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27-11-2014
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Entrevista dura

João Semedo e Catarina Martins: "Não tem sido fácil"

29-11-2013

A dupla que lidera o Bloco de Esquerda acaba de fazer um ano à frente do partido. Garantem que não sentem o fantasma de Francisco Louçã

Por António José Vilela e Fernando Esteves

João Semedo e Catarina Martins garantem que nunca se zangaram. Na sua óptica, quem se zanga são os casais – e eles não são um casal. Ainda na ressaca da pesada derrota eleitoral nas autárquicas de 29 de Setembro, os dois garantem que nunca pensaram em demitir-se. Porque o Bloco de Esquerda (BE) é “um colectivo”. E “no colectivo” os indivíduos tendem a diluir-se.

As duas pessoas que lideram o BE são muito diferentes [veja isso mesmo no vídeo]. Semedo é mais calmo e reflexivo; Catarina é mais enérgica e combativa. Durante os 71 minutos da entrevista, defenderam, cada um à sua maneira, que o partido não está órfão de Francisco Louçã e que ainda é cedo para medir os resultados da sua liderança.

Passou um ano desde que lideram o Bloco e, a avaliar pelos resultados das autárquicas, isto está a correr mesmo mal, certo?

CM – A vida não tem sido fácil, estamos a viver um momento muito complicado no País e o BE teve um mau resultado nas eleições autárquicas, onde tradicionalmente tem maus resultados. Não ficámos satisfeitos porque significa que não ultrapassámos o problema da implementação local.

O que é que não fizeram para ultrapassar isso? O que é que fizeram mal?

CM – Já prevíamos que as autárquicas fossem muito complicadas. Em 2009, depois de termos 600 mil votos nas legislativas, passados 15 dias tivemos 150 mil para as autárquicas. Agora avançámos com dirigentes nacionais a concorrerem às autárquicas [João Semedo foi o cabeça-de-lista derrotado à Câmara Municipal de Lisboa] e apostámos que as eleições autárquicas eram uma forma de penalizar, de querer uma mudança deste Governo da troika.

Pois, mas o único derrotado à esquerda foi o Bloco.

JS – Tivemos maus resultados e fomos derrotados. Mas temos de ser um pouco mais profundos na leitura: com os nossos votos contribuímos para a estrondosa derrota dos candidatos do PSD e do CDS. Há muitos anos que somos o partido que mais se bateu por uma coligação anti-Jardim e essa coligação concretizou-se e foi vitoriosa no Funchal. Nós queremos ter parte dessa vitória. Em segundo lugar, nós prescindimos de candidaturas nossas em favor de listas de cidadãos que tiveram bons resultados. Em Coimbra, por exemplo, a lista de cidadania teve mais eleitos municipais e elegeu até um vereador.

Isso é muito pouco.

JS – Espere, agora vou à outra parte. Julgo que falhámos porque nós não somos vistos aos olhos dos eleitores como uma alternativa real à disputa da presidência das autarquias.

Carregue na foto seguinte para ler mais.

Entrevista dura

João Semedo e Catarina Martins: "Não tem sido fácil"

29-11-2013

A dupla que lidera o Bloco de Esquerda acaba de fazer um ano à frente do partido. Garantem que não sentem o fantasma de Francisco Louçã

Por António José Vilela e Fernando Esteves

João Semedo e Catarina Martins garantem que nunca se zangaram. Na sua óptica, quem se zanga são os casais – e eles não são um casal. Ainda na ressaca da pesada derrota eleitoral nas autárquicas de 29 de Setembro, os dois garantem que nunca pensaram em demitir-se. Porque o Bloco de Esquerda (BE) é “um colectivo”. E “no colectivo” os indivíduos tendem a diluir-se.

As duas pessoas que lideram o BE são muito diferentes [veja isso mesmo no vídeo]. Semedo é mais calmo e reflexivo; Catarina é mais enérgica e combativa. Durante os 71 minutos da entrevista, defenderam, cada um à sua maneira, que o partido não está órfão de Francisco Louçã e que ainda é cedo para medir os resultados da sua liderança.

Passou um ano desde que lideram o Bloco e, a avaliar pelos resultados das autárquicas, isto está a correr mesmo mal, certo?

CM – A vida não tem sido fácil, estamos a viver um momento muito complicado no País e o BE teve um mau resultado nas eleições autárquicas, onde tradicionalmente tem maus resultados. Não ficámos satisfeitos porque significa que não ultrapassámos o problema da implementação local.

O que é que não fizeram para ultrapassar isso? O que é que fizeram mal?

CM – Já prevíamos que as autárquicas fossem muito complicadas. Em 2009, depois de termos 600 mil votos nas legislativas, passados 15 dias tivemos 150 mil para as autárquicas. Agora avançámos com dirigentes nacionais a concorrerem às autárquicas [João Semedo foi o cabeça-de-lista derrotado à Câmara Municipal de Lisboa] e apostámos que as eleições autárquicas eram uma forma de penalizar, de querer uma mudança deste Governo da troika.

Pois, mas o único derrotado à esquerda foi o Bloco.

JS – Tivemos maus resultados e fomos derrotados. Mas temos de ser um pouco mais profundos na leitura: com os nossos votos contribuímos para a estrondosa derrota dos candidatos do PSD e do CDS. Há muitos anos que somos o partido que mais se bateu por uma coligação anti-Jardim e essa coligação concretizou-se e foi vitoriosa no Funchal. Nós queremos ter parte dessa vitória. Em segundo lugar, nós prescindimos de candidaturas nossas em favor de listas de cidadãos que tiveram bons resultados. Em Coimbra, por exemplo, a lista de cidadania teve mais eleitos municipais e elegeu até um vereador.

Isso é muito pouco.

JS – Espere, agora vou à outra parte. Julgo que falhámos porque nós não somos vistos aos olhos dos eleitores como uma alternativa real à disputa da presidência das autarquias.

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