A lição irlandesa

01-06-2020
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O "milagre" económico irlandês que os nossos liberais não se cansam de elogiar foi hoje severamente punido nas urnas, incluindo os trabalhistas que foram - e bem - reduzidos a menos de 10%.

E porquê? Pelo costume: um choque de austeridade assimétrica (como é sempre) que levou a taxas de crescimento de 7% mas que afundou o Estado Social, duplicou a pobreza infantil, o SNS irlandês está caótico e com as maiores filas de espera desde a sua criação, as desigualdades salariais dispararam e 8 em cada 10 irlandeses sentem que o fosso entre ricos e pobres se alargou (fonte: edição europeia do site 'Politico').

Que os socialistas e trabalhistas não se afirmem como alternativa neste contexto só demonstra a falência da sua acção em muitos países, participando activamente nos programas da direita e no falso "realismo" dos ortodoxos. Muitos queriam empurrar-nos para isso em Portugal e a recusa do PS em participar nesse centrão liberal pastoso é a causa do desnorte da direita e da histeria organizada de alguns círculos mediáticos.

Preferiam-nos "responsáveis" e cumpridores dos seus programas, ou seja, cultores de uma sepultura ideológica e eleitoral. Lamentamos desapontá-los.


O "milagre" económico irlandês que os nossos liberais não se cansam de elogiar foi hoje severamente punido nas urnas, incluindo os trabalhistas que foram - e bem - reduzidos a menos de 10%.

E porquê? Pelo costume: um choque de austeridade assimétrica (como é sempre) que levou a taxas de crescimento de 7% mas que afundou o Estado Social, duplicou a pobreza infantil, o SNS irlandês está caótico e com as maiores filas de espera desde a sua criação, as desigualdades salariais dispararam e 8 em cada 10 irlandeses sentem que o fosso entre ricos e pobres se alargou (fonte: edição europeia do site 'Politico').

Que os socialistas e trabalhistas não se afirmem como alternativa neste contexto só demonstra a falência da sua acção em muitos países, participando activamente nos programas da direita e no falso "realismo" dos ortodoxos. Muitos queriam empurrar-nos para isso em Portugal e a recusa do PS em participar nesse centrão liberal pastoso é a causa do desnorte da direita e da histeria organizada de alguns círculos mediáticos.

Preferiam-nos "responsáveis" e cumpridores dos seus programas, ou seja, cultores de uma sepultura ideológica e eleitoral. Lamentamos desapontá-los.

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