Isabel Almeida diz que colocação de obrigações via Eurofin foi para protecção dos clientes do BES

16-01-2015
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Isabel Almeida diz que colocação de obrigações via Eurofin foi para protecção dos clientes do BES

Filipe Alves

filipe.alves@economico.pt

13 Jan 2015

A antiga directora do departamento financeiro do BES garantiu hoje que a emissão de obrigações com promessa de recompra - o chamado caso Eurofin - foi feita no interesse dos clientes do banco e dos investidores.

Questionada sobre o caso Eurofin na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão do BES e do GES, Isabel Almeida referiu que não pode falar sobre esse tema, por se encontrar em segredo de justiça. No entanto, defendeu que não havia intenção de prejudicar o banco e os clientes.

"Gostava de lhe poder explicar esse mecanismo, mas não posso. Posso-lhe dizer que essas operações em que participámos foi para protecção dos clientes do banco e dos investidores. Transferindo o risco A para o risco B", disse Isabel Almeida, quando questionada pelo deputado Duarte Marques.

Isabel Almeida é arguida no caso Eurofin, um alegado esquema de financiamento do GES através da emissão de obrigações, pelo BES, com promessa de recompra. A recompra destes títulos, a partir do segundo trimestre de 2014, causou um 'buraco' superior a 800 milhões de euros, que agravou os prejuízos semestrais do banco e precipitou a sua resolução, a 3 de Agosto.

Perguntasda sobre as emissões de dívida de empresas do GES que foram colocadas junto de clientes do banco, Isabel Almeida garantiu que as equipas do BES estavam certas de que esses produtos eram "sãos".

A antiga directora do departamento financeiro do BES garantiu que só no final de 2013 teve conhecimento da situação da holding Espírito Santo International (que tinha um 'buraco' de 1,3 mil milhões de euros), dado que nunca teve funções na área não-financeira do GES.

"Tinha noção que o Grupo Espírito Santo era um grande grupo, endividado, com os problemas próprios de muitas empresas portuguesas, com falta de capital e endividado, mas não tinha, de todo, e nunca me foi evidenciado nenhum problema concreto, relativamente aos problemas que vieram a ser revelados em 2013 e 2014", disse Isabel Almeida.

"Morais Pires estava connosco todos os dias"

Ao longo da audição, que ainda decorre, Isabel Almeida fez questão de frisar que tudo o que se passou no departamento financeiro foi feito por instruções do administrador-financeiro (CFO) Amílcar Morais Pires e da comissão executiva, que era liderada por Ricardo Salgado.

"O Dr. Morais Pires estava connosco todos os dias. Obviamente que podia viajar, mas também há telefones", defendeu, acrescentando: "O nível de confiança e respeito mútuo fazia com que eu discutisse com ele todas as matérias, quer ele estivesse no banco, quer estivesse fora do país. Estávamos em contacto de forma muito próxima e corrente".

"É impossível o Dr. Morais Pires não saber de tudo o que se passava no departamento", frisou.

Explicou que "havia pouca comunicação por escrito pelas simples razão de que estávamos em open space".

"A decisão final era sempre do meu administrador, mas tive sempre oportunidade de contrapor argumentos e dar alternativas a essas operações se não concordasse com a forma como a instrução estava a ser dada", explicou Isabel Almeida.

Isabel Almeida diz que colocação de obrigações via Eurofin foi para protecção dos clientes do BES

Filipe Alves

filipe.alves@economico.pt

13 Jan 2015

A antiga directora do departamento financeiro do BES garantiu hoje que a emissão de obrigações com promessa de recompra - o chamado caso Eurofin - foi feita no interesse dos clientes do banco e dos investidores.

Questionada sobre o caso Eurofin na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão do BES e do GES, Isabel Almeida referiu que não pode falar sobre esse tema, por se encontrar em segredo de justiça. No entanto, defendeu que não havia intenção de prejudicar o banco e os clientes.

"Gostava de lhe poder explicar esse mecanismo, mas não posso. Posso-lhe dizer que essas operações em que participámos foi para protecção dos clientes do banco e dos investidores. Transferindo o risco A para o risco B", disse Isabel Almeida, quando questionada pelo deputado Duarte Marques.

Isabel Almeida é arguida no caso Eurofin, um alegado esquema de financiamento do GES através da emissão de obrigações, pelo BES, com promessa de recompra. A recompra destes títulos, a partir do segundo trimestre de 2014, causou um 'buraco' superior a 800 milhões de euros, que agravou os prejuízos semestrais do banco e precipitou a sua resolução, a 3 de Agosto.

Perguntasda sobre as emissões de dívida de empresas do GES que foram colocadas junto de clientes do banco, Isabel Almeida garantiu que as equipas do BES estavam certas de que esses produtos eram "sãos".

A antiga directora do departamento financeiro do BES garantiu que só no final de 2013 teve conhecimento da situação da holding Espírito Santo International (que tinha um 'buraco' de 1,3 mil milhões de euros), dado que nunca teve funções na área não-financeira do GES.

"Tinha noção que o Grupo Espírito Santo era um grande grupo, endividado, com os problemas próprios de muitas empresas portuguesas, com falta de capital e endividado, mas não tinha, de todo, e nunca me foi evidenciado nenhum problema concreto, relativamente aos problemas que vieram a ser revelados em 2013 e 2014", disse Isabel Almeida.

"Morais Pires estava connosco todos os dias"

Ao longo da audição, que ainda decorre, Isabel Almeida fez questão de frisar que tudo o que se passou no departamento financeiro foi feito por instruções do administrador-financeiro (CFO) Amílcar Morais Pires e da comissão executiva, que era liderada por Ricardo Salgado.

"O Dr. Morais Pires estava connosco todos os dias. Obviamente que podia viajar, mas também há telefones", defendeu, acrescentando: "O nível de confiança e respeito mútuo fazia com que eu discutisse com ele todas as matérias, quer ele estivesse no banco, quer estivesse fora do país. Estávamos em contacto de forma muito próxima e corrente".

"É impossível o Dr. Morais Pires não saber de tudo o que se passava no departamento", frisou.

Explicou que "havia pouca comunicação por escrito pelas simples razão de que estávamos em open space".

"A decisão final era sempre do meu administrador, mas tive sempre oportunidade de contrapor argumentos e dar alternativas a essas operações se não concordasse com a forma como a instrução estava a ser dada", explicou Isabel Almeida.

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