A B S O R T O: COMBUSTÍVEIS:CONTRIBUTO PARA O FUNCIONAMENTO DO MERCADO

24-01-2012
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David Torcoletti Também divulguei uma mensagem de correio electrónico apelando ao boicote das grandes gasolineiras. Como diz o povo “quem não se sente não é filho de boa gente”. É saudável que transpareça, de forma aberta e frontal, que o povo português está a sentir no bolso, directa ou indirectamente, a escalada do preço dos combustíveis. Sabemos que esta crise é, em grande parte, importada do exterior, que tem diversas vertentes, não se resolve com medidas avulsas, que o preço dos combustíveis é formado por diversas parcelas, entre as quais (a mais pesada) é constituída pelo imposto arrecadado pelo estado e outras coisas mais complicadas como o próprio modelo energético (o governo italiano aprovou por estes dias o nuclear!). Vai aceso o debate acerca da intervenção do governo. Enquanto uns defendem que a ideia, sugerida pela GALP, de baixar os impostos sobre os combustíveis não deve, de maneira alguma, ser seguida outros dizem que “Só há uma medida directa que o Estado pode tomar que não distorce a economia: baixar o imposto sobre os produtos petrolíferos e monitorizar se essa descida não é apropriada pelas gasolineiras.”Mas seja qual for o destino deste debate, seja qual for a decisão política do governo, nem por isso a situação da escalada de preços dos combustíveis é menos complexa, e penalizadora, quer para o poder de compra das famílias, quer para a competitividade das empresas, quer para o escrutínio política do desempenho do governo. (Ao governo pede-se que seja firme mas só tem legitimidade para pedir firmeza quem apoiou a politica do governo desde o início!).A subida de preços dos combustíveis não é um fenómeno novo. Quem não se lembra do açambarcamento de gasolina, uns anos atrás, com filas de carros nas bombas e pessoal a encher bidões. Mas, no nosso tempo, há uma força nova: os movimentos de opinião dos consumidores.Não sei qual o peso relativo desses movimentos de opinião nas decisões de empresas, e dos governos, mas todos sentimos que, no caso dos combustíveis, a sua força não é desprezível, ainda para mais, na véspera do ano de todas as eleições. Por alguma razão a GALP, ontem, voltou atrás na decisão, publicamente anunciada, de efectuar mais um aumento de preços. Mas a BP foi em frente …O facto é que os consumidores têm uma palavra a dizer nesta questão do preço dos combustíveis. No mínimo não parece razoável que as gasolineiras continuem a praticar, dia sim, dia não, aumentos de preço, quando o governo mandou a autoridade da concorrência auditar o processo de formação do preço dos combustíveis. (já sei que temos que nos habituar à carestia dos combustíveis, consumir menos, etc. etc., mas espero que as entidades competentes estejam a ser rigorosas na fiscalização das gasolineiras e dos retalhistas, …) Entretanto vamos escolhendo, livremente, o nosso fornecedor de combustível colocando o mais possível “fora do mercado”, pelo menos, até se conhecer o relatório da autoridade da concorrência, as mais poderosas gasolineiras: GALP e BP, ou seja, compremos a quem vende mais barato!Pode ser um gesto quixotesco, pode ser um gesto anárquico, pode ser um pequeno nada, mas quantas grandes mudanças não nasceram de pequenos gestos. .O BOICOTE EM NÚMEROS.


David Torcoletti Também divulguei uma mensagem de correio electrónico apelando ao boicote das grandes gasolineiras. Como diz o povo “quem não se sente não é filho de boa gente”. É saudável que transpareça, de forma aberta e frontal, que o povo português está a sentir no bolso, directa ou indirectamente, a escalada do preço dos combustíveis. Sabemos que esta crise é, em grande parte, importada do exterior, que tem diversas vertentes, não se resolve com medidas avulsas, que o preço dos combustíveis é formado por diversas parcelas, entre as quais (a mais pesada) é constituída pelo imposto arrecadado pelo estado e outras coisas mais complicadas como o próprio modelo energético (o governo italiano aprovou por estes dias o nuclear!). Vai aceso o debate acerca da intervenção do governo. Enquanto uns defendem que a ideia, sugerida pela GALP, de baixar os impostos sobre os combustíveis não deve, de maneira alguma, ser seguida outros dizem que “Só há uma medida directa que o Estado pode tomar que não distorce a economia: baixar o imposto sobre os produtos petrolíferos e monitorizar se essa descida não é apropriada pelas gasolineiras.”Mas seja qual for o destino deste debate, seja qual for a decisão política do governo, nem por isso a situação da escalada de preços dos combustíveis é menos complexa, e penalizadora, quer para o poder de compra das famílias, quer para a competitividade das empresas, quer para o escrutínio política do desempenho do governo. (Ao governo pede-se que seja firme mas só tem legitimidade para pedir firmeza quem apoiou a politica do governo desde o início!).A subida de preços dos combustíveis não é um fenómeno novo. Quem não se lembra do açambarcamento de gasolina, uns anos atrás, com filas de carros nas bombas e pessoal a encher bidões. Mas, no nosso tempo, há uma força nova: os movimentos de opinião dos consumidores.Não sei qual o peso relativo desses movimentos de opinião nas decisões de empresas, e dos governos, mas todos sentimos que, no caso dos combustíveis, a sua força não é desprezível, ainda para mais, na véspera do ano de todas as eleições. Por alguma razão a GALP, ontem, voltou atrás na decisão, publicamente anunciada, de efectuar mais um aumento de preços. Mas a BP foi em frente …O facto é que os consumidores têm uma palavra a dizer nesta questão do preço dos combustíveis. No mínimo não parece razoável que as gasolineiras continuem a praticar, dia sim, dia não, aumentos de preço, quando o governo mandou a autoridade da concorrência auditar o processo de formação do preço dos combustíveis. (já sei que temos que nos habituar à carestia dos combustíveis, consumir menos, etc. etc., mas espero que as entidades competentes estejam a ser rigorosas na fiscalização das gasolineiras e dos retalhistas, …) Entretanto vamos escolhendo, livremente, o nosso fornecedor de combustível colocando o mais possível “fora do mercado”, pelo menos, até se conhecer o relatório da autoridade da concorrência, as mais poderosas gasolineiras: GALP e BP, ou seja, compremos a quem vende mais barato!Pode ser um gesto quixotesco, pode ser um gesto anárquico, pode ser um pequeno nada, mas quantas grandes mudanças não nasceram de pequenos gestos. .O BOICOTE EM NÚMEROS.

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