no BE, retorqui não me impressionando com a eficácia do argumento, mas tens de perceber que a ministra da educação estava moribunda, era a chacota da imprensa e a anedota do país, e vocês ao assinarem o "memorando" não só lhe deram vida como a investiram de respeitabilidade.- Ó Sílvio (esta é curiosa porque o Luís continua a tratar-me pelo nome do meu pai que ele não admira particularmente), pá! O SPGL não conta nada. É o sindicato do centro, o do Nogueira, que controla tudo. - Não é nada! O Nogueira só está lá porque PC não ia deixar um "reformista" ser o rosto da Fenprof (por um lado ainda bem, porque o Avelãs não é melhor que o Nogueira e do Nogueira sabemos o que esperar porque é a correia de transmissão directa do PC). O SPGL é o maior sindicato de professores do país e vocês estão a colaborar num entendimento da treta que está a tramar os professores e sobretudo a credibilizar uma ex-morta. Por outro lado andam aí com um movimento de professores contra o entendimento... Vocês estão dentro do SPGL e do "entendimento", e fora a contestar o mesmo SPGL e o "entendimento". Estás a dar uma no cravo outra na ferradura.- Sílvio: podes estar totalmente à vontade e ter a certeza absoluta que o BE estará incondicionalmente ao lado dos professores. Não acredites em tudo o que te dizem.- Ok, não acredito. Já com o carro em movimento lembrei-me daquilo que me disseram os sócios do SPGL que apresentaram a moção derrotada (a mesma que um idiota qualquer me telefonou a dizer ter tido a maioria dos votos na assembleia-geral dos cento e poucos): o Francisco Louçã tinha dito que o "memorando de entendimento" foi uma "grande vitória dos professores". Eu não ouvi (seria difícil porque eu não vejo televisão e só ouço rádio no carro) mas garantiram-me que ele tinha dito aquilo. Desta vez não estacionei para voltar atrás e pedir mais explicações. Talvez tenham ouvido o Mário Nogueira e o tenham confundido com o Louçã...

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