Boas Intenções: depois da superioridade moral, a intelectualidade urbana

01-07-2011
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Eu preferia ter um primeiro-ministro versado em todos os idiomas e mais alguns, mas na dúvida prefiro a tentativa e erro, a escapadela pelo charme, a falta de medo do ridículo, o querer comunicar em vez do não se querer envergonhar.Nunca as línguas estrangeiras foram tão importantes, na política, nos negócios, na vida, mas também nunca antes a comunicação pediu tanta autenticidade, tanta proximidade. Trabalho com gente de muitos países, normalmente em posições muito elevadas, vejo todos os dias no que dá um erro gramatical temperado com um sorriso e imagino o resultado que teria, em situação semelhante, o recurso a um tradutor ou a recusa de encontrar o interlocutor sequer a meio caminho, quando ele existe e é possível.Acho que também eu gosto mais do Sócrates no estrangeiro. Ou se calhar tenho só alguma aversão à forma como se leva a sério a nossa esquerda intelectual (e diria ainda, urbana e, ainda, lisboeta e ainda, snob, como em alguns exemplos desta caixa de comentários). O que vale é que nunca se cruzam com o povo e lêm sempre o internacionalismo na versão original.(pelo meio, fiquei a pensar na palavra provincialismo. É, tem o seu quê de provinciana, esta exigência de perfeiçao aos olhos dos outros, por o melhor serviço para as visitas, forrar a talha de ouro os coches que levamos para o estrangeiro, que nao se riam de nós, tudo menos que se fiquem a rir)


Eu preferia ter um primeiro-ministro versado em todos os idiomas e mais alguns, mas na dúvida prefiro a tentativa e erro, a escapadela pelo charme, a falta de medo do ridículo, o querer comunicar em vez do não se querer envergonhar.Nunca as línguas estrangeiras foram tão importantes, na política, nos negócios, na vida, mas também nunca antes a comunicação pediu tanta autenticidade, tanta proximidade. Trabalho com gente de muitos países, normalmente em posições muito elevadas, vejo todos os dias no que dá um erro gramatical temperado com um sorriso e imagino o resultado que teria, em situação semelhante, o recurso a um tradutor ou a recusa de encontrar o interlocutor sequer a meio caminho, quando ele existe e é possível.Acho que também eu gosto mais do Sócrates no estrangeiro. Ou se calhar tenho só alguma aversão à forma como se leva a sério a nossa esquerda intelectual (e diria ainda, urbana e, ainda, lisboeta e ainda, snob, como em alguns exemplos desta caixa de comentários). O que vale é que nunca se cruzam com o povo e lêm sempre o internacionalismo na versão original.(pelo meio, fiquei a pensar na palavra provincialismo. É, tem o seu quê de provinciana, esta exigência de perfeiçao aos olhos dos outros, por o melhor serviço para as visitas, forrar a talha de ouro os coches que levamos para o estrangeiro, que nao se riam de nós, tudo menos que se fiquem a rir)

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