Sobreiros (Quercus suber) no monte da Penha (Guimarães)Há vários modos de subir à Penha, em Guimarães. O mais cómodo, não isento de sustos para quem sofre de vertigens, é pular a bordo de uma das planantes cabines de teleférico que sobem e descem a encosta num vaivém ininterrupto. É essa a maneira barata de nos sentirmos como pássaros voando sobre as árvores, mas sem a liberdade de pousarmos nalguma que nos pareça mais convidativa. Vão rareando os eucaliptos à medida que subimos, até que por baixo de nós se estende uma mata contínua de grandes carvalhos-alvarinhos. Pena não subirmos a pé, a corta-mato, para tocarmos nessas árvores e nos sentirmos pequenos debaixo delas; só que, como o teleférico sobrevoa várias propriedades muradas, um tal feito afigura-se improvável.Há ainda a opção de subir de carro: a estrada que vem do centro de Guimarães é estreita, cheia de curvas e com as bermas desniveladas, e obriga-nos a conduzir com cautela; mas, com todas as suas voltas, dá a quem a percorre uma ideia mais justa da riqueza e amplitude da manta de arvoredo que reveste o monte. Nunca antes tínhamos notado, por exemplo, o extenso sobreiral que se desenrola na encosta a sudoeste do santuário. Foi para lá que nos dirigimos, monte abaixo, depois de aparcarmos, por ser esse um mais promissor lugar para encontrarmos isto do que os caminhos calcetados a granito que rodeiam o cume. Palpite acertado: encontrámos os Crocus e várias outras flores silvestres junto a um estreito riacho, seco por falta de chuva, mas ainda ressumando uma acolhedora humidade. E constatámos também, infelizmente, como as medidas para controlar as acácias (A. melanoxylon e A. dealbata) foram de uma eficácia quase nula: nalguns pontos os novos rebentos formam já um mato impenetrável. Com uma praga destas não pode haver meias medidas: só com o abate de todas as árvores adultas se impede a reinfestação. A Irmandade da Penha deveria mandar cortar sem demora as acácias que ainda existem em volta do santuário.
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Sobreiros (Quercus suber) no monte da Penha (Guimarães)Há vários modos de subir à Penha, em Guimarães. O mais cómodo, não isento de sustos para quem sofre de vertigens, é pular a bordo de uma das planantes cabines de teleférico que sobem e descem a encosta num vaivém ininterrupto. É essa a maneira barata de nos sentirmos como pássaros voando sobre as árvores, mas sem a liberdade de pousarmos nalguma que nos pareça mais convidativa. Vão rareando os eucaliptos à medida que subimos, até que por baixo de nós se estende uma mata contínua de grandes carvalhos-alvarinhos. Pena não subirmos a pé, a corta-mato, para tocarmos nessas árvores e nos sentirmos pequenos debaixo delas; só que, como o teleférico sobrevoa várias propriedades muradas, um tal feito afigura-se improvável.Há ainda a opção de subir de carro: a estrada que vem do centro de Guimarães é estreita, cheia de curvas e com as bermas desniveladas, e obriga-nos a conduzir com cautela; mas, com todas as suas voltas, dá a quem a percorre uma ideia mais justa da riqueza e amplitude da manta de arvoredo que reveste o monte. Nunca antes tínhamos notado, por exemplo, o extenso sobreiral que se desenrola na encosta a sudoeste do santuário. Foi para lá que nos dirigimos, monte abaixo, depois de aparcarmos, por ser esse um mais promissor lugar para encontrarmos isto do que os caminhos calcetados a granito que rodeiam o cume. Palpite acertado: encontrámos os Crocus e várias outras flores silvestres junto a um estreito riacho, seco por falta de chuva, mas ainda ressumando uma acolhedora humidade. E constatámos também, infelizmente, como as medidas para controlar as acácias (A. melanoxylon e A. dealbata) foram de uma eficácia quase nula: nalguns pontos os novos rebentos formam já um mato impenetrável. Com uma praga destas não pode haver meias medidas: só com o abate de todas as árvores adultas se impede a reinfestação. A Irmandade da Penha deveria mandar cortar sem demora as acácias que ainda existem em volta do santuário.