Vargas Llosa vê na literatura uma "arma" contra a barbárie

01-10-2015
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O auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa encheu na tarde desta terça-feira para a homenagem académica a Mario Vargas Llosa, o escritor peruano que venceu o Prémio Nobel de Literatura, em 2010, e o Cervantes, em 1994, entre muitas outras distinções literárias.

Apadrinhada pelo presidente do Conselho da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Francisco Pinto Balsemão, a cerimónia juntou muitas personalidades do mundo da cultura e da política, entre as quais Mário Soares; Eduardo Lourenço; Pilar del Río; o Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier; os escritores Lídia Jorge, Inês Pedrosa e Mário de Carvalho; os editores Carlos da Veiga Ferreira e Francisco José Viegas (responsável pela edição dos últimos livros de Llosa, na Quetzal); o artista plástico José de Guimarães; e muitos representantes do corpo diplomático.

A oração de sapiência foi proferida por Nuno Júdice, professor catedrático e proponente do título, que destacou o carácter cosmopolita da vida e da obra de Vargas Llosa, o seu fôlego de romancista com projeção universal, e a figura de intelectual que "ao longo de décadas tem vindo a alertar para situações de injustiça, de opressão, de desigualdade, que afligem o mundo". Júdice sublinhou ainda a faceta do ensaísta, que tratou alguns dos maiores escritores da nossa cultura (como Vitor Hugo e Flaubert) "em livros que se tornaram referência". Ao homenageado, acrescentou por fim, pode aplicar-se com propriedade o título do seu último romance: "O Herói Discreto".

Após os agradecimentos da praxe, Vargas Llosa assumiu a distinção recebida como "um mandato de responsabilidade intelectual e cívica". Ao enumerar memórias da sua experiência académica, desde os tempos de estudante na Universidade de S. Marcos, em Lima, até aos vários lugares de professor que ocupou em várias latitudes (nomeadamente em Londres e Nova Iorque), o autor de "Conversa na Catedral" fez o elogio do ensino superior, enquanto "foco de criação, de liberdade e de civilização", sobretudo em sociedades fustigadas pela violência das ditaduras. Vargas Llosa lembrou ainda que a literatura não pode limitar-se a ser mero entretenimento, vazio e superficial. Pelo contrário, deve assumir-se como uma das mais eficazes "armas" contra a barbárie, ao manter vivo o espírito crítico de quem lê, esse "motor da rebeldia contra o status quo".

O auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa encheu na tarde desta terça-feira para a homenagem académica a Mario Vargas Llosa, o escritor peruano que venceu o Prémio Nobel de Literatura, em 2010, e o Cervantes, em 1994, entre muitas outras distinções literárias.

Apadrinhada pelo presidente do Conselho da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Francisco Pinto Balsemão, a cerimónia juntou muitas personalidades do mundo da cultura e da política, entre as quais Mário Soares; Eduardo Lourenço; Pilar del Río; o Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier; os escritores Lídia Jorge, Inês Pedrosa e Mário de Carvalho; os editores Carlos da Veiga Ferreira e Francisco José Viegas (responsável pela edição dos últimos livros de Llosa, na Quetzal); o artista plástico José de Guimarães; e muitos representantes do corpo diplomático.

A oração de sapiência foi proferida por Nuno Júdice, professor catedrático e proponente do título, que destacou o carácter cosmopolita da vida e da obra de Vargas Llosa, o seu fôlego de romancista com projeção universal, e a figura de intelectual que "ao longo de décadas tem vindo a alertar para situações de injustiça, de opressão, de desigualdade, que afligem o mundo". Júdice sublinhou ainda a faceta do ensaísta, que tratou alguns dos maiores escritores da nossa cultura (como Vitor Hugo e Flaubert) "em livros que se tornaram referência". Ao homenageado, acrescentou por fim, pode aplicar-se com propriedade o título do seu último romance: "O Herói Discreto".

Após os agradecimentos da praxe, Vargas Llosa assumiu a distinção recebida como "um mandato de responsabilidade intelectual e cívica". Ao enumerar memórias da sua experiência académica, desde os tempos de estudante na Universidade de S. Marcos, em Lima, até aos vários lugares de professor que ocupou em várias latitudes (nomeadamente em Londres e Nova Iorque), o autor de "Conversa na Catedral" fez o elogio do ensino superior, enquanto "foco de criação, de liberdade e de civilização", sobretudo em sociedades fustigadas pela violência das ditaduras. Vargas Llosa lembrou ainda que a literatura não pode limitar-se a ser mero entretenimento, vazio e superficial. Pelo contrário, deve assumir-se como uma das mais eficazes "armas" contra a barbárie, ao manter vivo o espírito crítico de quem lê, esse "motor da rebeldia contra o status quo".

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