Dúvida Metódica: Beleza e tristeza

21-01-2012
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“Tomaso Albinoni foi um dos maiores compositores do barroco italiano, mas o chamado "Adagio de Albinoni" não foi composto por ele. O verdadeiro autor desta belíssima peça foi um musicólogo italiano do séc XX chamado Remo Giazotto, que a compôs em 1945, com base num andamento de uma sonata de Albinoni.” Informação tirada daqui. Há dias vi na rua um antigo aluno que uma vez me disse detestar música clássica, excepto o "Adagio de Albinoni", por ser “tão, tão triste”. Ia rua abaixo gesticulando e falando sozinho. De vez em quando parava e, para embaraço dos outros transeuntes, levantava a voz: “Hipócrita… és uma hipócrita! Andaste este tempo todo a brincar com os meus sentimentos!” Não creio que seja necessário estar triste, e muito menos de cabeça perdida, para gostar desta música, apesar da sua melancólica lentidão - que, de resto, não constitui por si só uma qualidade estética (contrariamente ao que é sugerido pelo tom elogioso da expressão “tão, tão triste”). Mesmo assim, foi do Adagio de Albinoni e Giazotto que me lembrei quando – após uns rápidos “Olás” - reparei que esse ex-aluno, além de uma cara triste e desesperada, ostentava claros sinais de alcoolismo.(Já agora: a música vale por si e dispensaria qualquer acompanhamento visual, mas o vídeo tem interesse e merece ser visto.)


“Tomaso Albinoni foi um dos maiores compositores do barroco italiano, mas o chamado "Adagio de Albinoni" não foi composto por ele. O verdadeiro autor desta belíssima peça foi um musicólogo italiano do séc XX chamado Remo Giazotto, que a compôs em 1945, com base num andamento de uma sonata de Albinoni.” Informação tirada daqui. Há dias vi na rua um antigo aluno que uma vez me disse detestar música clássica, excepto o "Adagio de Albinoni", por ser “tão, tão triste”. Ia rua abaixo gesticulando e falando sozinho. De vez em quando parava e, para embaraço dos outros transeuntes, levantava a voz: “Hipócrita… és uma hipócrita! Andaste este tempo todo a brincar com os meus sentimentos!” Não creio que seja necessário estar triste, e muito menos de cabeça perdida, para gostar desta música, apesar da sua melancólica lentidão - que, de resto, não constitui por si só uma qualidade estética (contrariamente ao que é sugerido pelo tom elogioso da expressão “tão, tão triste”). Mesmo assim, foi do Adagio de Albinoni e Giazotto que me lembrei quando – após uns rápidos “Olás” - reparei que esse ex-aluno, além de uma cara triste e desesperada, ostentava claros sinais de alcoolismo.(Já agora: a música vale por si e dispensaria qualquer acompanhamento visual, mas o vídeo tem interesse e merece ser visto.)

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