Ícaro quis voar cada vez mais alto

07-12-2014
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O mito de Ícaro é sobejamente conhecido. Com asas de penas e cera, construídas pelo pai para fugirem de Creta, Ícaro quis voar cada vez mais alto. Ignorou os conselhos do pai para não voar demasiado perto do sol. As asas derreteram e Ícaro caiu no mar, afogando-se.

O mito é, entre outras coisas, um aviso contra a ambição desmesurada de quem arrisca tudo, tudo arriscando perder.

No português popular, variações do provérbio “quanto mais alto se sobe maior é a queda” têm conotações similares.

Recordo o mito e o provérbio a propósito das desventuras da reforma do mapa judiciário e dos problemas com o sistema informático CITIUS. Sei bem que uma migração de um sistema informático exige cuidadoso planeamento e é uma operação de alto risco. Um bom planeamento obriga a uma solução de “fall-back”, ou seja, se a migração não tiver sucesso, é reposto o sistema antigo, o que poderá não ter sido viável neste caso. Portanto, são ominosos os resultados obtidos até aqui.

Acresce que alguns profissionais da justiça criticam a reforma, entre outras coisas pelo impacto da mesma na vida dos cidadãos, particularmente no interior do país.

Independentemente de se concordar ou não com a dita reforma, parece certo que era ambiciosa – a maior reforma na justiça dos últimos 200 anos, nas palavras da Ministra da Justiça –. Tal como Ícaro, a ministra e os responsáveis pela reforma, subvalorizaram os riscos que tinham sido apontados, nomeadamente em relação à aplicação informática. E tal como Ícaro, a ministra, os responsáveis e a própria aplicação da justiça em Portugal estão em risco de soçobrar devido a este voo irreflectido.

Desculpas era o mínimo que se podia exigir e fez bem a ministra em as ter pedido. Mas provavelmente não bastará ….

O mito de Ícaro é sobejamente conhecido. Com asas de penas e cera, construídas pelo pai para fugirem de Creta, Ícaro quis voar cada vez mais alto. Ignorou os conselhos do pai para não voar demasiado perto do sol. As asas derreteram e Ícaro caiu no mar, afogando-se.

O mito é, entre outras coisas, um aviso contra a ambição desmesurada de quem arrisca tudo, tudo arriscando perder.

No português popular, variações do provérbio “quanto mais alto se sobe maior é a queda” têm conotações similares.

Recordo o mito e o provérbio a propósito das desventuras da reforma do mapa judiciário e dos problemas com o sistema informático CITIUS. Sei bem que uma migração de um sistema informático exige cuidadoso planeamento e é uma operação de alto risco. Um bom planeamento obriga a uma solução de “fall-back”, ou seja, se a migração não tiver sucesso, é reposto o sistema antigo, o que poderá não ter sido viável neste caso. Portanto, são ominosos os resultados obtidos até aqui.

Acresce que alguns profissionais da justiça criticam a reforma, entre outras coisas pelo impacto da mesma na vida dos cidadãos, particularmente no interior do país.

Independentemente de se concordar ou não com a dita reforma, parece certo que era ambiciosa – a maior reforma na justiça dos últimos 200 anos, nas palavras da Ministra da Justiça –. Tal como Ícaro, a ministra e os responsáveis pela reforma, subvalorizaram os riscos que tinham sido apontados, nomeadamente em relação à aplicação informática. E tal como Ícaro, a ministra, os responsáveis e a própria aplicação da justiça em Portugal estão em risco de soçobrar devido a este voo irreflectido.

Desculpas era o mínimo que se podia exigir e fez bem a ministra em as ter pedido. Mas provavelmente não bastará ….

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