Da Literatura: A LÍNGUA

01-07-2011
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A 48 horas da entrada em vigor do Acordo Ortográfico, verifico com agrado o bom senso dos nossos editores. Sirva de exemplo o comentário de Francisco José Viegas, editor da Quetzal, chancela que publicará os livros de acordo com a vontade do autor e respectiva ortografia, «porque a língua da literatura não é propriamente o léxico de um director das Alfândegas». De resto, prossegue, «metade da aflição geral com o Acordo e com os problemas que ele traz são encenações, tentativas de dramatizar uma coisa que no Brasil, por exemplo, decorreu de forma muito pacífica.» Claro como água.Sempre fui a favor da uniformização da língua em todo o tipo de textos oficiais. Naturalmente, isso inclui legislação. E as escolas deviam preparar-se para começar logo em Setembro de 2010 a ensinar a língua de acordo com os novos parâmetros. E os jornais deviam começar já depois de amanhã a dar o exemplo. Parece que só o Sol o fará, esse e a agência LUSA.Tirando isto, cada um, em sua casa ou no seu blogue, fará o que quiser. Não deixa de ser curioso que alguns dos mais ferrenhos detractores do Acordo sejam bloggers que se distinguem pelos pontapés que todos os dias dão na gramática. O tipo de gente que começou a ler traduções de Robert Walser sem nunca ter lido João de Deus.Etiquetas: Acordo ortográfico

A 48 horas da entrada em vigor do Acordo Ortográfico, verifico com agrado o bom senso dos nossos editores. Sirva de exemplo o comentário de Francisco José Viegas, editor da Quetzal, chancela que publicará os livros de acordo com a vontade do autor e respectiva ortografia, «porque a língua da literatura não é propriamente o léxico de um director das Alfândegas». De resto, prossegue, «metade da aflição geral com o Acordo e com os problemas que ele traz são encenações, tentativas de dramatizar uma coisa que no Brasil, por exemplo, decorreu de forma muito pacífica.» Claro como água.Sempre fui a favor da uniformização da língua em todo o tipo de textos oficiais. Naturalmente, isso inclui legislação. E as escolas deviam preparar-se para começar logo em Setembro de 2010 a ensinar a língua de acordo com os novos parâmetros. E os jornais deviam começar já depois de amanhã a dar o exemplo. Parece que só o Sol o fará, esse e a agência LUSA.Tirando isto, cada um, em sua casa ou no seu blogue, fará o que quiser. Não deixa de ser curioso que alguns dos mais ferrenhos detractores do Acordo sejam bloggers que se distinguem pelos pontapés que todos os dias dão na gramática. O tipo de gente que começou a ler traduções de Robert Walser sem nunca ter lido João de Deus.Etiquetas: Acordo ortográfico

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