Bloco e CDS recusam negociar com "paraministros". Só PSD aceita falar com Costa Silva

12-06-2020
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O Bloco de Esquerda só negoceia com membros do Governo e rejeita a existência de "paraministros", afirmou este sábado a coordenadora do partido, comentando a manchete do Expresso segundo a qual um gestor petrolífero está a assumir esse papel.

Na edição deste fim de semana, o Expresso conta-lhe que o gestor da petrolífera Partex António Costa Silva "tornou-se uma espécie de 'para-ministro'" e que "já acompanhou Costa em reuniões com empresários e já começou as reuniões com cada um dos ministros", a primeira das quais com o titular da pasta do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.

"O senhor primeiro-ministro é aconselhado por quem acha que pode fazer esse trabalho, é livre de o escolher. O Bloco de Esquerda, naturalmente, negoceia com membros do Governo, como fez até agora e como mandam, aliás, as regras da boa transparência da nossa democracia", afirmou Catarina Martins, salientando que "a figura de para-ministro não pode existir". "As pessoas que têm competência para tomar decisões em Portugal, que estão sujeitas não só a um regime de incompatibilidades e impedimentos estritos como de transparência sobre os seus rendimentos são membros do Governo: ministros e secretários de Estado", apontou ainda.

O PCP, numa curta declaração, seguiu o mesmo tom: "O programa de recuperação deve ser discutido com quem deve, que é com o Parlamento e o Governo".

Também no sábado, o líder do CDS alinhou pelo mesmo diapasão da líder do Bloco (numa rara sintonia): "Para discutir o plano de recuperação económica do país, o CDS conta reunir com Costa e Siza, e não com Costa Silva. O primeiro-ministro pode escolher com quem é que os seus ministros se aconselham, mas em matéria de governação do país, o CDS deve falar com o Governo e não com quem o Governo fala", afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.

"Há 3 Meses o CDS sugeriu ao Governo a criação de um gabinete de crise para relançar social e economicamente o país, que integrasse representantes de vários sectores fundamentais e todos os partidos com assento parlamentar. Apesar de tardiamente, vale sempre a pena recuperar esta boa ideia do CDS", acrescentou o líder do CDS.

PSD aceita, com surpresa

A direção do PSD desafinou desta reação geral. Isabel Meireles, em nome do partido, manifestou "surpresa" e lamentou que Costa Silva seja "um estreante na política: desconhece os assuntos da governação, não tem experiência na área". Mas acrescentou que "a oposição responsável e colaborante do PSD" leva a que esteja "na disposição de colaborar com quem o primeiro-ministro aceitar".

Isabel Meireles acredita que a explicação para esta nomeação esteja "numa remodelação que está para breve".

O Bloco de Esquerda só negoceia com membros do Governo e rejeita a existência de "paraministros", afirmou este sábado a coordenadora do partido, comentando a manchete do Expresso segundo a qual um gestor petrolífero está a assumir esse papel.

Na edição deste fim de semana, o Expresso conta-lhe que o gestor da petrolífera Partex António Costa Silva "tornou-se uma espécie de 'para-ministro'" e que "já acompanhou Costa em reuniões com empresários e já começou as reuniões com cada um dos ministros", a primeira das quais com o titular da pasta do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.

"O senhor primeiro-ministro é aconselhado por quem acha que pode fazer esse trabalho, é livre de o escolher. O Bloco de Esquerda, naturalmente, negoceia com membros do Governo, como fez até agora e como mandam, aliás, as regras da boa transparência da nossa democracia", afirmou Catarina Martins, salientando que "a figura de para-ministro não pode existir". "As pessoas que têm competência para tomar decisões em Portugal, que estão sujeitas não só a um regime de incompatibilidades e impedimentos estritos como de transparência sobre os seus rendimentos são membros do Governo: ministros e secretários de Estado", apontou ainda.

O PCP, numa curta declaração, seguiu o mesmo tom: "O programa de recuperação deve ser discutido com quem deve, que é com o Parlamento e o Governo".

Também no sábado, o líder do CDS alinhou pelo mesmo diapasão da líder do Bloco (numa rara sintonia): "Para discutir o plano de recuperação económica do país, o CDS conta reunir com Costa e Siza, e não com Costa Silva. O primeiro-ministro pode escolher com quem é que os seus ministros se aconselham, mas em matéria de governação do país, o CDS deve falar com o Governo e não com quem o Governo fala", afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.

"Há 3 Meses o CDS sugeriu ao Governo a criação de um gabinete de crise para relançar social e economicamente o país, que integrasse representantes de vários sectores fundamentais e todos os partidos com assento parlamentar. Apesar de tardiamente, vale sempre a pena recuperar esta boa ideia do CDS", acrescentou o líder do CDS.

PSD aceita, com surpresa

A direção do PSD desafinou desta reação geral. Isabel Meireles, em nome do partido, manifestou "surpresa" e lamentou que Costa Silva seja "um estreante na política: desconhece os assuntos da governação, não tem experiência na área". Mas acrescentou que "a oposição responsável e colaborante do PSD" leva a que esteja "na disposição de colaborar com quem o primeiro-ministro aceitar".

Isabel Meireles acredita que a explicação para esta nomeação esteja "numa remodelação que está para breve".

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