Amo com esta saudadeque me corrói.Amo cada vez mais doído.A boca fechada sobre as ervashá tanto tempo.Os braços a descansarno pântano do ventre.A saudade enxuga-me o fogolonge do mundo.A saudade torna-me verde.Tenho no rostoaquela parte negra do branco.A vida toda encostada à lembrançacom a comoção das origensa soluçar-meinstante a instantena garganta.Os ossosneste Inverno da vidacom a noite da saudade por cima.Brilha nessa escuridão o passado.Cresce no frio um caule de luz.Dissolvo pouco a poucoa sede baça da morte.Transfiguro-me perplexo.A saudade seca-me a tristeza.Cede-me ao céue aos raios da sua alegria.Enxuga-me a mágoa.Cresce-me no meio do corpo uma flor.É uma flor matinalde anilrebentando por entre as vértebras.Brilham-me no seros braços irradiantes de uma estrela.A saudade coa-me no sangue um astro.O meu corpoé a raiz sombria de um outro sol.O Poeta na Rua
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Amo com esta saudadeque me corrói.Amo cada vez mais doído.A boca fechada sobre as ervashá tanto tempo.Os braços a descansarno pântano do ventre.A saudade enxuga-me o fogolonge do mundo.A saudade torna-me verde.Tenho no rostoaquela parte negra do branco.A vida toda encostada à lembrançacom a comoção das origensa soluçar-meinstante a instantena garganta.Os ossosneste Inverno da vidacom a noite da saudade por cima.Brilha nessa escuridão o passado.Cresce no frio um caule de luz.Dissolvo pouco a poucoa sede baça da morte.Transfiguro-me perplexo.A saudade seca-me a tristeza.Cede-me ao céue aos raios da sua alegria.Enxuga-me a mágoa.Cresce-me no meio do corpo uma flor.É uma flor matinalde anilrebentando por entre as vértebras.Brilham-me no seros braços irradiantes de uma estrela.A saudade coa-me no sangue um astro.O meu corpoé a raiz sombria de um outro sol.O Poeta na Rua