Deputados socialistas marcam falta de comparência ao seu secretário-geral

10-03-2012
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Para quem não assistira à reunião da bancada socialista, as palmas com que alguns deputados do Partido Socialista (PS) brindaram a intervenção no plenário do bloquista João Semedo pareceriam simples afinidade ideológica.

Mas a saudação que o médico recebeu quando atacou a "campanha" do PSD e CDS contra a escola pública no debate sobre as contas da Parque Escolar escondia um desconforto maior entre os socialistas em relação à direcção do partido. Afinal, horas antes, os deputados do PS haviam despendido grande parte da reunião do grupo parlamentar debatendo a melhor forma de responder às "mentiras" de Nuno Crato sobre o desvio de 447% nos gastos com a requalificação das escolas públicas.

O recado era simples. António José Seguro não tinha de ter "medo" do passado, devia assumi-lo e até mesmo bater-se pelos sucessos da governação e de José Sócrates. E além disso, devia estar presente nas reuniões da bancada.

A reunião foi uma autêntica lição sobre como fazer oposição. Ministrada por nomes como o ex-ministro Vieira da Silva, o ex-secretário-geral Ferro Rodrigues, o ex-secretário de Estado Fernando Serrasqueiro, o ex- -presidente da AICEP Basílio Horta, e os deputados João Galamba e José Lello.

Vieira da Silva e Serrasqueiro exigiram que o PS defendesse com maior afinco as obras da Parque Escolar. Que justificasse a iniciativa, lembrando que aquelas adjudicações eram mais do que uma questão educativa, sendo também uma "opção política" para dinamizar uma economia em contracção através da requalificação de infra-estruturas. Serrasqueiro defendeu mesmo que o PS se "devia mostrar disponível para ir até uma comissão de inquérito", se tal fosse necessário, para desmontar as acusações da direita. A ideia central era que o PS não podia "deixar passar a ideia de que tinha medo" de discutir os últimos anos.

O deputado João Galamba disse mesmo que se o PS queria ter futuro, tinha de ser capaz de "assumir o seu passado", criticando a forma como a actual direcção reagia - dizendo que os governos de Sócrates estavam "lá para trás" - quando o PSD e CDS falavam dos últimos seis anos de governação.

Quanto a Ferro Rodrigues, explicou aos actuais dirigentes que havia uma forma de contrariar os argumentos da maioria sobre a responsabilidade do PS na actual situação de crise, aconselhando o líder parlamentar Carlos Zorrinho a usar como arma os governos de Durão Barroso e Santana Lopes.

Mais para o fim ficou o recado directo ao secretário-geral. Pelo menos dois deputados, João Galamba e Luísa Salgueiro, criticaram a "ausência sistemática" do líder nas reuniões do grupo parlamentar. Ontem, Seguro esteve em Abrantes num conjunto de iniciativas que assinalavam o Dia da Mulher. Em São Bento, os deputados perguntavam-se para que serviam os debates na bancada se o "decisor-mor não estava presente".

Nem de propósito, poucas horas depois, o tema da Parque Escolar voltou para assombrar a direcção. Em plenário, a direita atacou a "gestão megalómana do elefante branco". O socialista Rui Santos ainda saiu em defesa do projecto, exigindo os relatórios em que se baseavam as afirmações do ministro Nuno Crato. Mas foi a resposta de João Semedo que os deputados socialistas mais aplaudiram: "Esta campanha não é verdadeiramente contra a Parque Escolar, é contra a escola pública", acusou o bloquista no Plenário.

E assim se tornava evidente que não era suficiente, para muitos parlamentares do PS, o requerimento para audição do presidente da Parque Escolar, Sintra Nunes, para contextualizar as contas da empresa.

Para quem não assistira à reunião da bancada socialista, as palmas com que alguns deputados do Partido Socialista (PS) brindaram a intervenção no plenário do bloquista João Semedo pareceriam simples afinidade ideológica.

Mas a saudação que o médico recebeu quando atacou a "campanha" do PSD e CDS contra a escola pública no debate sobre as contas da Parque Escolar escondia um desconforto maior entre os socialistas em relação à direcção do partido. Afinal, horas antes, os deputados do PS haviam despendido grande parte da reunião do grupo parlamentar debatendo a melhor forma de responder às "mentiras" de Nuno Crato sobre o desvio de 447% nos gastos com a requalificação das escolas públicas.

O recado era simples. António José Seguro não tinha de ter "medo" do passado, devia assumi-lo e até mesmo bater-se pelos sucessos da governação e de José Sócrates. E além disso, devia estar presente nas reuniões da bancada.

A reunião foi uma autêntica lição sobre como fazer oposição. Ministrada por nomes como o ex-ministro Vieira da Silva, o ex-secretário-geral Ferro Rodrigues, o ex-secretário de Estado Fernando Serrasqueiro, o ex- -presidente da AICEP Basílio Horta, e os deputados João Galamba e José Lello.

Vieira da Silva e Serrasqueiro exigiram que o PS defendesse com maior afinco as obras da Parque Escolar. Que justificasse a iniciativa, lembrando que aquelas adjudicações eram mais do que uma questão educativa, sendo também uma "opção política" para dinamizar uma economia em contracção através da requalificação de infra-estruturas. Serrasqueiro defendeu mesmo que o PS se "devia mostrar disponível para ir até uma comissão de inquérito", se tal fosse necessário, para desmontar as acusações da direita. A ideia central era que o PS não podia "deixar passar a ideia de que tinha medo" de discutir os últimos anos.

O deputado João Galamba disse mesmo que se o PS queria ter futuro, tinha de ser capaz de "assumir o seu passado", criticando a forma como a actual direcção reagia - dizendo que os governos de Sócrates estavam "lá para trás" - quando o PSD e CDS falavam dos últimos seis anos de governação.

Quanto a Ferro Rodrigues, explicou aos actuais dirigentes que havia uma forma de contrariar os argumentos da maioria sobre a responsabilidade do PS na actual situação de crise, aconselhando o líder parlamentar Carlos Zorrinho a usar como arma os governos de Durão Barroso e Santana Lopes.

Mais para o fim ficou o recado directo ao secretário-geral. Pelo menos dois deputados, João Galamba e Luísa Salgueiro, criticaram a "ausência sistemática" do líder nas reuniões do grupo parlamentar. Ontem, Seguro esteve em Abrantes num conjunto de iniciativas que assinalavam o Dia da Mulher. Em São Bento, os deputados perguntavam-se para que serviam os debates na bancada se o "decisor-mor não estava presente".

Nem de propósito, poucas horas depois, o tema da Parque Escolar voltou para assombrar a direcção. Em plenário, a direita atacou a "gestão megalómana do elefante branco". O socialista Rui Santos ainda saiu em defesa do projecto, exigindo os relatórios em que se baseavam as afirmações do ministro Nuno Crato. Mas foi a resposta de João Semedo que os deputados socialistas mais aplaudiram: "Esta campanha não é verdadeiramente contra a Parque Escolar, é contra a escola pública", acusou o bloquista no Plenário.

E assim se tornava evidente que não era suficiente, para muitos parlamentares do PS, o requerimento para audição do presidente da Parque Escolar, Sintra Nunes, para contextualizar as contas da empresa.

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