Os temas que dominaram o debate: da dívida ao desemprego, passando por Sócrates e as presidenciais.

16-09-2015
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1 - Estabilidade governativa

O que vão fazer Passos e Costa se não vencerem as eleições no dia 4 de Outubro? Uma pergunta a que nem um, nem outro quis responder verdadeiramente. Passos não faz "cenários pós-eleitorais" e pediu voto inequívoco dos portugueses. Mas fez questão de dizer que "é responsabilidade de todos os políticos respeitar o resultados das eleições e não colocar os interesses dos seus partidos à frente do interesse de estabilidade do país". Costa foi mais claro ao dizer que se querem que ele substitua Passos não podem depois pedir-lhe que se entenda com ele: "Querem mudança, votem no PS". E pediu mesmo uma "maioria absoluta", num "contexto de diálogo".

2 - Os casos judiciais: Sócrates e Macedo

Foi o mais omnipresente tal como esperado: José Sócrates viu o seu nome invocado por Passos por doze vezes e viu Costa, apesar de agradecer o apoio, deixar claro que não tem muitas saudades dele. Depois de Passos se referir várias vezes a Sócrates, Costa disse mesmo: "se tem saudades, porque não vai lá a casa debater com ele"? Oprimeiro-ministro aproveitou para deixar o aparte: "Não é muito diferente [debater com Costa]. A tentativa de colagem do secretário-geral do PS ao ex-primeiro-ministro serviu, no fim, para Costa se demarcar. "Não tenho previsto isso [ir agradecer pessoalmente o apoio].

E porque era inevitável levar Passos a falar das consequências do caso Miguel Macedo, o tema foi suscitado. Passos não se deixou abalar: "Não comento esse caso, como não comento casos de Justiça".

3 - Presidenciais

É um tema que tem insistido entrar na campanha eleitoral das Legislativas, mas do qual nem Costa nem Passos se quiseram alargar muito. Osecretário-geral do PS aproveitou para garantir que a existência de duas candidaturas na área do PS [Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém] é facto de "enriquecimento e dinâmica". Já Passos foi obrigado a dizer que mantém o perfil que definiu na moção que levou ao último congresso do PSD e que foi lido como um afastamento de apoio a Marcelo Rebelo de Sousa: "Foi a moção que propus e é por ela que nos guiaremos quando avaliarmos essa situação", disse.

4 - Saúde

Confrontado com a falta de médicos de família para todos os portugueses, Passos assumiu que ainda não tem esse objectivo cumprido, mas destacou que há "menos listas de espera, mais hospitais, mais investimento na saúde, as pessoas pagam menos 300 milhões em medicamentos". Costa falou de obras concluídas que estão fechadas e garantiu que irá aumentar o orçamento para a Saúde se for Governo. Para a história do debate fica a frase: "Os senhores têm criado muitos postos de trabalho [para os enfermeiros], mas não é cá, é no Reino Unido", atacou Costa.

5 - Impostos

Foi aqui que os líderes fizeram mais promessas. Costa diz que eliminará a sobretaxa do IRSem dois anos - 2016 e 2017. Passos volta a prometer devolver a sobretaxa em 2016 através de crédito fiscal, mediante a condição de IVAe IRSficarem acima do orçamentado. Quanto à eliminação da sobretaxa será feita em quatro anos, começando em 2016. Ainda ao nível dos impostos, Costa promete rever os escalões do IRS, aumentando-os e com isso a sua progressividade. Passos diz que isso é regressar às experiências de Sócrates em 2009 e 2010.

6 - Sustentabilidade da segurança social

Foi o tema que mais tempo consumiu no debate: a solução para a Segurança Social. Costa não aceita qualquer corte nas pensões e acusa a coligação de prever tirar mais 600 milhões aos pensionistas. Passos insistiu que não fará nenhum corte, mas voltou a não esclarecer como poupa este valor que prometeu no PEC que entregou em Bruxelas. Quanto ao modelo para a Segurança Social, Costa ataca o plafonamento que a coligação propõe, dizendo que PSD e CDS querem entregar as contribuições dos portugueses à "especulação" que conduziu à situação dos "lesados do BES". Passos rejeita a acusação e diz que a proposta doPS não é muito diferente desse plafonamento, dizendo até que se o modelo socialista for aplicado - "um plafonamento vertical" ou diversificação das fontes de rendimento - há várias medidas "que perfazem esses 600 milhões de euros". O líder do PSD acusa o PSde querer alocar quatro pontos percentuais da receita de IRCà Segurança Social, mas de só isso ser comido pela "restituição do IVAda restauração" que os socialistas propõem.

7 - O colapso do bes

Com os lesados do BES a manifestarem-se à porta do Museu da Electricidade, Passos aproveitou para lhes sugerir que recorram aos tribunais para fazer valer os seus direitos, já que os reguladores - CMVMe Banco de Portugal - não se entendem sobre o assunto. O primeiro-ministro garantiu mais uma vez que "não haverá custos directos para os contribuintes" e que a haver prejuízos na venda do Novo Banco, como se antecipa, serão os bancos a suportá-los. Costa acusou-o de fazer um "passa culpas permanente" e de ter sido uma das vozes que, "de forma imprudente" veio a público dar garantias às pessoas sobre o BES.

8 - O pedido de resgate à ‘troika'

Costa ia preparado para responsabilizar Passos pelo pedido de resgate feito em 2011 à ‘troika' e para o acusar, mostrando números, de ter sempre ido além da receita que era imposta pelos credores. Já Passos usou sempre o argumento de que foi graças às medidas de austeridade que oGoverno levou a cabo, que o país se salvou da situação de bancarrota e que nunca seguiu o caminho dessa austeridade "por vontade ou gosto". A palavra de ordem no discurso do primeiro-ministro foi que "cumpriu" e isso permite agora abrir uma "janela de futuro". Pediu aos portugueses para não voltarem a entrar na "aventura socialista".

9 - VEM - o programa para ajudar os jovens emigrantes

Oprograma do Governo para fazer regressar a Portugal os jovens emigrantes serviu para Costa atacar Passos, dizendo que ao definir seis fases de candidatura, o Executivo não apoiou até agora nenhum jovem.

10 - A dívida pública

Costa começou logo ao ataque: o Governo tinha dois objectivos e "não cumpriu nenhum". Não reduziu a dívida, que aumentou mais cerca de 20 pontos percentuais e "nos últimos 20 anos todos os governos conseguiram crescimento do PIB e o único que fracassou foi Passos", disse Costa. Passos falou da herança que recebeu de Sócrates - 195 mil milhões de euros. Costa usou sempre o tema para fazer a comparação com o seu trabalho em Lisboa, onde recebeu uma grande dívida, mas pagou. Ouviu Passos dizer que o fez à conta do dinheiro que oGoverno lhe "deu" dos terrenos do aeroporto.

11 - O desemprego

Quantos empregos se compromete Costa a criar? O líder do PS não voltou a cometer o erro de quantificar e garantiu apenas que tem uma "meta". Passos elencou o facto de o Governo ter reduzido o desemprego nos últimos dois anos e já ter voltado a criar mais de 200 mil empregos.

1 - Estabilidade governativa

O que vão fazer Passos e Costa se não vencerem as eleições no dia 4 de Outubro? Uma pergunta a que nem um, nem outro quis responder verdadeiramente. Passos não faz "cenários pós-eleitorais" e pediu voto inequívoco dos portugueses. Mas fez questão de dizer que "é responsabilidade de todos os políticos respeitar o resultados das eleições e não colocar os interesses dos seus partidos à frente do interesse de estabilidade do país". Costa foi mais claro ao dizer que se querem que ele substitua Passos não podem depois pedir-lhe que se entenda com ele: "Querem mudança, votem no PS". E pediu mesmo uma "maioria absoluta", num "contexto de diálogo".

2 - Os casos judiciais: Sócrates e Macedo

Foi o mais omnipresente tal como esperado: José Sócrates viu o seu nome invocado por Passos por doze vezes e viu Costa, apesar de agradecer o apoio, deixar claro que não tem muitas saudades dele. Depois de Passos se referir várias vezes a Sócrates, Costa disse mesmo: "se tem saudades, porque não vai lá a casa debater com ele"? Oprimeiro-ministro aproveitou para deixar o aparte: "Não é muito diferente [debater com Costa]. A tentativa de colagem do secretário-geral do PS ao ex-primeiro-ministro serviu, no fim, para Costa se demarcar. "Não tenho previsto isso [ir agradecer pessoalmente o apoio].

E porque era inevitável levar Passos a falar das consequências do caso Miguel Macedo, o tema foi suscitado. Passos não se deixou abalar: "Não comento esse caso, como não comento casos de Justiça".

3 - Presidenciais

É um tema que tem insistido entrar na campanha eleitoral das Legislativas, mas do qual nem Costa nem Passos se quiseram alargar muito. Osecretário-geral do PS aproveitou para garantir que a existência de duas candidaturas na área do PS [Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém] é facto de "enriquecimento e dinâmica". Já Passos foi obrigado a dizer que mantém o perfil que definiu na moção que levou ao último congresso do PSD e que foi lido como um afastamento de apoio a Marcelo Rebelo de Sousa: "Foi a moção que propus e é por ela que nos guiaremos quando avaliarmos essa situação", disse.

4 - Saúde

Confrontado com a falta de médicos de família para todos os portugueses, Passos assumiu que ainda não tem esse objectivo cumprido, mas destacou que há "menos listas de espera, mais hospitais, mais investimento na saúde, as pessoas pagam menos 300 milhões em medicamentos". Costa falou de obras concluídas que estão fechadas e garantiu que irá aumentar o orçamento para a Saúde se for Governo. Para a história do debate fica a frase: "Os senhores têm criado muitos postos de trabalho [para os enfermeiros], mas não é cá, é no Reino Unido", atacou Costa.

5 - Impostos

Foi aqui que os líderes fizeram mais promessas. Costa diz que eliminará a sobretaxa do IRSem dois anos - 2016 e 2017. Passos volta a prometer devolver a sobretaxa em 2016 através de crédito fiscal, mediante a condição de IVAe IRSficarem acima do orçamentado. Quanto à eliminação da sobretaxa será feita em quatro anos, começando em 2016. Ainda ao nível dos impostos, Costa promete rever os escalões do IRS, aumentando-os e com isso a sua progressividade. Passos diz que isso é regressar às experiências de Sócrates em 2009 e 2010.

6 - Sustentabilidade da segurança social

Foi o tema que mais tempo consumiu no debate: a solução para a Segurança Social. Costa não aceita qualquer corte nas pensões e acusa a coligação de prever tirar mais 600 milhões aos pensionistas. Passos insistiu que não fará nenhum corte, mas voltou a não esclarecer como poupa este valor que prometeu no PEC que entregou em Bruxelas. Quanto ao modelo para a Segurança Social, Costa ataca o plafonamento que a coligação propõe, dizendo que PSD e CDS querem entregar as contribuições dos portugueses à "especulação" que conduziu à situação dos "lesados do BES". Passos rejeita a acusação e diz que a proposta doPS não é muito diferente desse plafonamento, dizendo até que se o modelo socialista for aplicado - "um plafonamento vertical" ou diversificação das fontes de rendimento - há várias medidas "que perfazem esses 600 milhões de euros". O líder do PSD acusa o PSde querer alocar quatro pontos percentuais da receita de IRCà Segurança Social, mas de só isso ser comido pela "restituição do IVAda restauração" que os socialistas propõem.

7 - O colapso do bes

Com os lesados do BES a manifestarem-se à porta do Museu da Electricidade, Passos aproveitou para lhes sugerir que recorram aos tribunais para fazer valer os seus direitos, já que os reguladores - CMVMe Banco de Portugal - não se entendem sobre o assunto. O primeiro-ministro garantiu mais uma vez que "não haverá custos directos para os contribuintes" e que a haver prejuízos na venda do Novo Banco, como se antecipa, serão os bancos a suportá-los. Costa acusou-o de fazer um "passa culpas permanente" e de ter sido uma das vozes que, "de forma imprudente" veio a público dar garantias às pessoas sobre o BES.

8 - O pedido de resgate à ‘troika'

Costa ia preparado para responsabilizar Passos pelo pedido de resgate feito em 2011 à ‘troika' e para o acusar, mostrando números, de ter sempre ido além da receita que era imposta pelos credores. Já Passos usou sempre o argumento de que foi graças às medidas de austeridade que oGoverno levou a cabo, que o país se salvou da situação de bancarrota e que nunca seguiu o caminho dessa austeridade "por vontade ou gosto". A palavra de ordem no discurso do primeiro-ministro foi que "cumpriu" e isso permite agora abrir uma "janela de futuro". Pediu aos portugueses para não voltarem a entrar na "aventura socialista".

9 - VEM - o programa para ajudar os jovens emigrantes

Oprograma do Governo para fazer regressar a Portugal os jovens emigrantes serviu para Costa atacar Passos, dizendo que ao definir seis fases de candidatura, o Executivo não apoiou até agora nenhum jovem.

10 - A dívida pública

Costa começou logo ao ataque: o Governo tinha dois objectivos e "não cumpriu nenhum". Não reduziu a dívida, que aumentou mais cerca de 20 pontos percentuais e "nos últimos 20 anos todos os governos conseguiram crescimento do PIB e o único que fracassou foi Passos", disse Costa. Passos falou da herança que recebeu de Sócrates - 195 mil milhões de euros. Costa usou sempre o tema para fazer a comparação com o seu trabalho em Lisboa, onde recebeu uma grande dívida, mas pagou. Ouviu Passos dizer que o fez à conta do dinheiro que oGoverno lhe "deu" dos terrenos do aeroporto.

11 - O desemprego

Quantos empregos se compromete Costa a criar? O líder do PS não voltou a cometer o erro de quantificar e garantiu apenas que tem uma "meta". Passos elencou o facto de o Governo ter reduzido o desemprego nos últimos dois anos e já ter voltado a criar mais de 200 mil empregos.

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