Beirute 82

14-08-2015
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Do primeiro debate entre os candidatos presidenciais Francisco Lopes e Fernando Nobre, ficam expressões para a posterioridade. Como nos filmes épicos, há falas que não nos saem da cabeça. Fernando Nobre não teria direito a um papel no Casablanca mas estaria, certamente, no panteão da comédia.

Durante todo o programa, insistiu no carácter independente da sua candidatura. De uma forma arrogante, arremeteu contra tudo o que cheirasse a partidos e tentou mascarar a sua acção política com a sua biografia pessoal. Visivelmente nervoso, não conseguiu esconder o seu apoio a Durão Barroso e à candidatura do PSD à Câmara Municipal de Cascais e a sua simpatia por Mário Soares. Estava lá Francisco Lopes para o recordar.

Como estava lá Francisco Lopes para recordar a sua posição em relação ao Orçamento de Estado e ao Serviço Nacional de Saúde. Mas o que fica mesmo para a história são as respostas de Fernando Nobre. Acusando Francisco Lopes de nunca ter conhecido o sofrimento da guerra, a pobreza extrema e os desastres naturais, dançou entre a Madre Teresa de Calcutá e o Chuck Norris.

Começou com o ter criado dezenas de empregos através das suas organizações sociais chegando a perguntar quantos havia criado Francisco Lopes. Sobre o Serviço Nacional de Saúde assegurou que tinha autoridade para falar porque é médico. Depois vestiu-se de missionário e reivindicou ter abraçado crianças que lhe morreram nos braços. Mas, sem dúvida, uma das melhores foi quando disse: “Eu estive em Beirute em 1982”. Ainda todos esperávamos que despisse a camisola para mostrar as cicatrizes de guerra e a tatuagem Beirute 82 quando reclamou que também sofrera com a ditadura. Nascido numa “província ultramarina”, Fernando Nobre estava a estudar na Bélgica quando se deu a Revolução de Abril. Mas só entrou no País no Verão de 1975, com medo que algo lhe sucedesse por causa do serviço militar. Como só regressou quando começou o princípio do afogamento deste país, ninguém ficou a perceber se, afinal, sofreu com a ditadura ou se sofreu com a revolução.

Questões colaterais à parte, a fala da noite saiu da boca de Francisco Lopes no momento em que a Judite de Sousa não lhe deu o minuto a que tinha direito. Já ia a jornalista lançada para a conclusão do debate e consequentes despedidas quando Francisco Lopes interrompe: “E o meu minuto? Quero o meu minuto”. E porque quem luta sempre alcança, teve o seu minuto.

Do primeiro debate entre os candidatos presidenciais Francisco Lopes e Fernando Nobre, ficam expressões para a posterioridade. Como nos filmes épicos, há falas que não nos saem da cabeça. Fernando Nobre não teria direito a um papel no Casablanca mas estaria, certamente, no panteão da comédia.

Durante todo o programa, insistiu no carácter independente da sua candidatura. De uma forma arrogante, arremeteu contra tudo o que cheirasse a partidos e tentou mascarar a sua acção política com a sua biografia pessoal. Visivelmente nervoso, não conseguiu esconder o seu apoio a Durão Barroso e à candidatura do PSD à Câmara Municipal de Cascais e a sua simpatia por Mário Soares. Estava lá Francisco Lopes para o recordar.

Como estava lá Francisco Lopes para recordar a sua posição em relação ao Orçamento de Estado e ao Serviço Nacional de Saúde. Mas o que fica mesmo para a história são as respostas de Fernando Nobre. Acusando Francisco Lopes de nunca ter conhecido o sofrimento da guerra, a pobreza extrema e os desastres naturais, dançou entre a Madre Teresa de Calcutá e o Chuck Norris.

Começou com o ter criado dezenas de empregos através das suas organizações sociais chegando a perguntar quantos havia criado Francisco Lopes. Sobre o Serviço Nacional de Saúde assegurou que tinha autoridade para falar porque é médico. Depois vestiu-se de missionário e reivindicou ter abraçado crianças que lhe morreram nos braços. Mas, sem dúvida, uma das melhores foi quando disse: “Eu estive em Beirute em 1982”. Ainda todos esperávamos que despisse a camisola para mostrar as cicatrizes de guerra e a tatuagem Beirute 82 quando reclamou que também sofrera com a ditadura. Nascido numa “província ultramarina”, Fernando Nobre estava a estudar na Bélgica quando se deu a Revolução de Abril. Mas só entrou no País no Verão de 1975, com medo que algo lhe sucedesse por causa do serviço militar. Como só regressou quando começou o princípio do afogamento deste país, ninguém ficou a perceber se, afinal, sofreu com a ditadura ou se sofreu com a revolução.

Questões colaterais à parte, a fala da noite saiu da boca de Francisco Lopes no momento em que a Judite de Sousa não lhe deu o minuto a que tinha direito. Já ia a jornalista lançada para a conclusão do debate e consequentes despedidas quando Francisco Lopes interrompe: “E o meu minuto? Quero o meu minuto”. E porque quem luta sempre alcança, teve o seu minuto.

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