O estado da nação e o tuc tuc da oposição

06-10-2015
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Esta é a semana do mais estrutural dos debates políticos entre os que todos os anos decorrem na Assembleia da República. Se não o é...devia. O "Estado da Nação" serve precisamente para fazer um ponto de ordem à mesa dos partidos e dos políticos, entre uma sessão legislativa que termina e outra que se avista com o verão pelo meio.

A todos sem exceção é pedida reflexão, ponderação e ação reprodutiva. Esperemos que o Governo reflita sobre o que fez (o cumprimento do memorando da Troika) e sobre o que ainda falta fazer (reforma do Estado). Esperemos que a oposição reflita sobre o que não fez (aprender com os erros do passado) e sobre o que ainda falta fazer (pensar no entendimento e concertação não como mais um caminho mas uma inevitabilidade).

Oposição em estado de negação

A poucos dias do encerramento desta sessão legislativa o que mais assusta é o estado de negação em que se encontra a oposição que persiste na ignorância das causas da crise que nos trouxe aqui, a mesma oposição que ignora os sinais de recuperação que constantemente surgem aqui e ali e que alguns preferem ignorar.

Não falo apenas dos números da criação do emprego que não param de subir, do crescimento contínuo e sólido das exportações ou do aumento progressivo da produção industrial. Já nem mesmo o Partido Socialista esconde o embaraço ao verificar a brutal baixa das taxas de juro que Portugal tem conseguido nos mercados financeiros, graças à sua atual credibilidade, ao esforço do Banco Central Europeu e ao rigor do Estado português.

Falo também da força e credibilidade que as instituições portuguesas começam a recuperar - são sinais que não podemos ignorar e que revelam que "aprendemos a lição". Temos um Banco de Portugal que cumpre a sua função, que se impôs a um dos históricos bancos portugueses e que se julgava o "Dono disto tudo", temos bancos que receberam apoio do Estado e que já devolveram com juros o dinheiro que o Estado lhes emprestou e temos um Primeiro-Ministro que sabe dizer não aos que se julgavam donos disto tudo.

Dispensa da última tranche foi uma chicuelina

Temos portanto um Estado cada vez mais livre e libertado das amarras e forças que tanto o condicionaram nos últimos anos, atingindo o seu clímax com a chegada da Troika, uma espécie de veneno para combater outro veneno. O país foi resgatado, libertou-se dessas amarras por direito próprio e deu-se ao luxo de dispensar a última tranche, numa espécie de chicuelina que celebra o primeiro sinal de independência, seja ela boa ou arriscada.

O PS e a restante oposição ainda vivem sobre as amarras do passado e das quais não se conseguem auto resgatar. O PCP pensa que o muro de Berlim ainda não caiu, o Bloco acha que Louçã ainda vai descer à terra e não compreendeu a razão porque ficou abaixo de Marinho Pinto nas ultimas eleições. Aliás, se aplicássemos ao Bloco a sua própria receita para a legitimidade democrática do Governo, os seus Deputados caberiam hoje num Tuc-Tuc. O PS vive em estado de negação de um período de crise Pós parto de Sócrates do qual Seguro não se conseguiu libertar para poder sobreviver e que agora não consegue negar para poder viver.

É esta oposição que não aposta na responsabilização, que rejeita a avaliação rigorosa dos estudantes e professores, que critica a diferenciação salarial por diferença de desempenho, que tem pânico da iniciativa privada e do Estado regulador, que prefere ignorar que o pais vive uma crise demográfica e que há escolas que hoje já não fazem sentido porque prejudicam os estudantes. Neste momento a oposição em Portugal não é de centro esquerda, é de extrema-esquerda pois hoje dificilmente distingo o PS do BE ou do PCP.

Temos no fundo um país agarrado ao futuro e uma oposição agrilhoada no passado.

Esta é a semana do mais estrutural dos debates políticos entre os que todos os anos decorrem na Assembleia da República. Se não o é...devia. O "Estado da Nação" serve precisamente para fazer um ponto de ordem à mesa dos partidos e dos políticos, entre uma sessão legislativa que termina e outra que se avista com o verão pelo meio.

A todos sem exceção é pedida reflexão, ponderação e ação reprodutiva. Esperemos que o Governo reflita sobre o que fez (o cumprimento do memorando da Troika) e sobre o que ainda falta fazer (reforma do Estado). Esperemos que a oposição reflita sobre o que não fez (aprender com os erros do passado) e sobre o que ainda falta fazer (pensar no entendimento e concertação não como mais um caminho mas uma inevitabilidade).

Oposição em estado de negação

A poucos dias do encerramento desta sessão legislativa o que mais assusta é o estado de negação em que se encontra a oposição que persiste na ignorância das causas da crise que nos trouxe aqui, a mesma oposição que ignora os sinais de recuperação que constantemente surgem aqui e ali e que alguns preferem ignorar.

Não falo apenas dos números da criação do emprego que não param de subir, do crescimento contínuo e sólido das exportações ou do aumento progressivo da produção industrial. Já nem mesmo o Partido Socialista esconde o embaraço ao verificar a brutal baixa das taxas de juro que Portugal tem conseguido nos mercados financeiros, graças à sua atual credibilidade, ao esforço do Banco Central Europeu e ao rigor do Estado português.

Falo também da força e credibilidade que as instituições portuguesas começam a recuperar - são sinais que não podemos ignorar e que revelam que "aprendemos a lição". Temos um Banco de Portugal que cumpre a sua função, que se impôs a um dos históricos bancos portugueses e que se julgava o "Dono disto tudo", temos bancos que receberam apoio do Estado e que já devolveram com juros o dinheiro que o Estado lhes emprestou e temos um Primeiro-Ministro que sabe dizer não aos que se julgavam donos disto tudo.

Dispensa da última tranche foi uma chicuelina

Temos portanto um Estado cada vez mais livre e libertado das amarras e forças que tanto o condicionaram nos últimos anos, atingindo o seu clímax com a chegada da Troika, uma espécie de veneno para combater outro veneno. O país foi resgatado, libertou-se dessas amarras por direito próprio e deu-se ao luxo de dispensar a última tranche, numa espécie de chicuelina que celebra o primeiro sinal de independência, seja ela boa ou arriscada.

O PS e a restante oposição ainda vivem sobre as amarras do passado e das quais não se conseguem auto resgatar. O PCP pensa que o muro de Berlim ainda não caiu, o Bloco acha que Louçã ainda vai descer à terra e não compreendeu a razão porque ficou abaixo de Marinho Pinto nas ultimas eleições. Aliás, se aplicássemos ao Bloco a sua própria receita para a legitimidade democrática do Governo, os seus Deputados caberiam hoje num Tuc-Tuc. O PS vive em estado de negação de um período de crise Pós parto de Sócrates do qual Seguro não se conseguiu libertar para poder sobreviver e que agora não consegue negar para poder viver.

É esta oposição que não aposta na responsabilização, que rejeita a avaliação rigorosa dos estudantes e professores, que critica a diferenciação salarial por diferença de desempenho, que tem pânico da iniciativa privada e do Estado regulador, que prefere ignorar que o pais vive uma crise demográfica e que há escolas que hoje já não fazem sentido porque prejudicam os estudantes. Neste momento a oposição em Portugal não é de centro esquerda, é de extrema-esquerda pois hoje dificilmente distingo o PS do BE ou do PCP.

Temos no fundo um país agarrado ao futuro e uma oposição agrilhoada no passado.

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