Cavaco Silva: "Acabaram as ilusões e não bastam sacrifícios"

12-10-2011
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"Acabaram os tempos de ilusões. Temos um longo e árduo caminho a percorrer, para o qual quero alertar os portugueses de uma forma muito directa: a disciplina orçamental será dura e inevitável, mas se não existirem, a curto prazo, sinais de recuperação económica, poder-se-á perder a oportunidade criada pelo programa de assistência financeira que subscrevemos", afirmou Cavaco Silva nas comemorações do 101.º aniversário da implantação da República, nos Paços do Concelho, em Lisboa.

Num discurso dividido em duas partes, questão europeia e sacrifícios internos, Cavaco sublinhou que o “mau desempenho das economias desenvolvidas” irá reflectir-se “inevitavelmente” em Portugal, numa alusão à crise grega. E mostrou-se inquieto com os “sinais preocupantes” que emergem da situação internacional e que mostram que esta se “poderá agravar de novo”.

O Presidente insistiu na necessidade de “uma Europa coesa e solidária”, em vez de um “mero aglomerado de mercados”. E frisou que essa união é necessária “tanto nos bons como nos maus momentos”, alertando que os “princípios fundadores do projecto europeu estão a ser postos à prova de uma forma muito profunda e até dramática”.

“O fracasso da experiência do euro iria arrastar consigo toda a União”, disse. E enfatizou: “A diluição da zona euro seria o início de um processo que culminaria na destruição da Europa unida”.

Depois da Europa, a mensagem para os portugueses: “Se não fizermos o nosso trabalho, de pouco adiantará receber um auxílio que é necessariamente limitado no montante e na duração”, referindo-se ao pacote de ajuda externa acordado com as instâncias internacionais.

Se para o anterior executivo houve recados – “durante alguns anos foi possível iludir o que era óbvio”, reiterando que fez alertas sucessivos nesse sentido - , para o Governo liderado por Pedro Passos Coelho apenas breves alusões. "Acabaram os tempos de ilusões", disse, acrescentando que Portugal vive "tempos muito difíceis”. E continuou com as críticas: “Perdemos muitos anos na letargia do consumo fácil e na ilusão do despesismo público e privado. Acomodámo-nos em excesso”.

Agora, disse, o caminho é “longo e árduo” e a “disciplina orçamental será dura e inevitável”. Mas também avisou: “Se não existirem a curto prazo sinais de recuperação económica, poder-se-á perder a oportunidade criada pelo programa de assistência financeira”. E esse é um caminho, sublinhou, que Portugal tem de “evitar a todo o custo”.

E deixou outro alerta. Em momentos como o actual, em que se pedem sacrifícios aos portugueses, “provavelmente os maiores sacrifícios que esta geração conheceu”, o exemplo dos dirigentes políticos “tem de ser mais autêntico”. Cavaco exemplificou com a “disciplina na utilização dos dinheiros públicos”.

Estava dado o mote para dizer que o país deve encarar estas dificuldades como uma “oportunidade”. Cavaco Silva insistiu várias vezes na ideia de que o país deve ter presente que tem que deixar de viver acima das suas possibilidades. Portugal e os portugueses devem assim redescobrir a “austeridade digna”: poupar, conter “gastos desmesurados”, consumir produtos nacionais e fazer turismo no país.

Na cerimónia estiveram presentes o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, para além de muitas figuras representantes de outros órgãos de soberania e dos partidos políticos.

"A crise que atravessamos é uma oportunidade para que os portugueses abandonem hábitos instalados de despesa supérflua, para que redescubram o valor republicano da austeridade digna, para que cultivem estilos de vida baseados na poupança", referiu o chefe de Estado, acrescentando: "Perdemos muitos anos na letargia do consumo fácil e na ilusão do despesismo público e privado."

"Acabaram os tempos de ilusões. Temos um longo e árduo caminho a percorrer, para o qual quero alertar os portugueses de uma forma muito directa: a disciplina orçamental será dura e inevitável, mas se não existirem, a curto prazo, sinais de recuperação económica, poder-se-á perder a oportunidade criada pelo programa de assistência financeira que subscrevemos", afirmou Cavaco Silva nas comemorações do 101.º aniversário da implantação da República, nos Paços do Concelho, em Lisboa.

Num discurso dividido em duas partes, questão europeia e sacrifícios internos, Cavaco sublinhou que o “mau desempenho das economias desenvolvidas” irá reflectir-se “inevitavelmente” em Portugal, numa alusão à crise grega. E mostrou-se inquieto com os “sinais preocupantes” que emergem da situação internacional e que mostram que esta se “poderá agravar de novo”.

O Presidente insistiu na necessidade de “uma Europa coesa e solidária”, em vez de um “mero aglomerado de mercados”. E frisou que essa união é necessária “tanto nos bons como nos maus momentos”, alertando que os “princípios fundadores do projecto europeu estão a ser postos à prova de uma forma muito profunda e até dramática”.

“O fracasso da experiência do euro iria arrastar consigo toda a União”, disse. E enfatizou: “A diluição da zona euro seria o início de um processo que culminaria na destruição da Europa unida”.

Depois da Europa, a mensagem para os portugueses: “Se não fizermos o nosso trabalho, de pouco adiantará receber um auxílio que é necessariamente limitado no montante e na duração”, referindo-se ao pacote de ajuda externa acordado com as instâncias internacionais.

Se para o anterior executivo houve recados – “durante alguns anos foi possível iludir o que era óbvio”, reiterando que fez alertas sucessivos nesse sentido - , para o Governo liderado por Pedro Passos Coelho apenas breves alusões. "Acabaram os tempos de ilusões", disse, acrescentando que Portugal vive "tempos muito difíceis”. E continuou com as críticas: “Perdemos muitos anos na letargia do consumo fácil e na ilusão do despesismo público e privado. Acomodámo-nos em excesso”.

Agora, disse, o caminho é “longo e árduo” e a “disciplina orçamental será dura e inevitável”. Mas também avisou: “Se não existirem a curto prazo sinais de recuperação económica, poder-se-á perder a oportunidade criada pelo programa de assistência financeira”. E esse é um caminho, sublinhou, que Portugal tem de “evitar a todo o custo”.

E deixou outro alerta. Em momentos como o actual, em que se pedem sacrifícios aos portugueses, “provavelmente os maiores sacrifícios que esta geração conheceu”, o exemplo dos dirigentes políticos “tem de ser mais autêntico”. Cavaco exemplificou com a “disciplina na utilização dos dinheiros públicos”.

Estava dado o mote para dizer que o país deve encarar estas dificuldades como uma “oportunidade”. Cavaco Silva insistiu várias vezes na ideia de que o país deve ter presente que tem que deixar de viver acima das suas possibilidades. Portugal e os portugueses devem assim redescobrir a “austeridade digna”: poupar, conter “gastos desmesurados”, consumir produtos nacionais e fazer turismo no país.

Na cerimónia estiveram presentes o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, para além de muitas figuras representantes de outros órgãos de soberania e dos partidos políticos.

"A crise que atravessamos é uma oportunidade para que os portugueses abandonem hábitos instalados de despesa supérflua, para que redescubram o valor republicano da austeridade digna, para que cultivem estilos de vida baseados na poupança", referiu o chefe de Estado, acrescentando: "Perdemos muitos anos na letargia do consumo fácil e na ilusão do despesismo público e privado."

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