A minha Travessa do Ferreira

02-07-2011
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Edmundo Pedro(Montagem publicada em «Caminhos da Memória»)Os 90 anos do Edmundo PedroMais do que o Tarrafal Antunes FerreiraNo sábado passado, tive a alegria de participar no almoço de homenagem ao Edmundo Pedro, que cumpria 90 anos. Foi uma ocasião impar, onde, para alem dos muitos abraços trocados com Amigos e camaradas que já não via há uns largos anos, ouvi, da boca de Vasco Lourenço, a leitura de um ofício do Comandante Geral da Guarda Nacional Republicana desmentindo formal e absolutamente que o lutador pela Liberdade estivesse envolvido em negócios de electrodomésticos, como na altura fora posto a correr.A missiva era resposta em muitas alíneas ao pedido que fora formulado à GNR pelo capitão de Abril e, depois de lida, foi entregue como prenda de aniversário ao Homem que desde miúdo se dedicou de alma e coração ao combate contra a ditadura. Foi com 13 anos que se tornou filiado da Juventude Comunista.Uma vida riquíssima e um quase constante sofrimento foram imagens de marca do resistente. Na dedicatória que lhe fiz no «Morte na Picada» agradeci-lhe o exemplo e os ensinamentos que dele colhi. Aqui o repito, porque o registo feito neste blogue não ficaria, em meu entender, completo sem esta menção. Eu devo-lhe muito nesse particular e por isso nunca o poderia deixar passar em claro.O essencial da homenagem, que reuniu mais de 250 pessoas, já foi referido pela Comunicação Social. Tal como acentuou Edmundo Pedro na sua intervenção final de agradecimento, não se tratava de uma comemoração de cariz partidário, mas sim de um grupo de amigos que, felizmente, tem. E, sem qualquer intenção de reportagem (já fiz tantas que agora me dou ao luxo de apenas produzir registos…), aqui deixo a parte mais significativa das palavras deste cidadão exemplar.«É um momento reconfortante, depois de ter sido tão maltratado, estar hoje aqui rodeado de pessoas de todas as áreas da sociedade portuguesa, políticos, operários, magistrados, militares, advogados». Mas, apesar disso, sublinhou a finalizar que «tudo mereceu a pena, voltava a fazer o mesmo, repetia o mesmo percurso», garantiu o antigo preso político, que passou dez anos no Tarrafal, incluindo seis meses na terrível frigideira.Edmundo Pedro, que também teve consigo a família, entrou, passe a expressão, «em tudo» o que foram lutas contra o salazarismo. Foi dos primeiros a perceber os erros do comunismo e em especial do estalinismo. Participou no golpe de Beja em já depois do 25 de Abril, sendo dirigente do PS e presidente da RTP viu o seu nome arrastado pela lama e esteve seis meses preso. Por mor desse caso das armas, que, alias, assumiu voluntária e frontalmente, como sempre fez. Disse ele que essa prisão em tempo já de Democracia foi o que mais lhe custou. «Mais do que o Tarrafal».Por aqui me fico. Não posso dizer mais do que um muito obrigado ao meu querido Amigo Edmundo Pedro. Isto, claro, para alem de ficar a aguardar a saída do II volume das suas Memórias. Força, Pedro.


Edmundo Pedro(Montagem publicada em «Caminhos da Memória»)Os 90 anos do Edmundo PedroMais do que o Tarrafal Antunes FerreiraNo sábado passado, tive a alegria de participar no almoço de homenagem ao Edmundo Pedro, que cumpria 90 anos. Foi uma ocasião impar, onde, para alem dos muitos abraços trocados com Amigos e camaradas que já não via há uns largos anos, ouvi, da boca de Vasco Lourenço, a leitura de um ofício do Comandante Geral da Guarda Nacional Republicana desmentindo formal e absolutamente que o lutador pela Liberdade estivesse envolvido em negócios de electrodomésticos, como na altura fora posto a correr.A missiva era resposta em muitas alíneas ao pedido que fora formulado à GNR pelo capitão de Abril e, depois de lida, foi entregue como prenda de aniversário ao Homem que desde miúdo se dedicou de alma e coração ao combate contra a ditadura. Foi com 13 anos que se tornou filiado da Juventude Comunista.Uma vida riquíssima e um quase constante sofrimento foram imagens de marca do resistente. Na dedicatória que lhe fiz no «Morte na Picada» agradeci-lhe o exemplo e os ensinamentos que dele colhi. Aqui o repito, porque o registo feito neste blogue não ficaria, em meu entender, completo sem esta menção. Eu devo-lhe muito nesse particular e por isso nunca o poderia deixar passar em claro.O essencial da homenagem, que reuniu mais de 250 pessoas, já foi referido pela Comunicação Social. Tal como acentuou Edmundo Pedro na sua intervenção final de agradecimento, não se tratava de uma comemoração de cariz partidário, mas sim de um grupo de amigos que, felizmente, tem. E, sem qualquer intenção de reportagem (já fiz tantas que agora me dou ao luxo de apenas produzir registos…), aqui deixo a parte mais significativa das palavras deste cidadão exemplar.«É um momento reconfortante, depois de ter sido tão maltratado, estar hoje aqui rodeado de pessoas de todas as áreas da sociedade portuguesa, políticos, operários, magistrados, militares, advogados». Mas, apesar disso, sublinhou a finalizar que «tudo mereceu a pena, voltava a fazer o mesmo, repetia o mesmo percurso», garantiu o antigo preso político, que passou dez anos no Tarrafal, incluindo seis meses na terrível frigideira.Edmundo Pedro, que também teve consigo a família, entrou, passe a expressão, «em tudo» o que foram lutas contra o salazarismo. Foi dos primeiros a perceber os erros do comunismo e em especial do estalinismo. Participou no golpe de Beja em já depois do 25 de Abril, sendo dirigente do PS e presidente da RTP viu o seu nome arrastado pela lama e esteve seis meses preso. Por mor desse caso das armas, que, alias, assumiu voluntária e frontalmente, como sempre fez. Disse ele que essa prisão em tempo já de Democracia foi o que mais lhe custou. «Mais do que o Tarrafal».Por aqui me fico. Não posso dizer mais do que um muito obrigado ao meu querido Amigo Edmundo Pedro. Isto, claro, para alem de ficar a aguardar a saída do II volume das suas Memórias. Força, Pedro.

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