Almanaque Republicano

24-01-2012
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Campos Lima: notas breves IIEm 1924, Campos Lima funda a Editora Spartacus [onde publicou contos, romances e opúsculos seus, como O Amor e a Vida, 1924; A Revolução em Portugal, 1925; A Ceia dos Pobres (3ª ed., peça para teatro, publicada inicialmente em 1906 e que teve grande êxito no Brasil entre a comunidade libertária), a Teoria Libertária ou o Anarquismo, 1926; Gente Devota, 1927; Mulher Perdida, 1928; etc. Registe-se a publicação, pelas Edições Spartacus, das raras novelas de Ferreira de Castro, "Sendas do Lirismo e de Amor”" e "A Casa dos Móveis Dourados"]e mantêm a sua faceta de jornalista [sócio efectivo da Casa dos Jornalistas nº 120, de 11/11/1924], articulista e, mesmo, de director, num conjunto quase infindável de publicações periódicas. Assim, colabora no jornal Vanguarda (1899-1911), no jornal O Mundo (1900), na Verdade (1903), no jornal republicano País (1905-1921), na Era Nova (já citado), na Greve (jornal republicano-sindicalista, dir. Alexandre Vieira, 1908), no jornal republicano O Povo (1911-1916), no importante semanário libertário Terra Livre (1913), no diário do partido republicano "Portugal" (1917-1920), no jornal O Século, na Pátria (1920), no Diário de Notícias, no jornal republicano da tarde A Notícia (1928), no Diário da Noite (Lisboa, 1932-33), Gleba (1934-35), no jornal anarquista A Batalha e no seu importante suplemento literário, na Revista do Instituto de Coimbra, na Vida Contemporânea (1934-36), no magazine mensal Civilização [dirigido por Ferreira de Castro e Campos Monteiro, 1925-37]. Foi também [proprietário e] director do diário da tarde "A Boa Nova" [nº1, 1 Maio 1908], da Imprensa de Lisboa [diário dos grevistas e único que se publicou na Greve de 1921], do jornal Imprensa Livre [1925, onde colaborou Ferreira de Castro que, curiosamente nesse mesmo ano, publica o célebre e raro livro Mas...], funda [Março de 1929-Fevereiro 1930] a revista libertária Cultura [XIV numrs] e é, ainda, director [entre o nº 275-326] do semanário de critica literária e artística O Diabo, em 1939. Campos Lima foi um manifestamente um intelectual de orientação libertária [registe-se que João Freire, no seu artigo "A evolução ideológica de alguns expoentes do anarquismo português no pós-guerra" (Revista da Biblioteca Nacional, 1-2, 1995, p. 140) assinala a existência de um "grupo informal de antigos libertários" reunidos como tertúlia, da qual fazia parte, além de Campos Lima, Emílio Costa, Pinto Quartim, Jaime Brasil e Alexandre Vieira, e que se "reuniam habitualmente no Café Chiado", debatendo, conspirando e estabelecendo "programas políticos libertários"], um historiador do movimento operário, libertário e republicano [veja-se a sua Dissertação para a cadeira de Ciência Económica da FDUC, "O Movimento Operário em Portugal" (publicado em 1910 e, depois, em 1972), "O Estado e a Evolução do Direito" (1914), "O Reino da Traulitânia (25 dias de reacção monárquica" (1919), "A revolução em Portugal" (1925) ou leia-se os artigos da revista Cultura (em especial "Nós e as Ditaduras", nº 3, 1929)], um verdadeiro romântico de "ideias livres". Nunca aceitou ser deputado, tendo recusado cargos de chefia de estado, como governador civil de Braga (durante o "ministério de Bernardino Machado") ou ministro da Justiça (convite que lhe é feito depois do "movimento de 19 de Outubro de 1921").Torna-se por isso tudo e, justamente, pela "sua conduta”", "aprumo moral", "tolerância", "indiferença à glória" e total "desassombro" [refª a artigo de Belisário Pimenta sobre C.L., Vértice, nº 153] uma figura absolutamente notável, que assume, defende e professa as suas ideias até ao fim da sua luminosa vida, a 15 de Março de 1956. Bibliografia geral consultada: Anarquistas, Republicanos e Socialistas em Portugal: as convergências possíveis (1892-1910), de António Ventura, Cosmos, 2000 / Breve História do Pensamento e das Lutas Sociais em Portugal, por Edgar Rodrigues, Assírio & Alvim, 1977 / Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Séc XX, de Daniel Pires, Grifo,1996 / Jornais Diários Portugueses do séc. XX, de Mário Matos e Lemos, Ariadne Editora, Coimbra, 2006 / Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol 5J.M.M.


Campos Lima: notas breves IIEm 1924, Campos Lima funda a Editora Spartacus [onde publicou contos, romances e opúsculos seus, como O Amor e a Vida, 1924; A Revolução em Portugal, 1925; A Ceia dos Pobres (3ª ed., peça para teatro, publicada inicialmente em 1906 e que teve grande êxito no Brasil entre a comunidade libertária), a Teoria Libertária ou o Anarquismo, 1926; Gente Devota, 1927; Mulher Perdida, 1928; etc. Registe-se a publicação, pelas Edições Spartacus, das raras novelas de Ferreira de Castro, "Sendas do Lirismo e de Amor”" e "A Casa dos Móveis Dourados"]e mantêm a sua faceta de jornalista [sócio efectivo da Casa dos Jornalistas nº 120, de 11/11/1924], articulista e, mesmo, de director, num conjunto quase infindável de publicações periódicas. Assim, colabora no jornal Vanguarda (1899-1911), no jornal O Mundo (1900), na Verdade (1903), no jornal republicano País (1905-1921), na Era Nova (já citado), na Greve (jornal republicano-sindicalista, dir. Alexandre Vieira, 1908), no jornal republicano O Povo (1911-1916), no importante semanário libertário Terra Livre (1913), no diário do partido republicano "Portugal" (1917-1920), no jornal O Século, na Pátria (1920), no Diário de Notícias, no jornal republicano da tarde A Notícia (1928), no Diário da Noite (Lisboa, 1932-33), Gleba (1934-35), no jornal anarquista A Batalha e no seu importante suplemento literário, na Revista do Instituto de Coimbra, na Vida Contemporânea (1934-36), no magazine mensal Civilização [dirigido por Ferreira de Castro e Campos Monteiro, 1925-37]. Foi também [proprietário e] director do diário da tarde "A Boa Nova" [nº1, 1 Maio 1908], da Imprensa de Lisboa [diário dos grevistas e único que se publicou na Greve de 1921], do jornal Imprensa Livre [1925, onde colaborou Ferreira de Castro que, curiosamente nesse mesmo ano, publica o célebre e raro livro Mas...], funda [Março de 1929-Fevereiro 1930] a revista libertária Cultura [XIV numrs] e é, ainda, director [entre o nº 275-326] do semanário de critica literária e artística O Diabo, em 1939. Campos Lima foi um manifestamente um intelectual de orientação libertária [registe-se que João Freire, no seu artigo "A evolução ideológica de alguns expoentes do anarquismo português no pós-guerra" (Revista da Biblioteca Nacional, 1-2, 1995, p. 140) assinala a existência de um "grupo informal de antigos libertários" reunidos como tertúlia, da qual fazia parte, além de Campos Lima, Emílio Costa, Pinto Quartim, Jaime Brasil e Alexandre Vieira, e que se "reuniam habitualmente no Café Chiado", debatendo, conspirando e estabelecendo "programas políticos libertários"], um historiador do movimento operário, libertário e republicano [veja-se a sua Dissertação para a cadeira de Ciência Económica da FDUC, "O Movimento Operário em Portugal" (publicado em 1910 e, depois, em 1972), "O Estado e a Evolução do Direito" (1914), "O Reino da Traulitânia (25 dias de reacção monárquica" (1919), "A revolução em Portugal" (1925) ou leia-se os artigos da revista Cultura (em especial "Nós e as Ditaduras", nº 3, 1929)], um verdadeiro romântico de "ideias livres". Nunca aceitou ser deputado, tendo recusado cargos de chefia de estado, como governador civil de Braga (durante o "ministério de Bernardino Machado") ou ministro da Justiça (convite que lhe é feito depois do "movimento de 19 de Outubro de 1921").Torna-se por isso tudo e, justamente, pela "sua conduta”", "aprumo moral", "tolerância", "indiferença à glória" e total "desassombro" [refª a artigo de Belisário Pimenta sobre C.L., Vértice, nº 153] uma figura absolutamente notável, que assume, defende e professa as suas ideias até ao fim da sua luminosa vida, a 15 de Março de 1956. Bibliografia geral consultada: Anarquistas, Republicanos e Socialistas em Portugal: as convergências possíveis (1892-1910), de António Ventura, Cosmos, 2000 / Breve História do Pensamento e das Lutas Sociais em Portugal, por Edgar Rodrigues, Assírio & Alvim, 1977 / Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Séc XX, de Daniel Pires, Grifo,1996 / Jornais Diários Portugueses do séc. XX, de Mário Matos e Lemos, Ariadne Editora, Coimbra, 2006 / Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol 5J.M.M.

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