A morte nas estradas portuguesas

07-10-2015
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Há guerras no mundo com menos mortos. 320 pessoas perderam a vida nas estradas de Portugal em 2015. Os dados são da Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária (ANSR). Mas são apenas contabilizados os que pereceram no local do acidente ou a caminho do hospital. Se contássemos os que ficam em estado grave e morrem dias depois, o número rapidamente duplicaria.

Mais de 50% morre aos fins-de-semana

Mais de metade dos acidentes mortais acontece quando está bom tempo e ao fim-de-semana. Desde 2013 que o número de mortos na estrada, nos meses de Julho e Agosto, aumentou consideravelmente. Este ano, em Junho foram registadas 25 vítimas mortais, em Julho o número subiu para 42 e só nas três primeiras semanas de Agosto contaram-se 36 mortes na estrada.

Causas

40% das vítimas mortais acusaram álcool no sangue. Os factores mais relevantes para a origem dos acidentes mortais continuam a ser o álcool e as drogas, o excesso de velocidade e o uso de telemóveis durante a condução. Muito tráfego, férias, ansiedade em chegar ao destino, noites de diversão que duram até de manhã e meios de fiscalização insuficientes, especialmente nas épocas de maior intensidade de tráfego, também são factores que contribuem para muitos dos acidentes mortais.

Telemóveis: nova causa de acidentes

Nos dias de hoje, usa-se o telemóvel para enviar mensagens, ver o e-mail, filmar, fotografar, tirar selfies, e, curiosamente, até para telefonar… E há quem faça tudo isto enquanto conduz o carro. Com menos uma mão para conduzir e a visão diminuída (por vezes nula), os acidentes são inevitáveis e muitas vezes trágicos. Há anos, ficou célebre a campanha de Oprah Winfrey que passou a “convidar” as estrelas que entrevistava no seu programa a prometerem em público não enviar mensagens enquanto conduziam. Isto porque diversos estudos feitos nos EUA revelaram haver tantos acidentes com origem no álcool e excesso de velocidade, como devido ao uso de telemóveis. Em Portugal não há qualquer estudo sobre este tema, mas, diariamente, centenas de condutores são vistos a usar o telemóvel enquanto conduzem.

Números

Mais óbitos, mais feridos graves, mais acidentes. O número de vítimas mortais em acidentes rodoviários em Portugal mais parece o resultado de uma guerra sem quartel. Só nas primeiras três semanas de Agosto houve 36 mortes. Em Junho, Julho e Agosto deste ano morreram 78 pessoas. Do primeiro dia de Janeiro ao último de Agosto foram registados mais de 79 mil acidentes que provocaram, ao todo, 320 mortos. O triste ranking dos acidentes rodoviários, por distritos, está ordenado por Porto, Lisboa e Aveiro

Idosos são as principais vítimas

De Janeiro a Março deste ano, 25 peões perderam a vida na estrada por atropelamento. Entre estas vítimas, 44% tinha mais de 65 anos.

A maior concentração de pontos negros

Despistes e colisões, seguidos muitas vezes de capotamento e morte ocorrem com frequência no IP7, mais conhecido por Eixo Norte-Sul, a via rápida que atravessa Lisboa. É aqui que se concentra o maior número de pontos negros. Em apenas 500 metros de estrada, existem três pontos entre o Aqueduto das Águas Livres e o viaduto Duarte Pacheco. Num ano, foram aqui registados 45 acidentes rodoviários. Também a zona de Telheiras apresenta um elevado nível de sinistralidade.

Eixo Norte-Sul: armadilha e fonte de rendimento

Tem características de autoestrada, mas não é. Os sinais de orientação nesta via, em alguns troços, são de fundo de cor azul, correspondente às autoestradas. Induz os condutores em erro e, na hora da fiscalização da velocidade, é comum muitos serem detectados em limites de auto-estrada. Segundo o Regulamento de Sinalização de Trânsito, o Eixo Norte-Sul, deveria ter sinais de fundo de cor verde, correspondente às vias da Rede Rodoviária Fundamental, que não são autoestradas. Mas não tem. Levados ao engano pela sinalização, muitos condutores são multados por excesso de velocidade. Ganham os cofres do Estado.

Eixo urbano fundamental

O Eixo Norte-Sul é uma das estradas mais movimentadas do País. Atravessa Lisboa, ligando a Ponte 25 de Abril à Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL/IC17/A 36) e à nascente do Túnel do Grilo (entre a ligações com a A8, e a ligação com a A1 e A12). Em 2003, esta via foi integrada no Itinerário Principal N.o 7 (IP7) da Rede Rodoviária Nacional, ficando sob tutela da Administração Central.

Outras vias perigosas

A EN125, no Algarve, onde este ano já morreram 11 pessoas, tem apenas um ponto negro. Outras estradas perigosas e com vários pontos negros são o IC19 entre Lisboa e Sintra, o IC17, mais conhecido por CRIL, a A5, entre Lisboa e Cascais, e a EN12 ou Estrada da Circunvalação, que separa o Porto dos concelhos vizinhos da Maia, Matosinhos e Gondomar.

Há guerras no mundo com menos mortos. 320 pessoas perderam a vida nas estradas de Portugal em 2015. Os dados são da Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária (ANSR). Mas são apenas contabilizados os que pereceram no local do acidente ou a caminho do hospital. Se contássemos os que ficam em estado grave e morrem dias depois, o número rapidamente duplicaria.

Mais de 50% morre aos fins-de-semana

Mais de metade dos acidentes mortais acontece quando está bom tempo e ao fim-de-semana. Desde 2013 que o número de mortos na estrada, nos meses de Julho e Agosto, aumentou consideravelmente. Este ano, em Junho foram registadas 25 vítimas mortais, em Julho o número subiu para 42 e só nas três primeiras semanas de Agosto contaram-se 36 mortes na estrada.

Causas

40% das vítimas mortais acusaram álcool no sangue. Os factores mais relevantes para a origem dos acidentes mortais continuam a ser o álcool e as drogas, o excesso de velocidade e o uso de telemóveis durante a condução. Muito tráfego, férias, ansiedade em chegar ao destino, noites de diversão que duram até de manhã e meios de fiscalização insuficientes, especialmente nas épocas de maior intensidade de tráfego, também são factores que contribuem para muitos dos acidentes mortais.

Telemóveis: nova causa de acidentes

Nos dias de hoje, usa-se o telemóvel para enviar mensagens, ver o e-mail, filmar, fotografar, tirar selfies, e, curiosamente, até para telefonar… E há quem faça tudo isto enquanto conduz o carro. Com menos uma mão para conduzir e a visão diminuída (por vezes nula), os acidentes são inevitáveis e muitas vezes trágicos. Há anos, ficou célebre a campanha de Oprah Winfrey que passou a “convidar” as estrelas que entrevistava no seu programa a prometerem em público não enviar mensagens enquanto conduziam. Isto porque diversos estudos feitos nos EUA revelaram haver tantos acidentes com origem no álcool e excesso de velocidade, como devido ao uso de telemóveis. Em Portugal não há qualquer estudo sobre este tema, mas, diariamente, centenas de condutores são vistos a usar o telemóvel enquanto conduzem.

Números

Mais óbitos, mais feridos graves, mais acidentes. O número de vítimas mortais em acidentes rodoviários em Portugal mais parece o resultado de uma guerra sem quartel. Só nas primeiras três semanas de Agosto houve 36 mortes. Em Junho, Julho e Agosto deste ano morreram 78 pessoas. Do primeiro dia de Janeiro ao último de Agosto foram registados mais de 79 mil acidentes que provocaram, ao todo, 320 mortos. O triste ranking dos acidentes rodoviários, por distritos, está ordenado por Porto, Lisboa e Aveiro

Idosos são as principais vítimas

De Janeiro a Março deste ano, 25 peões perderam a vida na estrada por atropelamento. Entre estas vítimas, 44% tinha mais de 65 anos.

A maior concentração de pontos negros

Despistes e colisões, seguidos muitas vezes de capotamento e morte ocorrem com frequência no IP7, mais conhecido por Eixo Norte-Sul, a via rápida que atravessa Lisboa. É aqui que se concentra o maior número de pontos negros. Em apenas 500 metros de estrada, existem três pontos entre o Aqueduto das Águas Livres e o viaduto Duarte Pacheco. Num ano, foram aqui registados 45 acidentes rodoviários. Também a zona de Telheiras apresenta um elevado nível de sinistralidade.

Eixo Norte-Sul: armadilha e fonte de rendimento

Tem características de autoestrada, mas não é. Os sinais de orientação nesta via, em alguns troços, são de fundo de cor azul, correspondente às autoestradas. Induz os condutores em erro e, na hora da fiscalização da velocidade, é comum muitos serem detectados em limites de auto-estrada. Segundo o Regulamento de Sinalização de Trânsito, o Eixo Norte-Sul, deveria ter sinais de fundo de cor verde, correspondente às vias da Rede Rodoviária Fundamental, que não são autoestradas. Mas não tem. Levados ao engano pela sinalização, muitos condutores são multados por excesso de velocidade. Ganham os cofres do Estado.

Eixo urbano fundamental

O Eixo Norte-Sul é uma das estradas mais movimentadas do País. Atravessa Lisboa, ligando a Ponte 25 de Abril à Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL/IC17/A 36) e à nascente do Túnel do Grilo (entre a ligações com a A8, e a ligação com a A1 e A12). Em 2003, esta via foi integrada no Itinerário Principal N.o 7 (IP7) da Rede Rodoviária Nacional, ficando sob tutela da Administração Central.

Outras vias perigosas

A EN125, no Algarve, onde este ano já morreram 11 pessoas, tem apenas um ponto negro. Outras estradas perigosas e com vários pontos negros são o IC19 entre Lisboa e Sintra, o IC17, mais conhecido por CRIL, a A5, entre Lisboa e Cascais, e a EN12 ou Estrada da Circunvalação, que separa o Porto dos concelhos vizinhos da Maia, Matosinhos e Gondomar.

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