O Acidental: A maldição de Sócrates

02-07-2011
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Divirto-me cada vez mais com o que se está a passar à esquerda na corrida para as presidenciais. Pelas minhas contas, depois da entrada do poeta Alegre, vamos já em seis candidatos mais ou menos vermelhos, se incluirmos Garcia Pereira do PCTP, Jerónimo de Sousa do PCP, Francisco Louçã do Bloco de Esquerda - e ainda aquela senhora do POUS de que não me lembro agora o nome. O mais engraçado é que tudo isto começou com José Sócrates e a máquina do PS a adiantarem-se no terreno, acreditando que poderiam fazer esquecer com o lançamento do tema presidencial e do candidato Mário Soares alguns acidentes de percurso e as promessas não cumpridas - desde logo, o aumento dos impostos. O erro de casting foi crasso: se há coisa que a candidatura de Manuel Alegre prova é que Mário Soares nem o PS consegue unir, quanto mais a esquerda. Soares não só lançou a confusão interna no seu partido de origem, como a estendeu ao PCP - com Saramago e Carvalho da Silva a apoiarem dois candidatos, posição que de tão bizarra nem merece comentário - e, feito maior, ao próprio Bloco de Esquerda, hoje finalmente um melting pot à vista de todos. Como alguém escrevia esta semana, julgo que no "Expresso", nem no próprio Bloco levam a sério a candidatura de Francisco Louçã: depois de o inefável funcionário da Fundação Soares - vulgo Fernando Rosas - aparecer sentado na primeira fila da candidatura oficial do PS, Medeiros Ferreira parece ter convencido a sua companheira de lides bloguísticas no Bicho Carpinteiro e Joana Amaral Dias ascendeu subitamente a ninfa juvenil do patriarca socialista - desculpem o tom algo poético, porque a ex-deputada do BE é, na verdade, a mandatária para a juventude de Mário Soares. Tudo isto - não se riam ainda, por favor - perante o evidente nervosismo de bloquistas já consagrados como o ex-barnabita Daniel Oliveira e o também jovem deputado João Teixeira Lopes, que se multiplicaram em comentários pouco abonatórios para a ilustre camarada. A situação à esquerda é trágica, mas não deixa de ser cómica. [PPM]

Divirto-me cada vez mais com o que se está a passar à esquerda na corrida para as presidenciais. Pelas minhas contas, depois da entrada do poeta Alegre, vamos já em seis candidatos mais ou menos vermelhos, se incluirmos Garcia Pereira do PCTP, Jerónimo de Sousa do PCP, Francisco Louçã do Bloco de Esquerda - e ainda aquela senhora do POUS de que não me lembro agora o nome. O mais engraçado é que tudo isto começou com José Sócrates e a máquina do PS a adiantarem-se no terreno, acreditando que poderiam fazer esquecer com o lançamento do tema presidencial e do candidato Mário Soares alguns acidentes de percurso e as promessas não cumpridas - desde logo, o aumento dos impostos. O erro de casting foi crasso: se há coisa que a candidatura de Manuel Alegre prova é que Mário Soares nem o PS consegue unir, quanto mais a esquerda. Soares não só lançou a confusão interna no seu partido de origem, como a estendeu ao PCP - com Saramago e Carvalho da Silva a apoiarem dois candidatos, posição que de tão bizarra nem merece comentário - e, feito maior, ao próprio Bloco de Esquerda, hoje finalmente um melting pot à vista de todos. Como alguém escrevia esta semana, julgo que no "Expresso", nem no próprio Bloco levam a sério a candidatura de Francisco Louçã: depois de o inefável funcionário da Fundação Soares - vulgo Fernando Rosas - aparecer sentado na primeira fila da candidatura oficial do PS, Medeiros Ferreira parece ter convencido a sua companheira de lides bloguísticas no Bicho Carpinteiro e Joana Amaral Dias ascendeu subitamente a ninfa juvenil do patriarca socialista - desculpem o tom algo poético, porque a ex-deputada do BE é, na verdade, a mandatária para a juventude de Mário Soares. Tudo isto - não se riam ainda, por favor - perante o evidente nervosismo de bloquistas já consagrados como o ex-barnabita Daniel Oliveira e o também jovem deputado João Teixeira Lopes, que se multiplicaram em comentários pouco abonatórios para a ilustre camarada. A situação à esquerda é trágica, mas não deixa de ser cómica. [PPM]

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