Salgado, Ricciardi e Carlos Costa vão regressar à comissão de inquérito

21-01-2015
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Salgado, Ricciardi e Carlos Costa vão regressar à comissão de inquérito

Maria Ana Barroso e Filipe Alves

Ontem 00:05

Deputados vão discutir mudanças na lista de pessoas a chamar. Duração da comissão deve ser alargada.

Depois do regresso de Sikander Sattar ao Parlamento na semana passada, haverá, pelo menos, mais três repetentes na comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES): Ricardo Salgado, José Maria Ricciardi e Carlos Costa. "Estes três são os mais óbvios", disse Fernando Negrão ao Diário Económico.

Questionado sobre se estes repetentes regressam em breve ou apenas mais para o fim das audições, o presidente da comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES defende que "faz todo o sentido" que fiquem para o final. Até porque, e à semelhança do que já aconteceu noutras audições, poderão surgir novos factos ou contradições em futuras audições sobre as quais seja útil confrontar o antigo presidente do BES, o governador do Banco de Portugal (BdP) e o presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI).

Para além das funções centrais que ocupam em todo este caso, têm surgido algumas questões durante as muita audições, nomeadamente quanto à supervisão do banco, por exemplo, nos tempos que precederam a sua queda. Por outro lado, também o discurso e versão de Salgado no Parlamento foi já contestada por diversas vezes por outros interlocutores. Já o regresso de Ricciardi acontecerá, nomeadamente, por causa da polémica presente em várias audições quanto às avaliações feitas quer da Tranquilidade, quer da Escom, pelo banco de investimento do grupo, o BESI.

Lista inicial vai ser mexida

No entanto, é altamente provável que haja mexidas na lista inicial apontada de nomes a chamar nesta comissão, admite Fernando Negrão. Alterações que podem implicar a inclusão de nomes inicialmente não previstos, assim como a exclusão de outros inicialmente indicados.

Este e outros temas serão discutidos em breve, numa reunião de coordenadores que deve ocorrer na próxima semana. É também já certo que o prazo de duração da comissão é para alargar, como assume o próprio Fernando Negrão. Estava inicialmente definido que a mesma terminasse a 6 de Fevereiro.

Sobre a não indicação, pelo menos numa fase inicial, de algumas figuras de relevo do universo Espírito Santo, o presidente da comissão de inquérito avança a possibilidade de essa realidade mudar. E lembra que o próprio decorrer das audições na comissão de inquérito vai levantando novas questões e, com isso, por vezes a necessidade de chamar novas pessoas.

Entre os nomes em relação aos quais se levanta a dúvida sobre porque não foram referidos na lista, de mais de cem nomes, definida no arranque da comissão pelos deputados estão nomes como Alberto Oliveira Pinto, que era ‘chairman' do BES, Roger Hartmann e Filipe Worsdell, estes dois últimos, respectivamente, CEO e CFO da ESFG. A antiga gestão da Espírito Santo Financial Group (ESFG) tem sido atacada em algumas audições. Um dos ataques mais assertivos veio de António Souto, antigo administrador do BES que deixou claro que quem não cumpriu o ‘ringfencing' imposto pelo BdP não foi o banco mas a sua antiga casa-mãe, a ESFG. Alguns administradores coincidiam nas duas instituições.

Por outro lado, e a propósito da aplicação feita pela Tranquilidade em dívida do GES, Miguel Moreno, administrador da Tranquilidade, foi apontado por depoentes nas audições como um dos gestores na seguradora, a par de Pedro Brito e Cunha, como outro dos responsáveis que tinha conhecimento deste investimento. Outros nomes, como Cláudia Faria, directora do departamento de gestão da poupança, não foi chamada, ainda que fosse nesta área que era originado o papel comercial.

Outro exemplo de ausências são Horácio Afonso e Rita Amaral Cabral que, a par de Joaquim Goes, que já esteve no Parlamento, compunham a comissão de controlo de transacções com partes relacionadas, criada no BES aquando da implementação das medidas de ‘ringfencing' impostas pelo BdP.

Salgado, Ricciardi e Carlos Costa vão regressar à comissão de inquérito

Maria Ana Barroso e Filipe Alves

Ontem 00:05

Deputados vão discutir mudanças na lista de pessoas a chamar. Duração da comissão deve ser alargada.

Depois do regresso de Sikander Sattar ao Parlamento na semana passada, haverá, pelo menos, mais três repetentes na comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES): Ricardo Salgado, José Maria Ricciardi e Carlos Costa. "Estes três são os mais óbvios", disse Fernando Negrão ao Diário Económico.

Questionado sobre se estes repetentes regressam em breve ou apenas mais para o fim das audições, o presidente da comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES defende que "faz todo o sentido" que fiquem para o final. Até porque, e à semelhança do que já aconteceu noutras audições, poderão surgir novos factos ou contradições em futuras audições sobre as quais seja útil confrontar o antigo presidente do BES, o governador do Banco de Portugal (BdP) e o presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI).

Para além das funções centrais que ocupam em todo este caso, têm surgido algumas questões durante as muita audições, nomeadamente quanto à supervisão do banco, por exemplo, nos tempos que precederam a sua queda. Por outro lado, também o discurso e versão de Salgado no Parlamento foi já contestada por diversas vezes por outros interlocutores. Já o regresso de Ricciardi acontecerá, nomeadamente, por causa da polémica presente em várias audições quanto às avaliações feitas quer da Tranquilidade, quer da Escom, pelo banco de investimento do grupo, o BESI.

Lista inicial vai ser mexida

No entanto, é altamente provável que haja mexidas na lista inicial apontada de nomes a chamar nesta comissão, admite Fernando Negrão. Alterações que podem implicar a inclusão de nomes inicialmente não previstos, assim como a exclusão de outros inicialmente indicados.

Este e outros temas serão discutidos em breve, numa reunião de coordenadores que deve ocorrer na próxima semana. É também já certo que o prazo de duração da comissão é para alargar, como assume o próprio Fernando Negrão. Estava inicialmente definido que a mesma terminasse a 6 de Fevereiro.

Sobre a não indicação, pelo menos numa fase inicial, de algumas figuras de relevo do universo Espírito Santo, o presidente da comissão de inquérito avança a possibilidade de essa realidade mudar. E lembra que o próprio decorrer das audições na comissão de inquérito vai levantando novas questões e, com isso, por vezes a necessidade de chamar novas pessoas.

Entre os nomes em relação aos quais se levanta a dúvida sobre porque não foram referidos na lista, de mais de cem nomes, definida no arranque da comissão pelos deputados estão nomes como Alberto Oliveira Pinto, que era ‘chairman' do BES, Roger Hartmann e Filipe Worsdell, estes dois últimos, respectivamente, CEO e CFO da ESFG. A antiga gestão da Espírito Santo Financial Group (ESFG) tem sido atacada em algumas audições. Um dos ataques mais assertivos veio de António Souto, antigo administrador do BES que deixou claro que quem não cumpriu o ‘ringfencing' imposto pelo BdP não foi o banco mas a sua antiga casa-mãe, a ESFG. Alguns administradores coincidiam nas duas instituições.

Por outro lado, e a propósito da aplicação feita pela Tranquilidade em dívida do GES, Miguel Moreno, administrador da Tranquilidade, foi apontado por depoentes nas audições como um dos gestores na seguradora, a par de Pedro Brito e Cunha, como outro dos responsáveis que tinha conhecimento deste investimento. Outros nomes, como Cláudia Faria, directora do departamento de gestão da poupança, não foi chamada, ainda que fosse nesta área que era originado o papel comercial.

Outro exemplo de ausências são Horácio Afonso e Rita Amaral Cabral que, a par de Joaquim Goes, que já esteve no Parlamento, compunham a comissão de controlo de transacções com partes relacionadas, criada no BES aquando da implementação das medidas de ‘ringfencing' impostas pelo BdP.

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