Insuspeito: Jogo perigoso

30-06-2011
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Ao acrescentar duas "notas pessoais" ao seu editorial no Boletim da Câmara Municipal de Lagos deste mês, o presidente Júlio Barroso passou das marcas.O facto de, no post scriptum do Boletim Municipal, Júlio Barroso chegar ao ponto de insinuar que pessoas sérias e honradas são aquelas que, por estes dias, lhe têm manifestado a sua solidariedade e repulsa pelo que têm visto e ouvido, não fica bem ao presidente de Câmara de todos os lacobrigenses nem ao provedor da Misericórdia.Não fica bem a ninguém.Então e aquelas que não o fizeram, por algum motivo (pessoal, político ou por indiferença), serão, por isso, menos sérias e honradas?Nenhum motivo de ordem pessoal justifica a utilização do Boletim Municipal para o contra-ataque aos fantasmas cabalísticos que devem estar a perturbar o espírito do presidente. Nenhum!Mesmo que isso afecte a imagem e a confiança que muitos, certamente, nele depositaram, não o devia ter feito. Ao fazê-lo, o presidente da Câmara esquece-se que está obrigado por lei, e por ética pessoal e política, à necessária separação de cargos - o de presidente e o de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lagos.Pelos vistos, não bastou ao presidente, por sua iniciativa, ter puxado para uma das últimas reuniões do Executivo Municipal o documento que a Mesa Administrativa da Misericórdia difundiu para a comunicação social a propósito da investigação ao financiamento do Lar Raínha D. Leonor e da sua constituição como arguido no processo judicial, alegadamente, em curso.Não. Júlio Barroso foi mais longe.Não só não percebeu que esse é um assunto que só a ele, à Misericórdia e ao Ministério Público importa. Que é um assunto de Justiça e não um assunto da Câmara ou do seu presidente.Também perdeu - o que é grave - a noção das distâncias a que está obrigado a cumprir entre os cargos que ocupa o que o leva para o campo do jogo perigoso e da promiscuidade.No essencial, Júlio Barroso agiu como se de um dono da Câmara e da Misericórdia se tratasse. Não como alguém que, circunstancialmente, desempenha os cargos de presidente e de provedor.E quando assim é... não dá para encolher os ombros. Que é dizer, para o árbitro fingir que não viu.

Ao acrescentar duas "notas pessoais" ao seu editorial no Boletim da Câmara Municipal de Lagos deste mês, o presidente Júlio Barroso passou das marcas.O facto de, no post scriptum do Boletim Municipal, Júlio Barroso chegar ao ponto de insinuar que pessoas sérias e honradas são aquelas que, por estes dias, lhe têm manifestado a sua solidariedade e repulsa pelo que têm visto e ouvido, não fica bem ao presidente de Câmara de todos os lacobrigenses nem ao provedor da Misericórdia.Não fica bem a ninguém.Então e aquelas que não o fizeram, por algum motivo (pessoal, político ou por indiferença), serão, por isso, menos sérias e honradas?Nenhum motivo de ordem pessoal justifica a utilização do Boletim Municipal para o contra-ataque aos fantasmas cabalísticos que devem estar a perturbar o espírito do presidente. Nenhum!Mesmo que isso afecte a imagem e a confiança que muitos, certamente, nele depositaram, não o devia ter feito. Ao fazê-lo, o presidente da Câmara esquece-se que está obrigado por lei, e por ética pessoal e política, à necessária separação de cargos - o de presidente e o de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lagos.Pelos vistos, não bastou ao presidente, por sua iniciativa, ter puxado para uma das últimas reuniões do Executivo Municipal o documento que a Mesa Administrativa da Misericórdia difundiu para a comunicação social a propósito da investigação ao financiamento do Lar Raínha D. Leonor e da sua constituição como arguido no processo judicial, alegadamente, em curso.Não. Júlio Barroso foi mais longe.Não só não percebeu que esse é um assunto que só a ele, à Misericórdia e ao Ministério Público importa. Que é um assunto de Justiça e não um assunto da Câmara ou do seu presidente.Também perdeu - o que é grave - a noção das distâncias a que está obrigado a cumprir entre os cargos que ocupa o que o leva para o campo do jogo perigoso e da promiscuidade.No essencial, Júlio Barroso agiu como se de um dono da Câmara e da Misericórdia se tratasse. Não como alguém que, circunstancialmente, desempenha os cargos de presidente e de provedor.E quando assim é... não dá para encolher os ombros. Que é dizer, para o árbitro fingir que não viu.

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