Da Literatura: DAS MÄRCHEN

26-01-2012
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Sobre o fiasco de Das Märchen — ópera de Emmanuel Nunes a partir do texto homónimo de Goethe — já escreveu quem viu. Nanja eu. Amigos que foram à estreia dizem que dois terços dos espectadores abandonaram São Carlos antes do fim (mais de metade até ao intervalo). E, segundo os jornais, nas transmissões simultâneas do espectáculo para catorze salas pelo país fora, a debandada foi geral. Outra coisa não seria de esperar como reacção àquilo que António Pinho Vargas compara (e muito bem) à transmissão “em directo [de] um jogo de xadrez”. Até aqui, nenhuma novidade. Mas o Público dá hoje uma notícia extraordinária: o musicólogo Mário Vieira de Carvalho, secretário de Estado da Cultura, assistiu a parte do espectáculo em Faro, no Teatro Lethes. Mas só a parte do espectáculo, porque «por razões de agenda, não pude ficar até ao fim» (e que na sala, no início da transmissão, estariam setenta pessoas). Razões de agenda? Numa sexta-feira à noite? A propósito: porque será que nenhum jornal se preocupou em ir saber quanto custou a operação Emmanuel Nunes? Nos meios em geral bem informados, com infiltrações na Ajuda e no Largo de São Carlos (oh, se as paredes do Belcanto falassem!), quatro milhões de euros é o número apontado nas versões benévolas, e quatro milhões de euros é muito dinheiro em qualquer país do mundo, mesmo nos países ricos, ainda para mais se pensarmos que essa verba não incluirá a encomenda propriamente dita. Pode ser que seja especulação anti-Pires. Claro que pode. Mas o assunto é assim tão desinteressante que nenhum jornal pegue nele?Etiquetas: Arte, Media, Política nacional

Sobre o fiasco de Das Märchen — ópera de Emmanuel Nunes a partir do texto homónimo de Goethe — já escreveu quem viu. Nanja eu. Amigos que foram à estreia dizem que dois terços dos espectadores abandonaram São Carlos antes do fim (mais de metade até ao intervalo). E, segundo os jornais, nas transmissões simultâneas do espectáculo para catorze salas pelo país fora, a debandada foi geral. Outra coisa não seria de esperar como reacção àquilo que António Pinho Vargas compara (e muito bem) à transmissão “em directo [de] um jogo de xadrez”. Até aqui, nenhuma novidade. Mas o Público dá hoje uma notícia extraordinária: o musicólogo Mário Vieira de Carvalho, secretário de Estado da Cultura, assistiu a parte do espectáculo em Faro, no Teatro Lethes. Mas só a parte do espectáculo, porque «por razões de agenda, não pude ficar até ao fim» (e que na sala, no início da transmissão, estariam setenta pessoas). Razões de agenda? Numa sexta-feira à noite? A propósito: porque será que nenhum jornal se preocupou em ir saber quanto custou a operação Emmanuel Nunes? Nos meios em geral bem informados, com infiltrações na Ajuda e no Largo de São Carlos (oh, se as paredes do Belcanto falassem!), quatro milhões de euros é o número apontado nas versões benévolas, e quatro milhões de euros é muito dinheiro em qualquer país do mundo, mesmo nos países ricos, ainda para mais se pensarmos que essa verba não incluirá a encomenda propriamente dita. Pode ser que seja especulação anti-Pires. Claro que pode. Mas o assunto é assim tão desinteressante que nenhum jornal pegue nele?Etiquetas: Arte, Media, Política nacional

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