Quais as novas condições que os lojistas exigem nos ‘shoppings’

09-08-2015
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Na última década foi habitual ouvir a crítica de que os promotores e gestores dos centros comerciais abusavam da posição dominante e impunham condições e valores de renda exagerados aos lojistas. Uma versão sempre contrariada pelos promotores, especialmente a Sonae Sierra. Contudo, nos últimos anos a situação inverteu-se e, neste momento, são os lojistas que impõem as regras. Aproveitando a crise, são eles que ditam as regras, especialmente nos centros comerciais instalados em localizações secundárias, chamados de segunda linha, nas cidades de província e nos projectos actualmente em comercialização.

A última imposição conhecida é a exigência da comparticipação do promotor no ‘fit out'. Ou seja, o lojista faz depender a sua instalação em determinado centro comercial da ajuda no pagamento das obras de decoração necessárias à sua instalação. Por norma, as lojas comerciais são entregues em tosco, com a construção inacabada, e são os lojistas que asseguram a colocação dos equipamentos, como o ar condicionada, a iluminação e as obras de acabamento.

As empresas de consultadoria imobiliária - que gerem a maioria dos contratos das cadeias internacionais - confirmam que esta prática passou a ser habitual nos últimos meses, embora os compromissos de sigilo impossibilitem a divulgação de nomes. "Há uma certa retracção na expansão de novas lojas e as cadeias que ainda o fazem estão a avaliar os riscos e a ponderar os investimentos", adverte Patrícia Araújo, directora da Retail Leasing da Jones Lang La Salle. Assim, na sua opinião, quando determinada marca é importante para assegurar a viabilidade do projecto comercial - as conhecidas lojas âncoras - o promotor acaba por ter que ceder às exigências dos lojistas.

Na opinião de Sandra Campos, directora do retalho da Cushman & Wakefield (C&W), a comparticipação nas obras de decoração começa a ser uma tendência visível na maioria dos centros comerciais, a que neste momento já poucos escapam. "Há já centros comerciais que precisam mais dos retalhistas do que o contrário", alerta. Sandra Campos exclui o caso do Centro Colombo, onde recentemente concretizou o arrendamento de uma loja, ao valor fixo próximo de 100 euros o metro quadrado (m2), ao mês, com pagamento de direito de ingresso (nos últimos anos caiu em desuso), e ainda o pagamento da renda variável (em função da facturação).

Desde 2009, passou a ser prática habitual entre os lojistas pedir a renegociação dos contratos de arrendamento, exigindo especialmente a redução do valor das rendas fixas, que em centros comerciais mais bem sucedidos como o Colombo e o Vasco da Gama, em Lisboa, e o NorteShopping, em Matosinhos, rondam, em média, 75 euros m2/mês, em lojas de 150 m2. Contudo nos centros de província e no Grande Porto são inferiores a 60 euros/m2.

Sonae Sierra adapta-se ao novo ciclo

"A Sonae Sierra tem um modelo de negócio que lhe tem permitido ter a flexibilidade necessária para se adaptar aos diferentes ciclos do mercado e às mudanças que o mesmo apresente". Segundo Tiago Vidal, responsável de comunicação da Sonae Sierra, alerta "que o negócio dos centros comerciais tem como base uma parceria entre o proprietário/gestor e o lojista com o intuito de encontrar as melhores soluções para ambos e que permitam o sucesso do centro comercial como um todo".

182

O Forum Sintra foi inaugurado em Abril passado e tem um total de 182 lojas. O centro comercial, promovido pela Multi Development Portugal, é um dos quatro centros que este ano abrem no país, engrossando ainda mais a já extensa lista de projectos comerciais. Com um investimento de 170 milhões de euros, está dotado de hipermercado Pingo Doce e várias lojas âncora. São os casos da Zara, Worten, H&M, Primark, Sportzone, C&A, New Yorker e a Modalfa. Inclui complexo de sete salas de cinema Castello Lopes.

117

O Centro Comercial Aqua Portimão, junto à principal via de entrada em Portimão, abriu ao público em Abril passado. Com 117 lojas, esta unidade integra um hipermercado Jumbo e as lojas âncora Primark e H&M. Promovido pela Bouygues, que investiu 106 milhões de euros na sua construção, o ‘shopping' tem ainda a espanhola Blanco, Bershka, A Loja do Gato Preto, Seaside, Pull&Bear e o Centroxogo.

4

A Imorendimento e a MadfordDevelopments, através da ‘joint-venture' EVRET, estão a promover o conjunto comercial Évora Shopping. É constituído por um ‘retail park' e um centro comercial de 60 lojas, a inaugurar em 2013. O ‘retail park', que abre em Julho próximo, terá quatro lojas de grandes dimensões, estando confirmada a presença da Moviflor. A área do ‘retail park' é de seis mil m2.

165

O Dolce Vita Braga, promovido pela Chamartín, é o maior centro comercial com inauguração marcada para em Outubro próximo. Num investimento de 153 milhões de euros, o empreendimento de 165 lojas tem prevista uma grande diversidade de formados, desde um hipermercado Continente, a marcas de retalho da Sonae, como a Modalfa, bem como a Globe, Seaside, Sisley, Lanidor, Salsa e um complexo de 12 salas de cinema.

Na última década foi habitual ouvir a crítica de que os promotores e gestores dos centros comerciais abusavam da posição dominante e impunham condições e valores de renda exagerados aos lojistas. Uma versão sempre contrariada pelos promotores, especialmente a Sonae Sierra. Contudo, nos últimos anos a situação inverteu-se e, neste momento, são os lojistas que impõem as regras. Aproveitando a crise, são eles que ditam as regras, especialmente nos centros comerciais instalados em localizações secundárias, chamados de segunda linha, nas cidades de província e nos projectos actualmente em comercialização.

A última imposição conhecida é a exigência da comparticipação do promotor no ‘fit out'. Ou seja, o lojista faz depender a sua instalação em determinado centro comercial da ajuda no pagamento das obras de decoração necessárias à sua instalação. Por norma, as lojas comerciais são entregues em tosco, com a construção inacabada, e são os lojistas que asseguram a colocação dos equipamentos, como o ar condicionada, a iluminação e as obras de acabamento.

As empresas de consultadoria imobiliária - que gerem a maioria dos contratos das cadeias internacionais - confirmam que esta prática passou a ser habitual nos últimos meses, embora os compromissos de sigilo impossibilitem a divulgação de nomes. "Há uma certa retracção na expansão de novas lojas e as cadeias que ainda o fazem estão a avaliar os riscos e a ponderar os investimentos", adverte Patrícia Araújo, directora da Retail Leasing da Jones Lang La Salle. Assim, na sua opinião, quando determinada marca é importante para assegurar a viabilidade do projecto comercial - as conhecidas lojas âncoras - o promotor acaba por ter que ceder às exigências dos lojistas.

Na opinião de Sandra Campos, directora do retalho da Cushman & Wakefield (C&W), a comparticipação nas obras de decoração começa a ser uma tendência visível na maioria dos centros comerciais, a que neste momento já poucos escapam. "Há já centros comerciais que precisam mais dos retalhistas do que o contrário", alerta. Sandra Campos exclui o caso do Centro Colombo, onde recentemente concretizou o arrendamento de uma loja, ao valor fixo próximo de 100 euros o metro quadrado (m2), ao mês, com pagamento de direito de ingresso (nos últimos anos caiu em desuso), e ainda o pagamento da renda variável (em função da facturação).

Desde 2009, passou a ser prática habitual entre os lojistas pedir a renegociação dos contratos de arrendamento, exigindo especialmente a redução do valor das rendas fixas, que em centros comerciais mais bem sucedidos como o Colombo e o Vasco da Gama, em Lisboa, e o NorteShopping, em Matosinhos, rondam, em média, 75 euros m2/mês, em lojas de 150 m2. Contudo nos centros de província e no Grande Porto são inferiores a 60 euros/m2.

Sonae Sierra adapta-se ao novo ciclo

"A Sonae Sierra tem um modelo de negócio que lhe tem permitido ter a flexibilidade necessária para se adaptar aos diferentes ciclos do mercado e às mudanças que o mesmo apresente". Segundo Tiago Vidal, responsável de comunicação da Sonae Sierra, alerta "que o negócio dos centros comerciais tem como base uma parceria entre o proprietário/gestor e o lojista com o intuito de encontrar as melhores soluções para ambos e que permitam o sucesso do centro comercial como um todo".

182

O Forum Sintra foi inaugurado em Abril passado e tem um total de 182 lojas. O centro comercial, promovido pela Multi Development Portugal, é um dos quatro centros que este ano abrem no país, engrossando ainda mais a já extensa lista de projectos comerciais. Com um investimento de 170 milhões de euros, está dotado de hipermercado Pingo Doce e várias lojas âncora. São os casos da Zara, Worten, H&M, Primark, Sportzone, C&A, New Yorker e a Modalfa. Inclui complexo de sete salas de cinema Castello Lopes.

117

O Centro Comercial Aqua Portimão, junto à principal via de entrada em Portimão, abriu ao público em Abril passado. Com 117 lojas, esta unidade integra um hipermercado Jumbo e as lojas âncora Primark e H&M. Promovido pela Bouygues, que investiu 106 milhões de euros na sua construção, o ‘shopping' tem ainda a espanhola Blanco, Bershka, A Loja do Gato Preto, Seaside, Pull&Bear e o Centroxogo.

4

A Imorendimento e a MadfordDevelopments, através da ‘joint-venture' EVRET, estão a promover o conjunto comercial Évora Shopping. É constituído por um ‘retail park' e um centro comercial de 60 lojas, a inaugurar em 2013. O ‘retail park', que abre em Julho próximo, terá quatro lojas de grandes dimensões, estando confirmada a presença da Moviflor. A área do ‘retail park' é de seis mil m2.

165

O Dolce Vita Braga, promovido pela Chamartín, é o maior centro comercial com inauguração marcada para em Outubro próximo. Num investimento de 153 milhões de euros, o empreendimento de 165 lojas tem prevista uma grande diversidade de formados, desde um hipermercado Continente, a marcas de retalho da Sonae, como a Modalfa, bem como a Globe, Seaside, Sisley, Lanidor, Salsa e um complexo de 12 salas de cinema.

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