Do patriotismo

10-07-2011
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Sou dos que não canta “A Portuguesa”. O meu hino, aquele cântico em que valorizo cada palavra, que entoo com toda a força e que me faz sentir fazer parte de um todo composto por quem comigo canta, sempre foi a “Internacional”. A luta contra a exploração e por uma sociedade mais justa, livre e democrática deve fazer-se sem fronteiras com os povos e camaradas de todas as pátrias.

Contudo, tal como não partilho a ideia que qualquer regime que se diga socialista representa um avanço, não acredito na tese negrista que todo e qualquer política que retire poderes aos estados-nação seja um passo adiante para o socialismo.

Nos últimos anos, a par da progressiva perda de poderes dos Estados europeus, emergem entidades abstractas e sem rosto que condicionam, ou melhor, impõem as medidas políticas fundamentais (ECOFIN, agências de rating ou FMI) de cada um dos governos. Se os governos são entidades objectivas que se sujeitam ao voto popular, estes organismos supra-nacionais descentram o ponto de conflito e, sobretudo, tornam-no imaterial.

Na Europa, defender que o centro de decisão se mantenha nas instituições democraticamente eleitas pelos povos de cada um dos Estados membros, é condição essencial para a determinação de objectos políticos e dos centros de luta. Assim sendo, no actual contexto, não me surpreende que a candidatura de Francisco Lopes à presidência da república se apresente como patriótica e de esquerda – tal como a de Jerónimo de Sousa há 5 anos, e também não me surpreende que o reinante e mediático anti-comunismo primário tente, até ao absurdo, confundir esta ideia com as dos movimentos nacionalistas e racistas que emergem por toda a Europa.

Sou dos que não canta “A Portuguesa”. O meu hino, aquele cântico em que valorizo cada palavra, que entoo com toda a força e que me faz sentir fazer parte de um todo composto por quem comigo canta, sempre foi a “Internacional”. A luta contra a exploração e por uma sociedade mais justa, livre e democrática deve fazer-se sem fronteiras com os povos e camaradas de todas as pátrias.

Contudo, tal como não partilho a ideia que qualquer regime que se diga socialista representa um avanço, não acredito na tese negrista que todo e qualquer política que retire poderes aos estados-nação seja um passo adiante para o socialismo.

Nos últimos anos, a par da progressiva perda de poderes dos Estados europeus, emergem entidades abstractas e sem rosto que condicionam, ou melhor, impõem as medidas políticas fundamentais (ECOFIN, agências de rating ou FMI) de cada um dos governos. Se os governos são entidades objectivas que se sujeitam ao voto popular, estes organismos supra-nacionais descentram o ponto de conflito e, sobretudo, tornam-no imaterial.

Na Europa, defender que o centro de decisão se mantenha nas instituições democraticamente eleitas pelos povos de cada um dos Estados membros, é condição essencial para a determinação de objectos políticos e dos centros de luta. Assim sendo, no actual contexto, não me surpreende que a candidatura de Francisco Lopes à presidência da república se apresente como patriótica e de esquerda – tal como a de Jerónimo de Sousa há 5 anos, e também não me surpreende que o reinante e mediático anti-comunismo primário tente, até ao absurdo, confundir esta ideia com as dos movimentos nacionalistas e racistas que emergem por toda a Europa.

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