O Tiago procurou perceber numa única posta o voto em branco, o voto nulo e a abstenção, fenómenos demasiado diferentes para que se discutam em simultâneo. O debate é interessante, claro, ainda para mais agora que só os votos brancos e nulos ficaram à frente de duas candidaturas e trezentas mil pessoas confusas e inconsistentes, desprovidas de poder ou de projecto polÃtico, superaram o surpreendente Coelho, o não mais estruturado Defensor Moura e quase com mais votos que o esclarecido camarada Francisco Lopes. O Tiago não compreende que mais de metade dos eleitores não tenha encontrado razões para ir à s urnas no passado domingo e certamente o baralha que pessoas muito diferentes acabem por se expressar da mesma maneira num determinado acto eleitoral, sugerindo resolver o problema à moda do Carlos César, do Daniel Medina ou da generalidade dos regimes militares.
Espantado por qualquer uma das (des)orientações de voto juntar gente com contradições insuperáveis, do “Renato ao monárquico João Távora do Corta-Fitas ou uma parte da Ruptura/FER à s alas mais conservadoras da Igreja”, o Tiago não devia mudar de ideias quanto à obrigatoriedade do voto apenas por estar em pior ou melhor companhia. Da mesma maneira que não me faz nenhuma confusão em estar com a infinita variedade de estados de espÃrito dos 5.417.428 eleitores que não confiou o seu voto a nenhum dos candidatos, o Tiago devia reconsiderar a sua intenção em dar-nos a todos guia de prisão ou multa, não pelas más companhias mas por defender, quero acreditar, a primazia do direito sobre a chibata das obrigações. Melhor do que proibir quem se queira colocar à margem da palhaçada em que se vem tornando o actual sistema polÃtico, alimentado a eleições que de dia para dia se tornam uma farsa cada vez mais insuportável para a maioria absoluta das pessoas, o Tiago e o restantes projectos polÃticos que se submetem a sufrágio deviam antes empenhar-se em convencer quem querem castigar. Sabemos a quantidade de votos que já não é, vá lá, muito democrática, fruto da máfia de caciques que se encarrega de deturpar cada uma das escolhas que fizemos desde o 25 de Abril, mas querer pela lei da lei superar incompetências ou clamorosos erros polÃticos é que me parece peregrino.
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O Tiago procurou perceber numa única posta o voto em branco, o voto nulo e a abstenção, fenómenos demasiado diferentes para que se discutam em simultâneo. O debate é interessante, claro, ainda para mais agora que só os votos brancos e nulos ficaram à frente de duas candidaturas e trezentas mil pessoas confusas e inconsistentes, desprovidas de poder ou de projecto polÃtico, superaram o surpreendente Coelho, o não mais estruturado Defensor Moura e quase com mais votos que o esclarecido camarada Francisco Lopes. O Tiago não compreende que mais de metade dos eleitores não tenha encontrado razões para ir à s urnas no passado domingo e certamente o baralha que pessoas muito diferentes acabem por se expressar da mesma maneira num determinado acto eleitoral, sugerindo resolver o problema à moda do Carlos César, do Daniel Medina ou da generalidade dos regimes militares.
Espantado por qualquer uma das (des)orientações de voto juntar gente com contradições insuperáveis, do “Renato ao monárquico João Távora do Corta-Fitas ou uma parte da Ruptura/FER à s alas mais conservadoras da Igreja”, o Tiago não devia mudar de ideias quanto à obrigatoriedade do voto apenas por estar em pior ou melhor companhia. Da mesma maneira que não me faz nenhuma confusão em estar com a infinita variedade de estados de espÃrito dos 5.417.428 eleitores que não confiou o seu voto a nenhum dos candidatos, o Tiago devia reconsiderar a sua intenção em dar-nos a todos guia de prisão ou multa, não pelas más companhias mas por defender, quero acreditar, a primazia do direito sobre a chibata das obrigações. Melhor do que proibir quem se queira colocar à margem da palhaçada em que se vem tornando o actual sistema polÃtico, alimentado a eleições que de dia para dia se tornam uma farsa cada vez mais insuportável para a maioria absoluta das pessoas, o Tiago e o restantes projectos polÃticos que se submetem a sufrágio deviam antes empenhar-se em convencer quem querem castigar. Sabemos a quantidade de votos que já não é, vá lá, muito democrática, fruto da máfia de caciques que se encarrega de deturpar cada uma das escolhas que fizemos desde o 25 de Abril, mas querer pela lei da lei superar incompetências ou clamorosos erros polÃticos é que me parece peregrino.