Há quatro ou cinco dias ficámos todos a saber que o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas suspendeu a publicação online do Dicionário Cronológico de Autores Portugueses. O Francisco José Viegas até já deu notícia do facto. Procurei informar-me, ouvi três versões, e de todas fiquei com a sensação de gato escondido com rabo de fora. Duas revelam leviandade e outra prepotência. Há três meses escrevi O SEU A SEU DONO, dando conta do que me parecia, e parece, um «abuso». A saber, o insert de inexactidões em verbetes «limpos». Dou um exemplo corriqueiro: 1. um dos autores do DCAP redigiu (digamos: há cinco anos) o verbete biobibliográfico de determinado autor; 2. o volume a que esse verbete corresponde (digamos: autores nascidos entre 1941-1950) permanece inédito; 3. um denominado Centro de Documentação de Autores Portugueses, que suponho ser um departamento do IPLB, ao invés de actualizar, como lhe compete, a bibliografia do referido autor (pois passaram, digamos, cinco anos), «arredonda» a prosa do autor do verbete com futilidades; 4. em consequência, o que era exacto deixa de o ser. Foi para isto que chamei a atenção. Agora parece que alguém se irritou com um verbete online. E o coro que essa irritação provocou chegou ao céu. Não sei de que lado está a razão. Apenas sei que desapareceu uma fonte de consulta indispensável, porque os volumes impressos são só seis, e param em 1940 (o VII aguarda impressão há anos). Apesar do seu carácter parcelar, balizado por critérios atrabiliários, aquilo que a web mostrava do DCAP era melhor do que nada.
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Há quatro ou cinco dias ficámos todos a saber que o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas suspendeu a publicação online do Dicionário Cronológico de Autores Portugueses. O Francisco José Viegas até já deu notícia do facto. Procurei informar-me, ouvi três versões, e de todas fiquei com a sensação de gato escondido com rabo de fora. Duas revelam leviandade e outra prepotência. Há três meses escrevi O SEU A SEU DONO, dando conta do que me parecia, e parece, um «abuso». A saber, o insert de inexactidões em verbetes «limpos». Dou um exemplo corriqueiro: 1. um dos autores do DCAP redigiu (digamos: há cinco anos) o verbete biobibliográfico de determinado autor; 2. o volume a que esse verbete corresponde (digamos: autores nascidos entre 1941-1950) permanece inédito; 3. um denominado Centro de Documentação de Autores Portugueses, que suponho ser um departamento do IPLB, ao invés de actualizar, como lhe compete, a bibliografia do referido autor (pois passaram, digamos, cinco anos), «arredonda» a prosa do autor do verbete com futilidades; 4. em consequência, o que era exacto deixa de o ser. Foi para isto que chamei a atenção. Agora parece que alguém se irritou com um verbete online. E o coro que essa irritação provocou chegou ao céu. Não sei de que lado está a razão. Apenas sei que desapareceu uma fonte de consulta indispensável, porque os volumes impressos são só seis, e param em 1940 (o VII aguarda impressão há anos). Apesar do seu carácter parcelar, balizado por critérios atrabiliários, aquilo que a web mostrava do DCAP era melhor do que nada.