Vamos supor que numa certa sociedade o ensino da filosofia, da física, da matemática, da literatura, etc., era tão eficaz e bem sucedido que todas as pessoas se interessavam pelos problemas dessas disciplinas e todas sem excepção dedicavam - com prazer - tempo ao seu estudo e discussão. Alguns amigos ou um casal de namorados, depois de, por exemplo, se comprazerem com a leitura e a análise do poema “Precisão”, de Clarice Lispector, discutiriam argumentos acerca da existência ou inexistência de Deus ou embrenhar-se-iam no estudo da Teoria da Relatividade, de Einstein. Numa tal sociedade, haveria alguém disposto a ser padeiro ou pedreiro? Duvido. Há anos atrás, fiz uma pergunta semelhante a um colega e ele chamou-me reaccionário. Suspeito que ele, na verdade, pretendia chamar-me realista.
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Vamos supor que numa certa sociedade o ensino da filosofia, da física, da matemática, da literatura, etc., era tão eficaz e bem sucedido que todas as pessoas se interessavam pelos problemas dessas disciplinas e todas sem excepção dedicavam - com prazer - tempo ao seu estudo e discussão. Alguns amigos ou um casal de namorados, depois de, por exemplo, se comprazerem com a leitura e a análise do poema “Precisão”, de Clarice Lispector, discutiriam argumentos acerca da existência ou inexistência de Deus ou embrenhar-se-iam no estudo da Teoria da Relatividade, de Einstein. Numa tal sociedade, haveria alguém disposto a ser padeiro ou pedreiro? Duvido. Há anos atrás, fiz uma pergunta semelhante a um colega e ele chamou-me reaccionário. Suspeito que ele, na verdade, pretendia chamar-me realista.