Nasci junto do porto ouvindo o barulho dos embarques.0s pesados carretões de caféSacudiam as ruas, faziam trepidar o meu berço.Cresci junto do porto, vendo a azáfama dos embarques.O apito triste dos cargueiros que partiamDeixava longas ressonâncias na minha rua.Brinquei de pegador entre os vagões das docas.Os grãos de café, perdidos no lajedo,Eram pedrinhas que eu atirava noutros meninos.As grades de ferro dos armazéns, fechados à noite,Faziam sonhar (tantas mercadorias!)E me ensinavam a poesia do comércio.Sou também teu filho, ó cidade marítima,Tenho no sangue o instinto da partida,O amor dos estrangeiros e das nações.Oh, não me esqueças nunca, ó cidade marítima,Que eu te trago comigo por todos os climasE o cheiro do café me dá tua presença. Ruy Lopes Esteves Ribeiro de Almeida Couto (n. Santos, São Paulo a 12 Mar 1898; m. em Paris a 30 de Mai de 1963)Ler do mesmo autor, neste blog:No Jardim Em PenumbraNoite De TormentaO Longe e o PertoElegia
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Nasci junto do porto ouvindo o barulho dos embarques.0s pesados carretões de caféSacudiam as ruas, faziam trepidar o meu berço.Cresci junto do porto, vendo a azáfama dos embarques.O apito triste dos cargueiros que partiamDeixava longas ressonâncias na minha rua.Brinquei de pegador entre os vagões das docas.Os grãos de café, perdidos no lajedo,Eram pedrinhas que eu atirava noutros meninos.As grades de ferro dos armazéns, fechados à noite,Faziam sonhar (tantas mercadorias!)E me ensinavam a poesia do comércio.Sou também teu filho, ó cidade marítima,Tenho no sangue o instinto da partida,O amor dos estrangeiros e das nações.Oh, não me esqueças nunca, ó cidade marítima,Que eu te trago comigo por todos os climasE o cheiro do café me dá tua presença. Ruy Lopes Esteves Ribeiro de Almeida Couto (n. Santos, São Paulo a 12 Mar 1898; m. em Paris a 30 de Mai de 1963)Ler do mesmo autor, neste blog:No Jardim Em PenumbraNoite De TormentaO Longe e o PertoElegia
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