Câmara Corporativa: O sindicalismo de direita

26-01-2012
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Já aqui fizera uma breve referência ao editorial do último boletim do Conselho Superior da Magistratura (CSM), subscrito por Noronha do Nascimento. Só agora tive oportunidade de o ler na íntegra.O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (e por inerência do CSM), um dos fundadores do sindicalismo judiciário, arrasa a “cegueira estratégica evidente” do actual presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), António Martins, o tal que era o braço direito do deputado do PSD Fernando Negrão, quando este exercia o cargo de director da Polícia Judiciária (e foi apanhado a exemplificar como o segredo de justiça é uma coisa frágil).Eis uma passagem do editorial para aguçar a vontade de o ler: ‘Toda esta problemática foi agora exponenciada – tenhamos a coragem de pôr os pontos nos is – pelo caso da avaliação do juiz Rui Teixeira.E foi exponenciada porque entretanto tínhamos à porta – tenhamos igual coragem de o dizer – três eleições quase seguidas: as eleições legislativas, a eleição para a presidência do S.T.J e a eleição para o C.S.M.; e, nessa medida, a direcção nacional da A.S.J.P. resolveu entrar em campanha em todas elas, sabendo-se como se sabe que tentar interferir em eleições político-partidárias traz normalmente a prazo efeitos corrosivos que dificilmente se apagarão.Aliás, e nessa sequência, as notícias jornalísticas do fim de Agosto – ou seja, a um mês das legislativas – sobre um estudo acerca das más condições em que funcionava um conjunto alargado de tribunais, estudo esse que, segundo as mesmas notícias, a direcção da A.S.J.P. tinha em seu poder havia dois anos, são significativas: com um estudo em seu poder há dois anos, a direcção da A.S.J.P. guardou-o e publicitou-o nas vésperas das legislativas, convencida ingenuamente de que tinha voz activa na matéria.’


Já aqui fizera uma breve referência ao editorial do último boletim do Conselho Superior da Magistratura (CSM), subscrito por Noronha do Nascimento. Só agora tive oportunidade de o ler na íntegra.O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (e por inerência do CSM), um dos fundadores do sindicalismo judiciário, arrasa a “cegueira estratégica evidente” do actual presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), António Martins, o tal que era o braço direito do deputado do PSD Fernando Negrão, quando este exercia o cargo de director da Polícia Judiciária (e foi apanhado a exemplificar como o segredo de justiça é uma coisa frágil).Eis uma passagem do editorial para aguçar a vontade de o ler: ‘Toda esta problemática foi agora exponenciada – tenhamos a coragem de pôr os pontos nos is – pelo caso da avaliação do juiz Rui Teixeira.E foi exponenciada porque entretanto tínhamos à porta – tenhamos igual coragem de o dizer – três eleições quase seguidas: as eleições legislativas, a eleição para a presidência do S.T.J e a eleição para o C.S.M.; e, nessa medida, a direcção nacional da A.S.J.P. resolveu entrar em campanha em todas elas, sabendo-se como se sabe que tentar interferir em eleições político-partidárias traz normalmente a prazo efeitos corrosivos que dificilmente se apagarão.Aliás, e nessa sequência, as notícias jornalísticas do fim de Agosto – ou seja, a um mês das legislativas – sobre um estudo acerca das más condições em que funcionava um conjunto alargado de tribunais, estudo esse que, segundo as mesmas notícias, a direcção da A.S.J.P. tinha em seu poder havia dois anos, são significativas: com um estudo em seu poder há dois anos, a direcção da A.S.J.P. guardou-o e publicitou-o nas vésperas das legislativas, convencida ingenuamente de que tinha voz activa na matéria.’

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