Não tinha compromissos com ninguém e o seu discurso contra a corrente recolheu não só o apoio do Bloco de Esquerda como de outros sectores da esquerda, e provavelmente até de muitos militantes do próprio PS, que então apoiava Mário Soares.
Manuel Alegre surge agora como um candidato acorrentado – ao seu partido e ao Bloco de Esquerda, um dos principais opositores do seu PS. Encontrar um discurso adequado e que não zangue nenhum dos parceiros não é, assim, uma tarefa fácil para Manuel Alegre – não há muito mais do que a defesa do serviço de saúde público e da escola pública, que Alegre vem repetindo há meses.
Mas quando entrou mesmo na campanha, o candidato apoiado pelo PS e pelo BE preferiu entrar noutro terreno de jogo, tentando atingir com alguns estilhaços Cavaco Silva. Primeiro com o caso BPN. Agora com o episódio da vigilância a Belém.
No fundo, Alegre parece querer atacar mais o actual presidente em questões de carácter pessoal do que com argumentos políticos. Uma linha de ataque que não agrada ao próprio PS, até porque se enquadra naquilo que o próprio líder do partido chamou “assassinatos de carácter”.
Que, como se sabe, não renderam muito à oposição no passado – Sócrates perdeu a maioria, mas foi reeleito. E poderão também não render ao candidato do milhão de votos.
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Não tinha compromissos com ninguém e o seu discurso contra a corrente recolheu não só o apoio do Bloco de Esquerda como de outros sectores da esquerda, e provavelmente até de muitos militantes do próprio PS, que então apoiava Mário Soares.
Manuel Alegre surge agora como um candidato acorrentado – ao seu partido e ao Bloco de Esquerda, um dos principais opositores do seu PS. Encontrar um discurso adequado e que não zangue nenhum dos parceiros não é, assim, uma tarefa fácil para Manuel Alegre – não há muito mais do que a defesa do serviço de saúde público e da escola pública, que Alegre vem repetindo há meses.
Mas quando entrou mesmo na campanha, o candidato apoiado pelo PS e pelo BE preferiu entrar noutro terreno de jogo, tentando atingir com alguns estilhaços Cavaco Silva. Primeiro com o caso BPN. Agora com o episódio da vigilância a Belém.
No fundo, Alegre parece querer atacar mais o actual presidente em questões de carácter pessoal do que com argumentos políticos. Uma linha de ataque que não agrada ao próprio PS, até porque se enquadra naquilo que o próprio líder do partido chamou “assassinatos de carácter”.
Que, como se sabe, não renderam muito à oposição no passado – Sócrates perdeu a maioria, mas foi reeleito. E poderão também não render ao candidato do milhão de votos.