Mariana Mortágua será cabeça de lista por Lisboa

04-07-2015
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Um acordo de princípios entre as várias tendências que formam o Bloco de Esquerda permitiu enterrar o machado de guerra que se tornou evidente na última Convenção do partido. Antes das Legislativas, Catarina Martins conseguiu já unir forças e avançar com uma lista de candidatos às próximas eleições que implicam uma autêntica revolução no BE.

Os fundadores do partido desaparecem das candidaturas, assim como os deputados mais antigos do Parlamento. Pela primeira vez uma líder bloquista candidata-se pelo Porto. Por Lisboa avança Mariana Mortágua, a última revelação do partido que chegou a deputada em setembro de 2013, para substituir a dissidente Ana Drago.

A palavra-chave é “renovação”. E, na verdade, é disso mesmo que se trata. Os cabeças de listas estão decididos em Lisboa, Porto, Setúbal, Aveiro e Faro, os distritos onde o Bloco de Esquerda elegeu deputados e onde acalenta mais hipóteses de vencer. E todos os candidatos são novos, tanto em idade como em vida partidária. Catarina Martins, aos 41 anos, é mesmo a mais velha de todos. Concorre pelo Porto, deixando para José Soeiro, de 31 anos, o segundo lugar da lista do distrito.

Em Lisboa, o palco é dado a Mariana Mortágua. Depois do sucesso mediático obtido com a comissão parlamentar de inquérito ao BES, a deputada de 29 anos ganhou direito a um lugar na primeira linha. E, ironia do destino, poderá enfrentar nas Legislativas Ana Drago, agora dirigente do Livre/Tempo de Avançar. Drago, que foi substituída precisamente por Mariana, quando decidiu abandonar o Parlamento em 2013, também poderá candidatar-se por Lisboa (se as primárias do seu partido assim o determinarem) tendo aqui oportunidade de um ‘combate’ direto com a sua sucessora parlamentar.

Pedro Filipe Soares, atual líder da bancada parlamentar e dirigente da tendência UDP dentro do Bloco, será o número dois da lista por Lisboa. Nas últimas legislativas, o deputado foi eleito à tangente por Aveiro. Aliás, foi mesmo o último deputado eleito pelo círculo aveirense. A possibilidade de uma quebra de votos do Bloco, que deixasse ‘cair’ a hipótese de renovar a eleição em Aveiro terá pesado na decisão de ‘trocar’ Pedro Filipe Soares por Moisés Ferreira, um militante local de 29 anos. Mas a explicação oficial é diferente: “Representa uma forte aposta do partido em Lisboa, onde a nossa base eleitoral é mais forte, mas também a concorrência”, disse ao Expresso um dirigente bloquista. Em causa está, mais uma vez, a competição direta com o Livre/Tempo de Avançar. Composto em parte por dissidentes bloquistas, que na estreia eleitoral — nas últimas Europeias — mostrou ter forte presença nas grandes cidades, nomeadamente em Lisboa, é um adversário direto e natural às pretensões do Bloco.

Gémeas no Parlamento

Novidade na lista do Bloco de Esquerda é, também, a entrada de Joana Mortágua para cabeça de lista da candidatura por Setúbal. Gémea de Mariana não será apenas por isso que a sua entrada no grupo parlamentar ao lado da irmã será uma novidade. Dirigente da UDP, substitui não só Mariana Aiveca, a histórica deputada setubalense, mas também o histórico líder da UDP, Luís Fazenda. Com a saída de Fazenda, depois de Fernando Rosas, Miguel Portas e Francisco Louçã, o Bloco de Esquerda deixará de ter qualquer dos seus fundadores nas fileiras da atividade partidária e com direito a assento parlamentar. Aliás, a renovação toca a todos os deputados mais ‘antigos’ do BE. Helena Pinto e Cecília Honório também deixarão a Assembleia da República na próxima Legislatura e nem deverão fazer parte das listas de candidatos, mesmo em lugares não elegíveis. Por Faro, Cecília Honório dará lugar como cabeça de lista a João Vasconcelos, um dirigente bloquista e ativista da luta contra as portagens nas antigas Scut. Vasconcelos integrou o movimento de protesto que, no Algarve, deu voz aos utentes da A22 e veio por, diversas vezes, para a rua reivindicar o fim dos pagamentos pela utilização daquela via de comunicação.

As listas de candidatos e o programa eleitoral do Bloco de Esquerda deverão ser aprovados pelos órgãos do partido até ao final do mês. No dia 21, em Coimbra, Catarina Martins apresentará oficialmente o programa com que o BE se propõe concorrer às legislativas.

Um acordo de princípios entre as várias tendências que formam o Bloco de Esquerda permitiu enterrar o machado de guerra que se tornou evidente na última Convenção do partido. Antes das Legislativas, Catarina Martins conseguiu já unir forças e avançar com uma lista de candidatos às próximas eleições que implicam uma autêntica revolução no BE.

Os fundadores do partido desaparecem das candidaturas, assim como os deputados mais antigos do Parlamento. Pela primeira vez uma líder bloquista candidata-se pelo Porto. Por Lisboa avança Mariana Mortágua, a última revelação do partido que chegou a deputada em setembro de 2013, para substituir a dissidente Ana Drago.

A palavra-chave é “renovação”. E, na verdade, é disso mesmo que se trata. Os cabeças de listas estão decididos em Lisboa, Porto, Setúbal, Aveiro e Faro, os distritos onde o Bloco de Esquerda elegeu deputados e onde acalenta mais hipóteses de vencer. E todos os candidatos são novos, tanto em idade como em vida partidária. Catarina Martins, aos 41 anos, é mesmo a mais velha de todos. Concorre pelo Porto, deixando para José Soeiro, de 31 anos, o segundo lugar da lista do distrito.

Em Lisboa, o palco é dado a Mariana Mortágua. Depois do sucesso mediático obtido com a comissão parlamentar de inquérito ao BES, a deputada de 29 anos ganhou direito a um lugar na primeira linha. E, ironia do destino, poderá enfrentar nas Legislativas Ana Drago, agora dirigente do Livre/Tempo de Avançar. Drago, que foi substituída precisamente por Mariana, quando decidiu abandonar o Parlamento em 2013, também poderá candidatar-se por Lisboa (se as primárias do seu partido assim o determinarem) tendo aqui oportunidade de um ‘combate’ direto com a sua sucessora parlamentar.

Pedro Filipe Soares, atual líder da bancada parlamentar e dirigente da tendência UDP dentro do Bloco, será o número dois da lista por Lisboa. Nas últimas legislativas, o deputado foi eleito à tangente por Aveiro. Aliás, foi mesmo o último deputado eleito pelo círculo aveirense. A possibilidade de uma quebra de votos do Bloco, que deixasse ‘cair’ a hipótese de renovar a eleição em Aveiro terá pesado na decisão de ‘trocar’ Pedro Filipe Soares por Moisés Ferreira, um militante local de 29 anos. Mas a explicação oficial é diferente: “Representa uma forte aposta do partido em Lisboa, onde a nossa base eleitoral é mais forte, mas também a concorrência”, disse ao Expresso um dirigente bloquista. Em causa está, mais uma vez, a competição direta com o Livre/Tempo de Avançar. Composto em parte por dissidentes bloquistas, que na estreia eleitoral — nas últimas Europeias — mostrou ter forte presença nas grandes cidades, nomeadamente em Lisboa, é um adversário direto e natural às pretensões do Bloco.

Gémeas no Parlamento

Novidade na lista do Bloco de Esquerda é, também, a entrada de Joana Mortágua para cabeça de lista da candidatura por Setúbal. Gémea de Mariana não será apenas por isso que a sua entrada no grupo parlamentar ao lado da irmã será uma novidade. Dirigente da UDP, substitui não só Mariana Aiveca, a histórica deputada setubalense, mas também o histórico líder da UDP, Luís Fazenda. Com a saída de Fazenda, depois de Fernando Rosas, Miguel Portas e Francisco Louçã, o Bloco de Esquerda deixará de ter qualquer dos seus fundadores nas fileiras da atividade partidária e com direito a assento parlamentar. Aliás, a renovação toca a todos os deputados mais ‘antigos’ do BE. Helena Pinto e Cecília Honório também deixarão a Assembleia da República na próxima Legislatura e nem deverão fazer parte das listas de candidatos, mesmo em lugares não elegíveis. Por Faro, Cecília Honório dará lugar como cabeça de lista a João Vasconcelos, um dirigente bloquista e ativista da luta contra as portagens nas antigas Scut. Vasconcelos integrou o movimento de protesto que, no Algarve, deu voz aos utentes da A22 e veio por, diversas vezes, para a rua reivindicar o fim dos pagamentos pela utilização daquela via de comunicação.

As listas de candidatos e o programa eleitoral do Bloco de Esquerda deverão ser aprovados pelos órgãos do partido até ao final do mês. No dia 21, em Coimbra, Catarina Martins apresentará oficialmente o programa com que o BE se propõe concorrer às legislativas.

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