Dias com árvores: Pode sentar-se

02-07-2011
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Desde que foi adquirido pelo Estado português e aberto ao público, o Parque de Serralves sempre foi avaro em bancos, situação que ainda se agravara com as últimas obras de recuperação. Lugar para nos sentarmos, só fazendo despesa no salão de chá ou, ao jeito nórdico - difícil de adoptar por meridionais já entradotes como nós -, abandonando a compostura e espolinhando-nos nos relvados. E mesmo essa solução juvenil não resolvia tudo: onde se sentaria, por exemplo, quem quisesse gozar um fim-de-tarde no roseiral? Sobre a gravilha, com a cabeça recostada nas sebes de buxo?Por isso as visitas a Serralves eram necessariamente peripatéticas, frustrando a vocação do Parque como lugar de repouso e contemplação. Mas tudo mudou recentemente, pois por fim alguém teve a clarividência de suprir essa clamorosa falha. Não faltam agora bancos em todos os locais de Serralves onde apetece estar: debaixo dos castanheiros-da-Índia, com vista para o prado (foto em cima); no roseiral, sob a pérgula engalanada também ela com roseiras; no bosquete de faias, à sombra de veneráveis camélias... Fica a exortação ao leitor: regresse a Serralves e eleja o seu banco favorito; depois fique sentado sem fazer nada, pois é para isso que existem lugares assim.


Desde que foi adquirido pelo Estado português e aberto ao público, o Parque de Serralves sempre foi avaro em bancos, situação que ainda se agravara com as últimas obras de recuperação. Lugar para nos sentarmos, só fazendo despesa no salão de chá ou, ao jeito nórdico - difícil de adoptar por meridionais já entradotes como nós -, abandonando a compostura e espolinhando-nos nos relvados. E mesmo essa solução juvenil não resolvia tudo: onde se sentaria, por exemplo, quem quisesse gozar um fim-de-tarde no roseiral? Sobre a gravilha, com a cabeça recostada nas sebes de buxo?Por isso as visitas a Serralves eram necessariamente peripatéticas, frustrando a vocação do Parque como lugar de repouso e contemplação. Mas tudo mudou recentemente, pois por fim alguém teve a clarividência de suprir essa clamorosa falha. Não faltam agora bancos em todos os locais de Serralves onde apetece estar: debaixo dos castanheiros-da-Índia, com vista para o prado (foto em cima); no roseiral, sob a pérgula engalanada também ela com roseiras; no bosquete de faias, à sombra de veneráveis camélias... Fica a exortação ao leitor: regresse a Serralves e eleja o seu banco favorito; depois fique sentado sem fazer nada, pois é para isso que existem lugares assim.

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