Bar Velho Online: Sensíveis latinos

01-07-2011
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O Século XXI é o século da sensibilidade. Ainda no outro dia ouvia o famoso comediante Bernie Mac a dizer no programa do Jay Leno que até há uns anos se podia dizer um pouco de tudo, que as pessoas conseguiam fazer a distinção entre humor e sátira, de ofensivo e que hoje não se pode dizer nada sobre o que quer que seja, que logo se têm dezenas de processos por difamação em cima. Não podia estar mais correcto na observação que faz.Creio que a recente capa da revista El Jueves não é ofensiva para a família real espanhola. Ofensivo seria colocar o príncipe em actos sexuais homossexuais, ou algo semelhante. Agora, sejamos sinceros: Filipe e Letízia têm dois filhos como? Seja à canzana, seja à missionário, o que é certo é que foram feitos como todos os mortais os fazem. Até aí, nada vejo de errado. Possivelmente poderei ver nos olhos esbugalhados de Letízia uma relação anal que muitas dores lhe pudessem estar a provocar. A ser assim, talvez considere minimamente ofensivo por ser uma prática sexual considerada de humilhação, etc. Enfim, filosofias que a sexologia poderá desvendar.Quanto às caixas de texto, a ser ofensivo para alguém será para o povo espanhol e a ofensa não é feita pela revista, mas sim pelos príncipes. Esta coisa das monarquias tem muito que se lhe diga. A família real nasce, literalmente, num berço de ouro, e tudo aquilo que faz é serviço militar, passeios, homenagens, visitas de Estado, etc. Pelo menos até à morte do Chefe de Estado. Alguém acha mesmo que a Rainha e os Príncipes fazem alguma coisa na vida? No entanto, uma coisa é certa: a monarquia terminou em Portugal pelo mesmo motivo que levou a revista El Jueves a editar esta capa, os monarcas não fazerem nada durante décadas e viverem de forma bastante desafogada. Fazem jus ao título que têm, vivendo como reis. Aqui acabou a monarquia, apesar da vida de rei continuar para muitos. Em Espanha continua e ninguém consegue encontrar razão de ser para a sua existência. Estes 2.500€ que a revista fala vêm a propósito das políticas de incentivo à natalidade de Zapatero, que atribuirá este valor por cada filho que cada casal espanhol tenha.Esta capa poderia ser vista como uma sátira, até porque os príncipes reais não receberam 2.500€ por cada filho que tiveram, mas sim algumas centenas de milhares de euros. Na minha opinião tratou-se mesmo apenas de uma crítica com bastante humor, e realista, a propósito da família real nunca ter trabalhado e o maior esforço que possam ter feito na vida ter sido gerar descendentes que possam dar continuidade à linhagem de não trabalhadores.Mais uma vez a verdade foi dita mas... o povo latino anda sensível. Se isto fosse por estas bandas, com alguns sujeitos, certamente não se ficariam pela retirada da revista das bancas, mas já estavam queixas-crime em tribunal contra os agentes. Disse "com alguns sujeitos", porque nem todos são assim: pense-se no caso de uma revista para adultos portuguesa que há cerca de um ano teve na sua capa uma caricatura de Cavaco Silva na cama com uma prostituta, e com dizeres muito pouco apropriados. Isto sim, é ofensivo. Porém, apesar disso, Cavaco Silva teve uma atitude digna: o desprezo.


O Século XXI é o século da sensibilidade. Ainda no outro dia ouvia o famoso comediante Bernie Mac a dizer no programa do Jay Leno que até há uns anos se podia dizer um pouco de tudo, que as pessoas conseguiam fazer a distinção entre humor e sátira, de ofensivo e que hoje não se pode dizer nada sobre o que quer que seja, que logo se têm dezenas de processos por difamação em cima. Não podia estar mais correcto na observação que faz.Creio que a recente capa da revista El Jueves não é ofensiva para a família real espanhola. Ofensivo seria colocar o príncipe em actos sexuais homossexuais, ou algo semelhante. Agora, sejamos sinceros: Filipe e Letízia têm dois filhos como? Seja à canzana, seja à missionário, o que é certo é que foram feitos como todos os mortais os fazem. Até aí, nada vejo de errado. Possivelmente poderei ver nos olhos esbugalhados de Letízia uma relação anal que muitas dores lhe pudessem estar a provocar. A ser assim, talvez considere minimamente ofensivo por ser uma prática sexual considerada de humilhação, etc. Enfim, filosofias que a sexologia poderá desvendar.Quanto às caixas de texto, a ser ofensivo para alguém será para o povo espanhol e a ofensa não é feita pela revista, mas sim pelos príncipes. Esta coisa das monarquias tem muito que se lhe diga. A família real nasce, literalmente, num berço de ouro, e tudo aquilo que faz é serviço militar, passeios, homenagens, visitas de Estado, etc. Pelo menos até à morte do Chefe de Estado. Alguém acha mesmo que a Rainha e os Príncipes fazem alguma coisa na vida? No entanto, uma coisa é certa: a monarquia terminou em Portugal pelo mesmo motivo que levou a revista El Jueves a editar esta capa, os monarcas não fazerem nada durante décadas e viverem de forma bastante desafogada. Fazem jus ao título que têm, vivendo como reis. Aqui acabou a monarquia, apesar da vida de rei continuar para muitos. Em Espanha continua e ninguém consegue encontrar razão de ser para a sua existência. Estes 2.500€ que a revista fala vêm a propósito das políticas de incentivo à natalidade de Zapatero, que atribuirá este valor por cada filho que cada casal espanhol tenha.Esta capa poderia ser vista como uma sátira, até porque os príncipes reais não receberam 2.500€ por cada filho que tiveram, mas sim algumas centenas de milhares de euros. Na minha opinião tratou-se mesmo apenas de uma crítica com bastante humor, e realista, a propósito da família real nunca ter trabalhado e o maior esforço que possam ter feito na vida ter sido gerar descendentes que possam dar continuidade à linhagem de não trabalhadores.Mais uma vez a verdade foi dita mas... o povo latino anda sensível. Se isto fosse por estas bandas, com alguns sujeitos, certamente não se ficariam pela retirada da revista das bancas, mas já estavam queixas-crime em tribunal contra os agentes. Disse "com alguns sujeitos", porque nem todos são assim: pense-se no caso de uma revista para adultos portuguesa que há cerca de um ano teve na sua capa uma caricatura de Cavaco Silva na cama com uma prostituta, e com dizeres muito pouco apropriados. Isto sim, é ofensivo. Porém, apesar disso, Cavaco Silva teve uma atitude digna: o desprezo.

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