VALE A PENA LUTAR !: O sofista Flores

24-01-2012
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Moita Flores, que na passada semana prestou declarações em tribunal, foi desmascarado: afinal o que reiteradamente escreveu sobre as vítimas, difamando-as, era mentira. Interrogado corajosamente por José Maria Martins, foi obrigado a reconhecer, nome após nome, que não conhecia nenhuma das muitas crianças abusadas sexualmente. E no entanto permitiu-se afirmar que os miúdos eram bandidos da pior espécie…Confirma-se, assim, o que, em resposta a um ataque que me dirigiu, escrevi há um ano no Correio da Manhã, sob o título "O sofista Flores": "(...) É uma pena que o personagem se encontre em tão avançado estado de decomposição. Começou, em Novembro de 2002, por se colocar incondicionalmente ao lado das vítimas da barbárie. Então, o único arguido de que se falava era o Bibi, e Moita escreveu um artigo clamando por justiça e elogiando o autor destas linhas, Catalina Pestana e os que dirigiam a investigação.Tempos depois, porém, mudava de azimute e entregou-se à tarefa de atacar a investigação. Um dos ataques mais violentos às crianças vitimadas partiu da sua prestativa caneta e Flores pôde ficar-se a rir, grosseiro, porque os miúdos não têm quem lhe exija responsabilidades. Lamento que o professor que tanto admirava tenha soçobrado ante a necessidade de se mostrar útil aos poderosos. Quem quiser estudar a sabujice e adulação tem que ler o tratado que Moita escreveu sob a forma de carta a Ferro Rodrigues. Nesse documento, junto aos autos, Flores desnuda-se e o que se vê indigna até as pedras da calçada(...)". Agora, o Dr. josé Maria Martins escreveu no seu blogue um texto que não resisto a transcrever: Domingo, Outubro 22, 2006A "coltura" e a "ética" do dinheiro Parece que o dinheiro compra tudo: cavalos , parelhas e montes. Arisóofanes, um escritor grego , produziu uma das mais belas obras sobre a riqueza, o poder do dinheiro, obra denominada "Pluto", que em grego quer dizer dinheiro e riqueza. Escreveu ele, num dado momento dessa obra, pondo em diálogo dois escravos e ele próprio:"Pluto - Que dizes tu? É por minha causa que lhe fazem sacrifícios?Crémilo - É o que te digo. E por Zeus, se há alguma coisa de brilhante, belo e agradável aos homens, é graças a ti que acontece. Tudo está submetido à riqueza.Carião - Eu, por exemplo sou escravo por causa de meia dúzia de patacos, eu que antes era livre.Crémilo - E dizem que as prostitutas de Corinto quando um pobre , por acaso, as tenta, nem sequer lhe prestam atenção. Mas se é um rico , logo lhe oferecem o cu."Ora, caros amigos, isto está hoje, quase 2.500 anos depois, igual. O Dr. Moita Flores é co-autor de um livro sobre o escândalo sexual do Estado Novo, o aproveitamento de grandes senhores do regime da miséria de prostitutas e das filhas menores, que eram vendidas para o prazer dos valentões, ministros, banqueiros, padres e quejandos. Escreve Moita Flores ( e Felicia Cabrita) num dado passo da obra "Ballet Rose", pondo em diálogo o agente da PJ , o Afonso , a quem foi distribuido o processo e que estava aflito, com o inspector da PJ , o doutor Josue , que lho mandou investigar:" - Vossa Excelência leu nos nomes que constam da informação?- Li - Respondeu , imperturbável.- Desculpe , eu sei que não é da minha conta, mas Vossa Excelência não acha que estamos a ir longe de mais? Há aqui nomes que são referências do regime, gente importante , poderosa. Não sei, senhor inspector!O inspector Josué decidiu olhá-lo de frente.-Está com medo?-É muito perigoso, senhor doutor, e eu só tenho este emprego. Não sei fazer mais nada! - balbuciou, nervoso.Fechou a caneta e olhou distraído para a janela. A pergunta colheu Afonso de surpresa.- Tem filhos, Afonso?-Desculpe, não percebi...-Perguntei-lhe se tem filhos!-Não , por acaso não - gaguejou.- É pena . Talvez compreendesse melhor porque é que não podemos ficar de braços cruzados! - De repente as palavras tornaram-se metálicas - Quero descobrir tudo. Homens, mulheres, crianças. Quero aí preto no branco, quem dorme com mulheres, quem se deita com as miúdas, quanto pagam, onde o fazem e, sobretudo, perceber!...Afonso estava desorientado.-Perceber?!...-Perceber o prazer que alguém pode ter em prostituir crianças. Crianças, agente Afonso. Não lhe causa repugnância?-Sim, claro. -Então cumpra o seu dever ." Bom, a verdade é que tudo isto é hoje igual. Mudam-se os tempos mudam-se as vontades. A choldra é a mesma. Os "senhores de qualquer regime" só clamam por justiça quando não são eles a estar na corda bamba. Os escribas são sempre a voz do dono: de Pluto. Antes e hoje."


Moita Flores, que na passada semana prestou declarações em tribunal, foi desmascarado: afinal o que reiteradamente escreveu sobre as vítimas, difamando-as, era mentira. Interrogado corajosamente por José Maria Martins, foi obrigado a reconhecer, nome após nome, que não conhecia nenhuma das muitas crianças abusadas sexualmente. E no entanto permitiu-se afirmar que os miúdos eram bandidos da pior espécie…Confirma-se, assim, o que, em resposta a um ataque que me dirigiu, escrevi há um ano no Correio da Manhã, sob o título "O sofista Flores": "(...) É uma pena que o personagem se encontre em tão avançado estado de decomposição. Começou, em Novembro de 2002, por se colocar incondicionalmente ao lado das vítimas da barbárie. Então, o único arguido de que se falava era o Bibi, e Moita escreveu um artigo clamando por justiça e elogiando o autor destas linhas, Catalina Pestana e os que dirigiam a investigação.Tempos depois, porém, mudava de azimute e entregou-se à tarefa de atacar a investigação. Um dos ataques mais violentos às crianças vitimadas partiu da sua prestativa caneta e Flores pôde ficar-se a rir, grosseiro, porque os miúdos não têm quem lhe exija responsabilidades. Lamento que o professor que tanto admirava tenha soçobrado ante a necessidade de se mostrar útil aos poderosos. Quem quiser estudar a sabujice e adulação tem que ler o tratado que Moita escreveu sob a forma de carta a Ferro Rodrigues. Nesse documento, junto aos autos, Flores desnuda-se e o que se vê indigna até as pedras da calçada(...)". Agora, o Dr. josé Maria Martins escreveu no seu blogue um texto que não resisto a transcrever: Domingo, Outubro 22, 2006A "coltura" e a "ética" do dinheiro Parece que o dinheiro compra tudo: cavalos , parelhas e montes. Arisóofanes, um escritor grego , produziu uma das mais belas obras sobre a riqueza, o poder do dinheiro, obra denominada "Pluto", que em grego quer dizer dinheiro e riqueza. Escreveu ele, num dado momento dessa obra, pondo em diálogo dois escravos e ele próprio:"Pluto - Que dizes tu? É por minha causa que lhe fazem sacrifícios?Crémilo - É o que te digo. E por Zeus, se há alguma coisa de brilhante, belo e agradável aos homens, é graças a ti que acontece. Tudo está submetido à riqueza.Carião - Eu, por exemplo sou escravo por causa de meia dúzia de patacos, eu que antes era livre.Crémilo - E dizem que as prostitutas de Corinto quando um pobre , por acaso, as tenta, nem sequer lhe prestam atenção. Mas se é um rico , logo lhe oferecem o cu."Ora, caros amigos, isto está hoje, quase 2.500 anos depois, igual. O Dr. Moita Flores é co-autor de um livro sobre o escândalo sexual do Estado Novo, o aproveitamento de grandes senhores do regime da miséria de prostitutas e das filhas menores, que eram vendidas para o prazer dos valentões, ministros, banqueiros, padres e quejandos. Escreve Moita Flores ( e Felicia Cabrita) num dado passo da obra "Ballet Rose", pondo em diálogo o agente da PJ , o Afonso , a quem foi distribuido o processo e que estava aflito, com o inspector da PJ , o doutor Josue , que lho mandou investigar:" - Vossa Excelência leu nos nomes que constam da informação?- Li - Respondeu , imperturbável.- Desculpe , eu sei que não é da minha conta, mas Vossa Excelência não acha que estamos a ir longe de mais? Há aqui nomes que são referências do regime, gente importante , poderosa. Não sei, senhor inspector!O inspector Josué decidiu olhá-lo de frente.-Está com medo?-É muito perigoso, senhor doutor, e eu só tenho este emprego. Não sei fazer mais nada! - balbuciou, nervoso.Fechou a caneta e olhou distraído para a janela. A pergunta colheu Afonso de surpresa.- Tem filhos, Afonso?-Desculpe, não percebi...-Perguntei-lhe se tem filhos!-Não , por acaso não - gaguejou.- É pena . Talvez compreendesse melhor porque é que não podemos ficar de braços cruzados! - De repente as palavras tornaram-se metálicas - Quero descobrir tudo. Homens, mulheres, crianças. Quero aí preto no branco, quem dorme com mulheres, quem se deita com as miúdas, quanto pagam, onde o fazem e, sobretudo, perceber!...Afonso estava desorientado.-Perceber?!...-Perceber o prazer que alguém pode ter em prostituir crianças. Crianças, agente Afonso. Não lhe causa repugnância?-Sim, claro. -Então cumpra o seu dever ." Bom, a verdade é que tudo isto é hoje igual. Mudam-se os tempos mudam-se as vontades. A choldra é a mesma. Os "senhores de qualquer regime" só clamam por justiça quando não são eles a estar na corda bamba. Os escribas são sempre a voz do dono: de Pluto. Antes e hoje."

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