A bem da Nação

16-09-2015
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Henrique Salles da Fonseca

Henrique Salles da Fonseca 09.06.13

Reparando no mapa, verifica-se que o xiismo se encontra concentrado quase exclusivamente no Irão! De realçar que a parte do Afeganistão assinalada como região xiita é ocupada pelos Hazara, uma das principais etnias afegãs de expressão persa, isto é, a língua oficial do Irão. Sendo a etnia predominante, económica e politicamente os Pashtus, praticantes de sunismo e de fala diferente (Pashtu).

Quanto à região iraquiana, é de referir que antes da invasão árabe, a última capital do Império Persa pertencente à Dinastia Sassanida, se situava nessa parte!

Ignorando a Índia e outras partes da Ásia uma vez que a divulgação do Islão ocorreu em períodos mais recentes da história do Islão, olhemos para o Médio Oriente com mais atenção. Afirma-se que todos os países hoje em dia pertencem ao mundo árabe sunita, excepto o Irão habitado pelos persas xiitas, persas que vivem uma cultura distinta caracterizada pela música persa, culinária persa, língua persa, festas persas…Enfim trata-se de Identidade Persa!

Questiona-se como é que os persas, ao contrário de outros povos médio-orientais não cederam ao arabismo, conseguindo preservar a identidade? Embora não seja fácil responder sucintamente a esta questão, será um bom ponto de partida a seguinte afirmação: “Inventando o xiismo”.

A solução para salvar o país da invasão árabe foi uma solução política e não militar, dando azo a uma divergência religiosa entre os muçulmanos que à força da espada divulgavam a mensagem do Profeta! Algumas curiosidades:

O segundo Califa, Omar, foi assassinado por Piruz Abu-LouLou um iraniano natural de Kashan, cujo túmulo é peregrinado pelos xiitas! A cidade Kashan foi um dos cernes da evolução da cultura persa nomeadamente no que diz respeito à Arquitectura, Jardinagem, Matemática e tecelagem de tapetes.

O xiismo venera 12 Imãs, número sagrado entre os persas, coincidente com 12 meses do ano. O duodécimo leva uma vida oculta porque qualquer dia reaparecerá para estabelecer paz e justiça no mundo, faz lembrar o Sushians, o salvador que desempenha exactamente o mesmo papel no Zaratustrismo.

Há inúmeros cultos praticados pelos xiitas que nunca existiram na Península Árabe, cultos remanescentes da cultura persa que têm raízes no Zaratustrismo.

A sobrevivência da catequese do zaratustrismo, a antiquíssima religião dos iranianos, é patente no xiismo, xiismo este que não passa de uma versão iranizada do Islão numa tentativa para não se tornar árabe!

Caríssimo amigo e “compatente”: no dia em que a República Islâmica cair, o Irão sairá oficialmente do mundo islâmico, espero ver esse dia antes de morrer!

Cumprimentos

Mani Outis

NOTA EXPLICATIVA DE "COMPATENTE":

O Autor, que assina com pseudónimo, é meu amigo e jocosamente tratamo-nos por «compatentes» pois somos ambos economistas, ambos fizemos o Serviço Militar Obrigatório nos Exércitos dos respectivos países e, mais concretamente, nos correspondentes Serviços de Administração Militar, ambos passámos à disponibilidade com a patente de Tenente e ambos somos cavaleiros nas horas vagas, desporto em que nos encontramos com alguma regularidade.

Henrique Salles da Fonseca

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Henrique Salles da Fonseca

Henrique Salles da Fonseca 09.06.13

Reparando no mapa, verifica-se que o xiismo se encontra concentrado quase exclusivamente no Irão! De realçar que a parte do Afeganistão assinalada como região xiita é ocupada pelos Hazara, uma das principais etnias afegãs de expressão persa, isto é, a língua oficial do Irão. Sendo a etnia predominante, económica e politicamente os Pashtus, praticantes de sunismo e de fala diferente (Pashtu).

Quanto à região iraquiana, é de referir que antes da invasão árabe, a última capital do Império Persa pertencente à Dinastia Sassanida, se situava nessa parte!

Ignorando a Índia e outras partes da Ásia uma vez que a divulgação do Islão ocorreu em períodos mais recentes da história do Islão, olhemos para o Médio Oriente com mais atenção. Afirma-se que todos os países hoje em dia pertencem ao mundo árabe sunita, excepto o Irão habitado pelos persas xiitas, persas que vivem uma cultura distinta caracterizada pela música persa, culinária persa, língua persa, festas persas…Enfim trata-se de Identidade Persa!

Questiona-se como é que os persas, ao contrário de outros povos médio-orientais não cederam ao arabismo, conseguindo preservar a identidade? Embora não seja fácil responder sucintamente a esta questão, será um bom ponto de partida a seguinte afirmação: “Inventando o xiismo”.

A solução para salvar o país da invasão árabe foi uma solução política e não militar, dando azo a uma divergência religiosa entre os muçulmanos que à força da espada divulgavam a mensagem do Profeta! Algumas curiosidades:

O segundo Califa, Omar, foi assassinado por Piruz Abu-LouLou um iraniano natural de Kashan, cujo túmulo é peregrinado pelos xiitas! A cidade Kashan foi um dos cernes da evolução da cultura persa nomeadamente no que diz respeito à Arquitectura, Jardinagem, Matemática e tecelagem de tapetes.

O xiismo venera 12 Imãs, número sagrado entre os persas, coincidente com 12 meses do ano. O duodécimo leva uma vida oculta porque qualquer dia reaparecerá para estabelecer paz e justiça no mundo, faz lembrar o Sushians, o salvador que desempenha exactamente o mesmo papel no Zaratustrismo.

Há inúmeros cultos praticados pelos xiitas que nunca existiram na Península Árabe, cultos remanescentes da cultura persa que têm raízes no Zaratustrismo.

A sobrevivência da catequese do zaratustrismo, a antiquíssima religião dos iranianos, é patente no xiismo, xiismo este que não passa de uma versão iranizada do Islão numa tentativa para não se tornar árabe!

Caríssimo amigo e “compatente”: no dia em que a República Islâmica cair, o Irão sairá oficialmente do mundo islâmico, espero ver esse dia antes de morrer!

Cumprimentos

Mani Outis

NOTA EXPLICATIVA DE "COMPATENTE":

O Autor, que assina com pseudónimo, é meu amigo e jocosamente tratamo-nos por «compatentes» pois somos ambos economistas, ambos fizemos o Serviço Militar Obrigatório nos Exércitos dos respectivos países e, mais concretamente, nos correspondentes Serviços de Administração Militar, ambos passámos à disponibilidade com a patente de Tenente e ambos somos cavaleiros nas horas vagas, desporto em que nos encontramos com alguma regularidade.

Henrique Salles da Fonseca

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