Dias com árvores: Azul nítido

01-07-2011
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Omphalodes nitidaEnquanto as herbáceas mais altas, e mais tardias, não se impõem, é tempo de explorar as cores com que as de menor estatura matizam agora os campos. O azul mais apelativo é da responsabilidade das boragináceas que apreciam a humidade que resta do Inverno e o sol menos agressivo do início da Primavera. Façamos portanto como os antigos colectores de plantas, peritos a quem não escapava a forma de uma nervura ou o tamanho de um estame e cuja missão era recolher um exemplar para conservação, informações sobre o terreno, a vizinhança ou a abundância de tais espécimes, e classificá-los; depois, e porque a memória nem sempre é de confiança, guardavam todos estes dados em cadernos de capa dura, onde espalmavam os exemplares colhidos e os rodeavam de texto científico para que o futuro soubesse tanto como eles.Com a filosofia desses naturalistas, comecemos por escolher um azul - etapa árdua sendo todos tão atraentes e sobretudo tão semelhantes ao do miosótis. Hesitantes, podemos optar por um azul de tamanho médio, como o de uma Omphalodes nitida. E reparar desde logo que é uma ervinha com cerca de 30cm de altura e folhas em tom verde-claro acetinado (nitidum), com alguma penugem, sendo as basais maiores e mais redondas. As flores têm cerca de um centímetro de diâmetro, agrupam-se no topo dos caules, e as cinco pétalas, assinaladas por traços descoloridos, unem-se num tubinho cuja entrada é controlada por cinco abas minúsculas em forma de V. No fim do Verão poderemos confirmar que as sementes nascem em invólucros com uma asa e uma reentrância que lembra um umbigo (omphalós).Se o constranger, como a nós, arrancar um exemplar da terra, pode desenhar cuidadosamente cada detalhe, pintando com minúcia as gradações de cor e textura. Recordará o prazer da infância em prencher um herbário sem o risco do conteúdo descolar ou se degradar com a idade.


Omphalodes nitidaEnquanto as herbáceas mais altas, e mais tardias, não se impõem, é tempo de explorar as cores com que as de menor estatura matizam agora os campos. O azul mais apelativo é da responsabilidade das boragináceas que apreciam a humidade que resta do Inverno e o sol menos agressivo do início da Primavera. Façamos portanto como os antigos colectores de plantas, peritos a quem não escapava a forma de uma nervura ou o tamanho de um estame e cuja missão era recolher um exemplar para conservação, informações sobre o terreno, a vizinhança ou a abundância de tais espécimes, e classificá-los; depois, e porque a memória nem sempre é de confiança, guardavam todos estes dados em cadernos de capa dura, onde espalmavam os exemplares colhidos e os rodeavam de texto científico para que o futuro soubesse tanto como eles.Com a filosofia desses naturalistas, comecemos por escolher um azul - etapa árdua sendo todos tão atraentes e sobretudo tão semelhantes ao do miosótis. Hesitantes, podemos optar por um azul de tamanho médio, como o de uma Omphalodes nitida. E reparar desde logo que é uma ervinha com cerca de 30cm de altura e folhas em tom verde-claro acetinado (nitidum), com alguma penugem, sendo as basais maiores e mais redondas. As flores têm cerca de um centímetro de diâmetro, agrupam-se no topo dos caules, e as cinco pétalas, assinaladas por traços descoloridos, unem-se num tubinho cuja entrada é controlada por cinco abas minúsculas em forma de V. No fim do Verão poderemos confirmar que as sementes nascem em invólucros com uma asa e uma reentrância que lembra um umbigo (omphalós).Se o constranger, como a nós, arrancar um exemplar da terra, pode desenhar cuidadosamente cada detalhe, pintando com minúcia as gradações de cor e textura. Recordará o prazer da infância em prencher um herbário sem o risco do conteúdo descolar ou se degradar com a idade.

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