Artigos de Opinião

28-09-2015
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"Confissões esclarecedoras" -

Jorge Cordeiro, Avante!, 31.01.2002 Ferro Rodrigues e o PS ensaiam apresentar-se ás eleições no papel de quem em nome da derrota da direita aspira colher votos à esquerda precisamente para melhor poderem satisfazer o caderno de encargos e reclamações da direita. Duas observações se revelam indispensáveis para não deixar alastrar impunemente esta operação. A primeira para evidenciar que é no mínimo suspeito que quem se anuncia disposto a derrotar a direita admita que o PP, em determinadas circunstâncias, será um parceiro possível para futuros entendimentos governativos. E a menos que queira tomar os portugueses por parvos bom será que Ferro Rodrigues explique como é que concilia a sua afirmação no sentido de "não estabelecer preferências em matéria de parceiros", nivelando grosseiramente PCP e PP, com o seu discurso de sedução dirigido a eleitores desprevenidos feito em nome da barragem do passo à direita. O que por si só permite concluir que, como o testemunha a admissibilidade de estatuto de parceiro reconhecida ao PP , o que perturba e inquieta o PS não é a direita e as suas políticas mas a possibilidade de perder o poder para uma parte, a mais bem colocada para isso, da direita. A segunda para anotar que as opções fundamentais em matéria de princípios de que Ferro Rodrigues e PS juram não prescindir, constituem no seu conteúdo essencial o pano de fundo à afirmação e desenvolvimento de uma política de direita. Bastaria convocar como testemunho as afirmações de Vera Jardim no sentido de que "à excepção do PSD ninguém cumpre as condições impostas por Ferro Rodrigues", para se dissipar a nuvem de equívocos que o PS tem gerado sobre a natureza e opções da condução futura da sua política. Mas aproveitemos as esclarecedoras afirmações de Ferro Rodrigues à "Visão" - onde explicitamente se insurge contra os que venham a pretender reivindicar "em matéria de despesa pública, ordenados na administração pública, de carreiras" - para trocar em conteúdos concretos os conceitos cifrados nas expressões "princípio do aprofundamento da construção europeia, principio da estabilidade e consolidação orçamental" e assim perceber preto no branco novos e mais esclarecedores sinónimos de rigor orçamental e convergência europeia. E à luz do que ficou dito melhor se pode compreender a razão porque é na CDU - força que, a exemplo de sempre, assegura não ser em caso algum suporte de acordos de incidência geral com qualquer dos partidos da direita e que tem para apresentar um programa que consubstancia uma verdadeira política de esquerda - que reside o mais sólido depositário da esperança de milhares de portugueses numa nova política.

"Confissões esclarecedoras" -

Jorge Cordeiro, Avante!, 31.01.2002 Ferro Rodrigues e o PS ensaiam apresentar-se ás eleições no papel de quem em nome da derrota da direita aspira colher votos à esquerda precisamente para melhor poderem satisfazer o caderno de encargos e reclamações da direita. Duas observações se revelam indispensáveis para não deixar alastrar impunemente esta operação. A primeira para evidenciar que é no mínimo suspeito que quem se anuncia disposto a derrotar a direita admita que o PP, em determinadas circunstâncias, será um parceiro possível para futuros entendimentos governativos. E a menos que queira tomar os portugueses por parvos bom será que Ferro Rodrigues explique como é que concilia a sua afirmação no sentido de "não estabelecer preferências em matéria de parceiros", nivelando grosseiramente PCP e PP, com o seu discurso de sedução dirigido a eleitores desprevenidos feito em nome da barragem do passo à direita. O que por si só permite concluir que, como o testemunha a admissibilidade de estatuto de parceiro reconhecida ao PP , o que perturba e inquieta o PS não é a direita e as suas políticas mas a possibilidade de perder o poder para uma parte, a mais bem colocada para isso, da direita. A segunda para anotar que as opções fundamentais em matéria de princípios de que Ferro Rodrigues e PS juram não prescindir, constituem no seu conteúdo essencial o pano de fundo à afirmação e desenvolvimento de uma política de direita. Bastaria convocar como testemunho as afirmações de Vera Jardim no sentido de que "à excepção do PSD ninguém cumpre as condições impostas por Ferro Rodrigues", para se dissipar a nuvem de equívocos que o PS tem gerado sobre a natureza e opções da condução futura da sua política. Mas aproveitemos as esclarecedoras afirmações de Ferro Rodrigues à "Visão" - onde explicitamente se insurge contra os que venham a pretender reivindicar "em matéria de despesa pública, ordenados na administração pública, de carreiras" - para trocar em conteúdos concretos os conceitos cifrados nas expressões "princípio do aprofundamento da construção europeia, principio da estabilidade e consolidação orçamental" e assim perceber preto no branco novos e mais esclarecedores sinónimos de rigor orçamental e convergência europeia. E à luz do que ficou dito melhor se pode compreender a razão porque é na CDU - força que, a exemplo de sempre, assegura não ser em caso algum suporte de acordos de incidência geral com qualquer dos partidos da direita e que tem para apresentar um programa que consubstancia uma verdadeira política de esquerda - que reside o mais sólido depositário da esperança de milhares de portugueses numa nova política.

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