Foi com profunda emoção que retirei esta foto belíssima da edição online do semanário SOL. Retrata um veterano soviético celebrando o fim da II Guerra Mundial, que como se sabe, ocorreu no dia 8 de Maio de 1945.Recordei idêntica data do ano de 1987. Moscovo: na praça situada em frente ao Teatro Bolshoi, dezenas de veteranos, de ambos os sexos, deambulam em círculos, empunhando cartazes com inscrições. Procuram familiares ou amigos desaparecidos desde a guerra. Ano após ano, com a mesma perseverança com que derrotaram a besta nazi e nos libertaram da barbárie, comparecem no local. Por vezes reencontram-se e tive a felicidade de presenciar um desses momentos.O nosso povo diz que a conversa é como as cerejas. E eu acrescento que as imagens também. Porque ao ver o herói da foto, recordei-me de Simão, comunista português, asassinado pelo fascismo no campo de concentração do Tarrafal. E da sua Teresa, amada companheira, que incapaz de aceitar o desaparecimento súbito de Simão, descobriu, 50 anos depois as razões por que não valeria a pena continuar a empunhar a esperança de o encontrar com vida.Esta história, real, pode ser lida no mais recente livro de José Casanova, "O Tempo das Giestas".
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Foi com profunda emoção que retirei esta foto belíssima da edição online do semanário SOL. Retrata um veterano soviético celebrando o fim da II Guerra Mundial, que como se sabe, ocorreu no dia 8 de Maio de 1945.Recordei idêntica data do ano de 1987. Moscovo: na praça situada em frente ao Teatro Bolshoi, dezenas de veteranos, de ambos os sexos, deambulam em círculos, empunhando cartazes com inscrições. Procuram familiares ou amigos desaparecidos desde a guerra. Ano após ano, com a mesma perseverança com que derrotaram a besta nazi e nos libertaram da barbárie, comparecem no local. Por vezes reencontram-se e tive a felicidade de presenciar um desses momentos.O nosso povo diz que a conversa é como as cerejas. E eu acrescento que as imagens também. Porque ao ver o herói da foto, recordei-me de Simão, comunista português, asassinado pelo fascismo no campo de concentração do Tarrafal. E da sua Teresa, amada companheira, que incapaz de aceitar o desaparecimento súbito de Simão, descobriu, 50 anos depois as razões por que não valeria a pena continuar a empunhar a esperança de o encontrar com vida.Esta história, real, pode ser lida no mais recente livro de José Casanova, "O Tempo das Giestas".