Francisco Lopes usa BPN para atacar Cavaco Silva

24-09-2015
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Redação / HB

VÍDEO: Debate Cavaco Silva-Francisco Lopes

Francisco Lopes e Cavaco Silva apresentaram-se esta terça-feira como os candidatos à Presidência da República mais distantes no espectro político. O candidato apoiado pela direita acusou o primeiro de não medir as palavras relativamente às críticas aos mercados. O da esquerda acusou o actual Presidente de ser «a voz» destes e criticou o seu papel em «cobrir» a fraude do BPN com o erário público.«Em quatro dias foi combinado entre o Governo, a Assembleia da República e o Presidente da República a publicação daquele decreto para cobrir a fraude que foi realizada por Oliveira Costa à frente desse banco [BPN]», disse Francisco Lopes, em resposta a Cavaco, que salientara antes a importância da «cooperação estratégica» com o Executivo.Descrevendo o antigo banqueiro como «ex-colaborador de Cavaco Silva e financiador da sua campanha nas últimas eleições legislativas», Francisco Lopes sublinhou que esta «medida significou até agora 5 mil milhões do erário público».«Aqui está um exemplo de cooperação estratégica contra os interesses nacionais», ironizou. «Eu não usaria o poder de promulgação no caso, por exemplo, para apropriar os prejuízos do BPN, como o fez o Presidente da República».Durante o debate, Cavaco Silva não se referiu a este tema (só diria depois do frente-a-frente que fez o que lhe competia ), preferindo passar a recordar algumas das medidas que tomou quando era primeiro-ministro, como a criação do «14º mês para os pensionistas», a «integração dos trabalhadores agrícolas no sistema de segurança social» ou até a responsabilidade pela vinda da Autoeuropa para Portugal. «Quando saí do Governo a dívida externa de Portugal era zero», apontou ainda, dizendo que «hoje a dívida externa é aquilo que abafa totalmente o país».Cavaco Silva sublinhou que é necessário evitar a entrada do FMI em Portugal e que o «Governo desenvolva acções necessárias» para evitá-lo. Se isso não acontecer, o candidato admitiu que o Executivo «de alguma forma falhou».Dada a palavra a Francisco Lopes, este passou novamente ao ataque. «Quem assume as responsabilidades de Portugal estar na cauda da Europa?», questionou, frisando: «O povo português não esquece que foi Cavaco Silva que nos disse nos anos 90 que Portugal iria integrar o pelotão da frente da UE».O candidato apoiado pelo PCP salientou depois o papel que o actual Presidente teve na viabilização do Orçamento do Estado para 2011, considerando que nos cortes que vão ser impostos «estará lá a marca de Cavaco Silva».Cavaco sublinhou a necessidade do país ter um Orçamento como a única forma de evitar uma crise política. «Quem quiser defender mais desemprego para os trabalhadores portugueses e mais pobres pode continuar a defender que nós não devíamos ter orçamento e devíamos ter uma crise política durante sete meses, um Governo de gestão que não pode tomar decisões».O actual presidente criticou ainda o radicalismo de quem ataca os mercados nesta altura. «Deus nos livre de um Presidente da República que não mede as palavras», disse.Francisco Lopes respondeu que «não há maior radicalismo e ilusão do que aceitar a chantagem sobre as finanças e o país por parte dos mercados e dos especuladores».Afirmando que «o grande argumento para a chantagem relativamente à aprovação do Orçamento» foi «o tinha que ser», porque senão «continuava a especulação», deixou estas dúvidas no ar: «Mas a especulação não continuou? Não há hoje mesmo uma agência de rating que diz que vai descer a cotação de Portugal?».

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Francisco Lopes e Cavaco Silva apresentaram-se esta terça-feira como os candidatos à Presidência da República mais distantes no espectro político. O candidato apoiado pela direita acusou o primeiro de não medir as palavras relativamente às críticas aos mercados. O da esquerda acusou o actual Presidente de ser «a voz» destes e criticou o seu papel em «cobrir» a fraude do BPN com o erário público.«Em quatro dias foi combinado entre o Governo, a Assembleia da República e o Presidente da República a publicação daquele decreto para cobrir a fraude que foi realizada por Oliveira Costa à frente desse banco [BPN]», disse Francisco Lopes, em resposta a Cavaco, que salientara antes a importância da «cooperação estratégica» com o Executivo.Descrevendo o antigo banqueiro como «ex-colaborador de Cavaco Silva e financiador da sua campanha nas últimas eleições legislativas», Francisco Lopes sublinhou que esta «medida significou até agora 5 mil milhões do erário público».«Aqui está um exemplo de cooperação estratégica contra os interesses nacionais», ironizou. «Eu não usaria o poder de promulgação no caso, por exemplo, para apropriar os prejuízos do BPN, como o fez o Presidente da República».Durante o debate, Cavaco Silva não se referiu a este tema (só diria depois do frente-a-frente que fez o que lhe competia ), preferindo passar a recordar algumas das medidas que tomou quando era primeiro-ministro, como a criação do «14º mês para os pensionistas», a «integração dos trabalhadores agrícolas no sistema de segurança social» ou até a responsabilidade pela vinda da Autoeuropa para Portugal. «Quando saí do Governo a dívida externa de Portugal era zero», apontou ainda, dizendo que «hoje a dívida externa é aquilo que abafa totalmente o país».Cavaco Silva sublinhou que é necessário evitar a entrada do FMI em Portugal e que o «Governo desenvolva acções necessárias» para evitá-lo. Se isso não acontecer, o candidato admitiu que o Executivo «de alguma forma falhou».Dada a palavra a Francisco Lopes, este passou novamente ao ataque. «Quem assume as responsabilidades de Portugal estar na cauda da Europa?», questionou, frisando: «O povo português não esquece que foi Cavaco Silva que nos disse nos anos 90 que Portugal iria integrar o pelotão da frente da UE».O candidato apoiado pelo PCP salientou depois o papel que o actual Presidente teve na viabilização do Orçamento do Estado para 2011, considerando que nos cortes que vão ser impostos «estará lá a marca de Cavaco Silva».Cavaco sublinhou a necessidade do país ter um Orçamento como a única forma de evitar uma crise política. «Quem quiser defender mais desemprego para os trabalhadores portugueses e mais pobres pode continuar a defender que nós não devíamos ter orçamento e devíamos ter uma crise política durante sete meses, um Governo de gestão que não pode tomar decisões».O actual presidente criticou ainda o radicalismo de quem ataca os mercados nesta altura. «Deus nos livre de um Presidente da República que não mede as palavras», disse.Francisco Lopes respondeu que «não há maior radicalismo e ilusão do que aceitar a chantagem sobre as finanças e o país por parte dos mercados e dos especuladores».Afirmando que «o grande argumento para a chantagem relativamente à aprovação do Orçamento» foi «o tinha que ser», porque senão «continuava a especulação», deixou estas dúvidas no ar: «Mas a especulação não continuou? Não há hoje mesmo uma agência de rating que diz que vai descer a cotação de Portugal?».

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