Outra vez as bombas de Israel contra escolas da ONU em Gaza

07-12-2014
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O bombardeamento persistente de escolas da ONU em Gaza, pelo exército israelita, bem como de outros lugares de refúgio da população, não é um ocasional crime de guerra: é um padrão. Os comandos militares consideram que pode atacar qualquer alvo, em qualquer circunstância. Contei recentemente a história de uma conversa com o Embaixador de Israel, no seu gabinete em Lisboa, que me disse que estavam dispostos a executar extra-judicialmente qualquer líder palestiniano, em qualquer momento e em qualquer lugar do mundo. É um padrão.

Na verdade, esta lei de excepção pode atingir qualquer pessoa. A ONU deve recordar o assassinato de Folke Bernadotte, o diplomata sueco que fora indigitado pelo Conselho de Segurança para intermediário entre as duas partes da primeira guerra na Palestina (novembro 1947-maio 1948). Bernadotte era um negociador prestigiado, por ter conseguido a libertação de dezenas de milhares de pessoas dos campos nazis, incluindo, em abril de 1945, de centenas de judeus dinamarqueses presos em Theresienstadt. No exercício do mandato da ONU, apresentou propostas que procuravam aproximar os dois campos: uma União que representasse os dois povos ou dois Estados independentes, garantindo que Jerusalém tivesse o estatuto de cidade internacional aberta a todas as religiões.

Foi assassinado a 17 de setembro de 1948 pelo comando Lehi, por decisão de Yitzhak Shamir, que viria mais tarde a ser primeiro-ministro de Israel. A história é contada em todo o detalhe pelos historiadores, incluindo historiadores israelitas (ou, por exemplo, J. Bowyer Bell, 1996, Terror Out of Zion: The Fight for Israeli Independence, Transaction Publishers, pp. 336-340, ou aqui) e reconhecida pelos protagonistas.

Em nome de Israel, Shimon Peres pediu perdão em 1995 por este crime, numa sessão solene com a presença do primeiro-ministro da Suécia. Foi preciso que passassem 47 anos.

A ONU pode protestar. Pode denunciar o crime de guerra. Mas nunca pode dizer que não sabia.

O bombardeamento persistente de escolas da ONU em Gaza, pelo exército israelita, bem como de outros lugares de refúgio da população, não é um ocasional crime de guerra: é um padrão. Os comandos militares consideram que pode atacar qualquer alvo, em qualquer circunstância. Contei recentemente a história de uma conversa com o Embaixador de Israel, no seu gabinete em Lisboa, que me disse que estavam dispostos a executar extra-judicialmente qualquer líder palestiniano, em qualquer momento e em qualquer lugar do mundo. É um padrão.

Na verdade, esta lei de excepção pode atingir qualquer pessoa. A ONU deve recordar o assassinato de Folke Bernadotte, o diplomata sueco que fora indigitado pelo Conselho de Segurança para intermediário entre as duas partes da primeira guerra na Palestina (novembro 1947-maio 1948). Bernadotte era um negociador prestigiado, por ter conseguido a libertação de dezenas de milhares de pessoas dos campos nazis, incluindo, em abril de 1945, de centenas de judeus dinamarqueses presos em Theresienstadt. No exercício do mandato da ONU, apresentou propostas que procuravam aproximar os dois campos: uma União que representasse os dois povos ou dois Estados independentes, garantindo que Jerusalém tivesse o estatuto de cidade internacional aberta a todas as religiões.

Foi assassinado a 17 de setembro de 1948 pelo comando Lehi, por decisão de Yitzhak Shamir, que viria mais tarde a ser primeiro-ministro de Israel. A história é contada em todo o detalhe pelos historiadores, incluindo historiadores israelitas (ou, por exemplo, J. Bowyer Bell, 1996, Terror Out of Zion: The Fight for Israeli Independence, Transaction Publishers, pp. 336-340, ou aqui) e reconhecida pelos protagonistas.

Em nome de Israel, Shimon Peres pediu perdão em 1995 por este crime, numa sessão solene com a presença do primeiro-ministro da Suécia. Foi preciso que passassem 47 anos.

A ONU pode protestar. Pode denunciar o crime de guerra. Mas nunca pode dizer que não sabia.

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