Fernando Nobre: uma candidatura táctica e retorcida

07-11-2013
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Quando vi surgir Fernando Nobre no cenário das Presidenciais, deduzi que havia ali mãozinha socialista. Depois percebeu-se, vinha ali pela mãozinha do ex-Presidente Mário Soares. E trata-se de uma jogada inteligente, de uma candidatura táctica e retorcida: um candidato de esquerda que é bem aceite pela direita. Querem melhor?

A candidatura também surgiu para garantir que Alegre fique para trás na corrida, Alegre que os deixou a comer pó nas últimas presidenciais. A minha ideia é mesmo esta: nunca os mesmos que perderam irão apoiar Alegre, só se disso dependesse a sua sobrevivência, o que não é o caso. Melhor do que Alegre, já têm o actual Presidente. Não esquecer que o eleitorado gosta de equilibrar os termos e o actual Presidente, com a sua cooperação estratégica, tornou-se inofensivo à esquerda. Assim, garantem as duas hipóteses: se o actual não for recandidatado, têm Fernando Nobre que entra pelo eleitorado de direita, tem essa vantagem. Outra vantagem de Fernando Nobre: parece mais maleável do que Alegre; mais previsível; mais modernaço também (Alegre é mais conservador do que parece). Fernando Nobre apresenta-se, além disso, como multicultural, uma espécie de circum-navegador actual (circum-voador?), dir-se-ia até universal… Além disso, Alegre já está colado ao BE, o que até dá ao PS um bom alibi (é que nunca se viu um socialista arrogante ir a reboque de ninguém…) Este apoio vai ser adiado e esquecido. Sim, é essa a minha ideia.

Não há dúvida, uma candidatura táctica e retorcida: que outro candidato poderia aparecer assim, com aquela áurea de Santo, um médico dedicado a causas humanitárias? Só precisa de dizer umas coisas consensuais até as pessoas se habituarem à ideia de que até dá um bom Presidente: as injustiças, as diferenças sociais, a pobreza… (Lembram-se que foi assim que Alegre nos comoveu com aquela Trova do Vento Que Passa?)

Quando vi surgir Fernando Nobre no cenário das Presidenciais, deduzi que havia ali mãozinha socialista. Depois percebeu-se, vinha ali pela mãozinha do ex-Presidente Mário Soares. E trata-se de uma jogada inteligente, de uma candidatura táctica e retorcida: um candidato de esquerda que é bem aceite pela direita. Querem melhor?

A candidatura também surgiu para garantir que Alegre fique para trás na corrida, Alegre que os deixou a comer pó nas últimas presidenciais. A minha ideia é mesmo esta: nunca os mesmos que perderam irão apoiar Alegre, só se disso dependesse a sua sobrevivência, o que não é o caso. Melhor do que Alegre, já têm o actual Presidente. Não esquecer que o eleitorado gosta de equilibrar os termos e o actual Presidente, com a sua cooperação estratégica, tornou-se inofensivo à esquerda. Assim, garantem as duas hipóteses: se o actual não for recandidatado, têm Fernando Nobre que entra pelo eleitorado de direita, tem essa vantagem. Outra vantagem de Fernando Nobre: parece mais maleável do que Alegre; mais previsível; mais modernaço também (Alegre é mais conservador do que parece). Fernando Nobre apresenta-se, além disso, como multicultural, uma espécie de circum-navegador actual (circum-voador?), dir-se-ia até universal… Além disso, Alegre já está colado ao BE, o que até dá ao PS um bom alibi (é que nunca se viu um socialista arrogante ir a reboque de ninguém…) Este apoio vai ser adiado e esquecido. Sim, é essa a minha ideia.

Não há dúvida, uma candidatura táctica e retorcida: que outro candidato poderia aparecer assim, com aquela áurea de Santo, um médico dedicado a causas humanitárias? Só precisa de dizer umas coisas consensuais até as pessoas se habituarem à ideia de que até dá um bom Presidente: as injustiças, as diferenças sociais, a pobreza… (Lembram-se que foi assim que Alegre nos comoveu com aquela Trova do Vento Que Passa?)

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