A carreira de um gestor multimédia com vocação internacional

01-08-2014
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A carreira de um gestor multimédia com vocação internacional

Cátia Simões

24 Jul 2011

Rodrigo Costa, da Zon Multimédia, ficou em sexto lugar ‘ex aequo’ nos prémios ‘CEO em Destaque’.

A frontalidade é uma marca forte da personalidade de Rodrigo Costa: na forma como se expressa e como gere os negócios, comenta quem lida de perto com o gestor nascido em Barcelos há 50 anos (completa 51 em Agosto). Mas esse não é o único traço forte ponto forte que distinguem no presidente executivo Zon Multimédia.

"O Rodrigo é completamente focado no trabalho, gosta de pôr as equipas a pensar e a contribuir mas partilha os sucessos dos projectos", conta ao Diário Económico uma fonte próxima do gestor que, em 2007, foi o escolhido para liderar a ex-PT Multimédia na altura do ‘spin off' da Portugal Telecom (PT). O antigo líder e fundador da Microsoft Portugal era um dos nomes falados na altura para liderar a operadora, mas acabou por erguer uma das suas maiores concorrentes.

A mesma fonte realça o efeito que a passagem pela Microsoft causou na sua forma de gerir. "Defende o trabalho de equipa e delega responsabilidade. É uma cultura muito americana, fruto dos anos que esteve em Seattle, na Microsoft". Rodrigo Costa esteve 15 anos na tecnológica norte-americana. Em 1990 foi recrutado para abrir a operação em Portugal e, em 2001, altura em que sai, a empresa contava com 160 colaboradores e uma facturação anual de 90 milhões de euros.

Trocou depois Lisboa por São Paulo, tendo assumido a direcção-geral da Microsoft Brasil, que reestruturou totalmente. Dez meses depois, em Junho de 2002, é promovido a vice-presidente corporativo e muda-se para Seattle, nos Estados Unidos, ficando com a responsabilidade da área de OEM (distribuição de produtos originais), uma das mais importantes e lucrativas da multinacional.

Impaciente e informal

A experiência nos sistemas de informação acabou por moldar a sua carreira. Começou na Nogueira Informática em 1979 e, mais tarde, tornou-se sócio da empresa, transformada em Groupi, em 1982. Em 1985 fundou a Intério, após vender a sua participação na Groupi, que depois trocou pela Prológica, onde se manteve até ser recrutado pela Microsoft. "Quando somos programadores e analistas de sistemas, temos de passar as ideias para as linguagens de programação. Não há espaço para diversas interpretações e isso ajuda-nos a desenvolver a capacidade de explicarmos exactamente aquilo que estamos a pensar", justificou em entrevista recente à "Exame".

Além de frontal, aprecia o tom coloquial. "Trata toda a gente por tu e é muito informal na relação com os colaboradores e com a equipa", explica a mesma fonte próxima do gestor. Acredita na equipa, mas não gosta de perder tempo. "Tem pouca paciência para incompetência ou para desmazelo no trabalho. Não acredita em quem não se esforça", explica outra fonte. Chega a ser ríspido e tem pouca paciência para discussões infertéis, mas defende que é preciso tirar partido do que as pessoas têm de melhor. "Gosta de fazer com que as pessoas se sintam úteis. É com essa motivação que conseguem os melhores resultados".

No final de 2005 Rodrigo Costa deixou a Microsoft e regressou a Portugal para integrar, no início de 2006, a administração da PT. Foi vice-presidente executivo do grupo e presidente executivo do negócio fixo e teve ainda responsabilidade pelas áreas de Recursos Humanos, Inovação e Tecnologias de Informação. Actualmente bate-se com a operadora liderada por Zeinal Bava pelos clientes na televisão paga, onde a Zon (ex-TV Cabo) é líder, e nas suas intervenções públicas é por vezes impaciente quando o tema é o preço dos conteúdos.

Não terminou a licenciatura - frequentou o curso de gestão de empresas, no ISLA, que entretanto abandonou -, mas ao longo de 30 anos participou em inúmeros seminários e acções. Além disso, é membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra.

Apesar da participação pública activa em diversos organismos, "é muito reservado sobre sua vida privada", garante outra fonte. "Não gosta de aparecer e normalmente só fala com a comunicação social sobre temas relacionados com a empresa". E "não deixa ninguém sem resposta. Mesmo que não possa atender logo o telefone, devolve sempre a chamada". Casado e com três filhas, elege o golfe e a culinária como principais ‘hobbies'. Considera-se um consumidor de informação, nacional e internacional, e gosta de filmes e séries.

Gestor internacional

Rodrigo Costa começou por estudar gestão de empresas no ISLA. Não concluiu a licenciatura mas, ao longo da carreira, participou em diversas acções de formação e seminários para executivos. Dedicou-se à análise de sistemas de informação, uma opção que o levou a ser convidado pela Microsoft a lançar a empresa em Portugal. Depois de uma experiência internacional, no Brasil e Estados Unidos, regressou ao País para fazer parte da administração da PT e, desde 2007, lidera a Zon Multimédia. Em 2006 foi condecorado pelo Presidente da República com a comenda de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

‘Top 5' revelado na próxima semana

Os presidentes executivos mais votados para os primeiros cinco lugares do "CEO em Destaque" começarão a ser divulgados a partir da próxima segunda-feira, dia 25. Diariamente, pode ler o perfil e os factos mais marcantes da carreira dos cinco gestores.

A carreira de um gestor multimédia com vocação internacional

Cátia Simões

24 Jul 2011

Rodrigo Costa, da Zon Multimédia, ficou em sexto lugar ‘ex aequo’ nos prémios ‘CEO em Destaque’.

A frontalidade é uma marca forte da personalidade de Rodrigo Costa: na forma como se expressa e como gere os negócios, comenta quem lida de perto com o gestor nascido em Barcelos há 50 anos (completa 51 em Agosto). Mas esse não é o único traço forte ponto forte que distinguem no presidente executivo Zon Multimédia.

"O Rodrigo é completamente focado no trabalho, gosta de pôr as equipas a pensar e a contribuir mas partilha os sucessos dos projectos", conta ao Diário Económico uma fonte próxima do gestor que, em 2007, foi o escolhido para liderar a ex-PT Multimédia na altura do ‘spin off' da Portugal Telecom (PT). O antigo líder e fundador da Microsoft Portugal era um dos nomes falados na altura para liderar a operadora, mas acabou por erguer uma das suas maiores concorrentes.

A mesma fonte realça o efeito que a passagem pela Microsoft causou na sua forma de gerir. "Defende o trabalho de equipa e delega responsabilidade. É uma cultura muito americana, fruto dos anos que esteve em Seattle, na Microsoft". Rodrigo Costa esteve 15 anos na tecnológica norte-americana. Em 1990 foi recrutado para abrir a operação em Portugal e, em 2001, altura em que sai, a empresa contava com 160 colaboradores e uma facturação anual de 90 milhões de euros.

Trocou depois Lisboa por São Paulo, tendo assumido a direcção-geral da Microsoft Brasil, que reestruturou totalmente. Dez meses depois, em Junho de 2002, é promovido a vice-presidente corporativo e muda-se para Seattle, nos Estados Unidos, ficando com a responsabilidade da área de OEM (distribuição de produtos originais), uma das mais importantes e lucrativas da multinacional.

Impaciente e informal

A experiência nos sistemas de informação acabou por moldar a sua carreira. Começou na Nogueira Informática em 1979 e, mais tarde, tornou-se sócio da empresa, transformada em Groupi, em 1982. Em 1985 fundou a Intério, após vender a sua participação na Groupi, que depois trocou pela Prológica, onde se manteve até ser recrutado pela Microsoft. "Quando somos programadores e analistas de sistemas, temos de passar as ideias para as linguagens de programação. Não há espaço para diversas interpretações e isso ajuda-nos a desenvolver a capacidade de explicarmos exactamente aquilo que estamos a pensar", justificou em entrevista recente à "Exame".

Além de frontal, aprecia o tom coloquial. "Trata toda a gente por tu e é muito informal na relação com os colaboradores e com a equipa", explica a mesma fonte próxima do gestor. Acredita na equipa, mas não gosta de perder tempo. "Tem pouca paciência para incompetência ou para desmazelo no trabalho. Não acredita em quem não se esforça", explica outra fonte. Chega a ser ríspido e tem pouca paciência para discussões infertéis, mas defende que é preciso tirar partido do que as pessoas têm de melhor. "Gosta de fazer com que as pessoas se sintam úteis. É com essa motivação que conseguem os melhores resultados".

No final de 2005 Rodrigo Costa deixou a Microsoft e regressou a Portugal para integrar, no início de 2006, a administração da PT. Foi vice-presidente executivo do grupo e presidente executivo do negócio fixo e teve ainda responsabilidade pelas áreas de Recursos Humanos, Inovação e Tecnologias de Informação. Actualmente bate-se com a operadora liderada por Zeinal Bava pelos clientes na televisão paga, onde a Zon (ex-TV Cabo) é líder, e nas suas intervenções públicas é por vezes impaciente quando o tema é o preço dos conteúdos.

Não terminou a licenciatura - frequentou o curso de gestão de empresas, no ISLA, que entretanto abandonou -, mas ao longo de 30 anos participou em inúmeros seminários e acções. Além disso, é membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra.

Apesar da participação pública activa em diversos organismos, "é muito reservado sobre sua vida privada", garante outra fonte. "Não gosta de aparecer e normalmente só fala com a comunicação social sobre temas relacionados com a empresa". E "não deixa ninguém sem resposta. Mesmo que não possa atender logo o telefone, devolve sempre a chamada". Casado e com três filhas, elege o golfe e a culinária como principais ‘hobbies'. Considera-se um consumidor de informação, nacional e internacional, e gosta de filmes e séries.

Gestor internacional

Rodrigo Costa começou por estudar gestão de empresas no ISLA. Não concluiu a licenciatura mas, ao longo da carreira, participou em diversas acções de formação e seminários para executivos. Dedicou-se à análise de sistemas de informação, uma opção que o levou a ser convidado pela Microsoft a lançar a empresa em Portugal. Depois de uma experiência internacional, no Brasil e Estados Unidos, regressou ao País para fazer parte da administração da PT e, desde 2007, lidera a Zon Multimédia. Em 2006 foi condecorado pelo Presidente da República com a comenda de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

‘Top 5' revelado na próxima semana

Os presidentes executivos mais votados para os primeiros cinco lugares do "CEO em Destaque" começarão a ser divulgados a partir da próxima segunda-feira, dia 25. Diariamente, pode ler o perfil e os factos mais marcantes da carreira dos cinco gestores.

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