FINISTERRA: MAR PORTUGUÊS

21-01-2012
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O mar salgado, quanto do teu salSao lagrimas de PortugalPor te cruzarmos, quantas maes choraram,Quantos filhos em vao rezaram!Quantas noivas ficaram por casarPara que fosses nosso, o mar!Valeu a pena? Tudo vale a penaSe a alma nao e pequena.Quem quer passar alem do BojadorTem que passar alem da dor.Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele e que espelhou o ceu.Senhor, a noite veio e a vontade e vil.Tanta foi a tormenta e a vontade!Restam-nos hoje, no silencio hostil,O mar universal e a saudade.Mas a chama, que a vida em nos criou,Se ainda ha vida ainda nao e finda.O frio morto cinzas a ocultou:A mao do vento pode ergue-la ainda.Da o sopro, a aragem - ou a desgraca ou ansia-,Com que a chama do esforco se remoca,E outra vez conquistamos a Distancia-Do mar ou outra, mas que seja nossa!Photo & Copyright ArmaganPoema Mar Portugues, Fernando Pessoa


O mar salgado, quanto do teu salSao lagrimas de PortugalPor te cruzarmos, quantas maes choraram,Quantos filhos em vao rezaram!Quantas noivas ficaram por casarPara que fosses nosso, o mar!Valeu a pena? Tudo vale a penaSe a alma nao e pequena.Quem quer passar alem do BojadorTem que passar alem da dor.Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele e que espelhou o ceu.Senhor, a noite veio e a vontade e vil.Tanta foi a tormenta e a vontade!Restam-nos hoje, no silencio hostil,O mar universal e a saudade.Mas a chama, que a vida em nos criou,Se ainda ha vida ainda nao e finda.O frio morto cinzas a ocultou:A mao do vento pode ergue-la ainda.Da o sopro, a aragem - ou a desgraca ou ansia-,Com que a chama do esforco se remoca,E outra vez conquistamos a Distancia-Do mar ou outra, mas que seja nossa!Photo & Copyright ArmaganPoema Mar Portugues, Fernando Pessoa

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