Só PSD não promove estrelas do BES

19-08-2015
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Era uma vez um inquérito parlamentar de alto risco, sobre um tema muito delicado, que punha em jogo a imagem do Parlamento. Acabou bem: focou-se mais no que estava sob inquérito do que nas guerrilhas partidárias, o relatório final foi aprovado sem votos contra, o presidente da comissão tornou-se uma referência na condução de um inquérito parlamentar, e todos foram felizes, senão para sempre, pelo menos para as eleições seguintes. Todos? Não. PS, PCP, CDS e BE aproveitaram o desempenho dos seus protagonistas no inquérito ao BES, e promoveram-nos nas listas de candidatos às legislativas. O PSD, não.

Os três principais rostos do PSD na comissão parlamentar de inquérito (CPI) tiveram sortes diferentes, mas nenhum teve a sorte dos seus pares dos outros partidos. O caso mais evidente do star system pós-CPI é o de Mariana Mortágua — o BE não desperdiçou a popularidade conseguida pela deputada e puxou-a para cabeça de lista em Lisboa (há quatro anos, foi 14ª). Pedro Nuno Santos, do PS, também se viu projetado como cabeça de lista — em Aveiro, onde é líder da distrital e foi segundo em 2011. Cecília Meireles também foi promovida — tinha sido a terceira do CDS pelo Porto, agora será segunda. E o comunista Miguel Tiago também viu o seu desempenho reconhecido: saltou de 5º para 3º na lista da CDU por Lisboa.

E no PSD? Comecemos pelo caso mais insólito: o afastamento de Pedro Saraiva, autor do relatório final da CPI. Tarefa complexa e melindrosa, cumprida com elogios unânimes e a aprovação, pela primeira vez na história das CPI, sem votos contra (o PCP absteve-se, os restantes votaram a favor). Em 2009 e em 2011, este catedrático tinha sido o 2º por Coimbra — agora, estava disponível para continuar e, sabe o Expresso, tinha a expectativa de ser cabeça de lista ou segundo — nem uma coisa nem outra. Nem foi convidado. Nenhuma estrutura do PSD de Coimbra o indicou à direção nacional. Mesmo depois de Luís Montenegro, o líder parlamentar, o ter tentado segurar, Passos Coelho não o incluiu na quota do líder do partido — preferiu colocar na lista de Coimbra a vice-reitora Margarida Mano (cabeça de lista) e, em segundo lugar, o secretário de Estado Manuel Rodrigues, um dos seus homens de confiança.

Fernando Negrão, que presidiu à CPI, e recebeu, por isso, o reconhecimento de todas as bancadas e da comunicação social, chegou a ser apontado como uma boa hipótese para encabeçar uma lista da coligação. Nada disso: será o segundo por Braga, tal como há quatro anos. Isto, embora o cabeça de lista desse círculo tenha mudado, por força do afastamento de Miguel Macedo — mas, em seu lugar, vai Moreira da Silva. Apesar de não ter sido promovido nas listas, há quem aponte Negrão, caso a coligação vença, como ministeriável ou um dos nomes mais fortes para presidente do Parlamento. Por fim, no trio da frente do PSD no inquérito ao BES, resta Carlos Abreu Amorim, que foi o coordenador no PSD na CPI: será o cabeça de lista por Viana do Castelo. Exatamente o mesmo lugar que teve há quatro anos.

Era uma vez um inquérito parlamentar de alto risco, sobre um tema muito delicado, que punha em jogo a imagem do Parlamento. Acabou bem: focou-se mais no que estava sob inquérito do que nas guerrilhas partidárias, o relatório final foi aprovado sem votos contra, o presidente da comissão tornou-se uma referência na condução de um inquérito parlamentar, e todos foram felizes, senão para sempre, pelo menos para as eleições seguintes. Todos? Não. PS, PCP, CDS e BE aproveitaram o desempenho dos seus protagonistas no inquérito ao BES, e promoveram-nos nas listas de candidatos às legislativas. O PSD, não.

Os três principais rostos do PSD na comissão parlamentar de inquérito (CPI) tiveram sortes diferentes, mas nenhum teve a sorte dos seus pares dos outros partidos. O caso mais evidente do star system pós-CPI é o de Mariana Mortágua — o BE não desperdiçou a popularidade conseguida pela deputada e puxou-a para cabeça de lista em Lisboa (há quatro anos, foi 14ª). Pedro Nuno Santos, do PS, também se viu projetado como cabeça de lista — em Aveiro, onde é líder da distrital e foi segundo em 2011. Cecília Meireles também foi promovida — tinha sido a terceira do CDS pelo Porto, agora será segunda. E o comunista Miguel Tiago também viu o seu desempenho reconhecido: saltou de 5º para 3º na lista da CDU por Lisboa.

E no PSD? Comecemos pelo caso mais insólito: o afastamento de Pedro Saraiva, autor do relatório final da CPI. Tarefa complexa e melindrosa, cumprida com elogios unânimes e a aprovação, pela primeira vez na história das CPI, sem votos contra (o PCP absteve-se, os restantes votaram a favor). Em 2009 e em 2011, este catedrático tinha sido o 2º por Coimbra — agora, estava disponível para continuar e, sabe o Expresso, tinha a expectativa de ser cabeça de lista ou segundo — nem uma coisa nem outra. Nem foi convidado. Nenhuma estrutura do PSD de Coimbra o indicou à direção nacional. Mesmo depois de Luís Montenegro, o líder parlamentar, o ter tentado segurar, Passos Coelho não o incluiu na quota do líder do partido — preferiu colocar na lista de Coimbra a vice-reitora Margarida Mano (cabeça de lista) e, em segundo lugar, o secretário de Estado Manuel Rodrigues, um dos seus homens de confiança.

Fernando Negrão, que presidiu à CPI, e recebeu, por isso, o reconhecimento de todas as bancadas e da comunicação social, chegou a ser apontado como uma boa hipótese para encabeçar uma lista da coligação. Nada disso: será o segundo por Braga, tal como há quatro anos. Isto, embora o cabeça de lista desse círculo tenha mudado, por força do afastamento de Miguel Macedo — mas, em seu lugar, vai Moreira da Silva. Apesar de não ter sido promovido nas listas, há quem aponte Negrão, caso a coligação vença, como ministeriável ou um dos nomes mais fortes para presidente do Parlamento. Por fim, no trio da frente do PSD no inquérito ao BES, resta Carlos Abreu Amorim, que foi o coordenador no PSD na CPI: será o cabeça de lista por Viana do Castelo. Exatamente o mesmo lugar que teve há quatro anos.

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