Um Parlamento que vive acima das suas possibilidades

21-11-2014
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(vive acima das suas possibilidades e trabalha quando lhe apetece, como fica provado pela foto em cima)

No espaço de um ano, o prejuízo da instituição Assembleia da República passou de 680 mil euros para 6.17 milhões. Uma subida, assim em contas de merceeiro, na ordem dos 907%. A coisa torna-se particularmente peculiar se considerarmos que o conselho de administração do parlamento é presidido por Albino Azevedo Soares (sim, o tal que ajudou a tentar encobrir o esquema do Passos), membro do partido cuja propaganda vomita rigor à mesma velocidade que Miguel Relvas tira um curso superior (um homem fala do Relvas e até rima!).

Claro que a culpa desta situação, como não poderia deixar de ser, é do bode expiatório do costume: o infame Tribunal Constitucional, essa brigada revolucionária ao serviço de esquerda irresponsável e sinistra, que desceu à terra para minar o caminho torto por onde o PSD vai escrevendo direito. Para os infiéis que não acreditam é ver o mais recente vídeo de propaganda laranja. Ou o ministro da propaganda iraquiano que vai dar ao mesmo.

Quem também faz parte do conselho de administração do parlamento são José Lello (PS) e Couto dos Santos (PSD), que ontem apresentaram uma proposta conjunta para repor as subvenções vitalícias dos ex-políticos. Esta malta do bloco central até pode fazer de conta que não se entende mas quando o seu futuro está em jogo, o verniz estala e os bandalhos são expostos. É que é preciso ser mesmo um bandalho para estar a gastar tempo pago pelos nossos impostos para preparar propostas para agradar às clientelas partidárias. E mesmo que as lideranças partidárias reflictam e ainda consigam fazer algum damage control, a verdade é clara e as intenções desta gente não deixam margem para dúvidas.

A nós que assistimos, com a serenidade ovina que nos é conhecida, continuam a vender-nos a fábula do português comum, esse irresponsável que viveu acima das suas possibilidades e que andou por ai a comprar frigoríficos e a mandar os filhos para a universidade, à revelia do superior interesse alemão. No mundo real, quem parece viver infinitamente acima das suas possibilidades é este parlamento, com destaque para aqueles que nos últimos 40 anos decidiram sobre todas as matérias que nos levaram até aqui. Como é que ainda existe tanta gente a votar em bandalhos?

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(vive acima das suas possibilidades e trabalha quando lhe apetece, como fica provado pela foto em cima)

No espaço de um ano, o prejuízo da instituição Assembleia da República passou de 680 mil euros para 6.17 milhões. Uma subida, assim em contas de merceeiro, na ordem dos 907%. A coisa torna-se particularmente peculiar se considerarmos que o conselho de administração do parlamento é presidido por Albino Azevedo Soares (sim, o tal que ajudou a tentar encobrir o esquema do Passos), membro do partido cuja propaganda vomita rigor à mesma velocidade que Miguel Relvas tira um curso superior (um homem fala do Relvas e até rima!).

Claro que a culpa desta situação, como não poderia deixar de ser, é do bode expiatório do costume: o infame Tribunal Constitucional, essa brigada revolucionária ao serviço de esquerda irresponsável e sinistra, que desceu à terra para minar o caminho torto por onde o PSD vai escrevendo direito. Para os infiéis que não acreditam é ver o mais recente vídeo de propaganda laranja. Ou o ministro da propaganda iraquiano que vai dar ao mesmo.

Quem também faz parte do conselho de administração do parlamento são José Lello (PS) e Couto dos Santos (PSD), que ontem apresentaram uma proposta conjunta para repor as subvenções vitalícias dos ex-políticos. Esta malta do bloco central até pode fazer de conta que não se entende mas quando o seu futuro está em jogo, o verniz estala e os bandalhos são expostos. É que é preciso ser mesmo um bandalho para estar a gastar tempo pago pelos nossos impostos para preparar propostas para agradar às clientelas partidárias. E mesmo que as lideranças partidárias reflictam e ainda consigam fazer algum damage control, a verdade é clara e as intenções desta gente não deixam margem para dúvidas.

A nós que assistimos, com a serenidade ovina que nos é conhecida, continuam a vender-nos a fábula do português comum, esse irresponsável que viveu acima das suas possibilidades e que andou por ai a comprar frigoríficos e a mandar os filhos para a universidade, à revelia do superior interesse alemão. No mundo real, quem parece viver infinitamente acima das suas possibilidades é este parlamento, com destaque para aqueles que nos últimos 40 anos decidiram sobre todas as matérias que nos levaram até aqui. Como é que ainda existe tanta gente a votar em bandalhos?

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