Bloco de Esquerda diz que continua a haver perigo de governamentalização no novo modelo da RTP

04-05-2014
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Depois de nos dias anteriores ter ouvido, em sede de comissão parlamentar, quer o ministro-adjunto Miguel Poiares Maduro quer o presidente da RTP Alberto da Ponte, o Bloco de Esquerda voltou à carga, aproveitando as declarações políticas desta quinta-feira, 13 de Fevereiro, no Parlamento para falar da RTP.

Cecília Honório, deputada do Bloco de Esquerda, viu o que diz ser o empurrar com a barriga da tutela e da RTP. "À falta de projectos credíveis, importa-se o modelo de governo BBC, e como se a governamentalização do mesmo não fosse uma ameaça real. Mas logo o presidente do conselho de administração denuncia: o risco é o do controlo pelo CGI [conselho geral e independente] e da representação dos interesses no seu interior, alertando para o risco dos 'pavões' (e não era autocrítica)".

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Na quinta-feira, 12 de Fevereiro, Alberto da Ponte falou na comissão parlamentar de riscos do novo modelo proposto, dos riscos do modelo da BBC: falhou a relação do CGI com a gestão da BBC, e o facto de não ter tido um papel de fiscalização, mas de controlo. Alberto da Ponte falou, ainda, da escolha das pessoas, acabaram "por ser escolhidas pessoas com interesses passados ou presentes com a BBC e a análise das competências e 'skills' não foi feita com o apuramento que devia. É preciso atenção aos pavões". Falou ainda das questões ligadas à remuneração dos próprios órgãos.

Cecília Honório falou, ainda, do subfinanciamento da RTP "crónico" e voltou a falar dos custos que a RTP teve com consultorias e assessorias: um milhão de euros em estudos sobre a privatização da RTP, quase 700 mil euros em assessorias e 64 mil euros com assessoria de imprensa. "E para quê?", questionou Cecília Honório, que já tinha endereçado a mesma pergunta a Alberto da Ponte, que lhe respondeu contratar assessorias externas quando internamente não tem os meios para fazer essas funções.

E, tal como nas audições parlamentares, Cecília Honório voltou a falar do que diz ser o ataque aos trabalhadores, que "estão entre a espada e a parede: ou externalização dos serviços, ou despedimento coletivo, ou 'saídas amigáveis', que para os mais velhos podem ser piores do que

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Não é desnorte nem falta de dinheiro - o dinheiro aparece para o exclusivo mais caro de que há memória, ou para os estudos sobre a privatização da RTP - é querer deixar a RTP no osso, é desvalorizar os direitos constitucionalmente protegidos do serviço público de rádio e televisão.

Cecília Honório Deputada do Bloco de Esquerda

se fossem despedidos. O Plano de Saídas Voluntárias anunciado faz o milagre de reduzir o tempo de serviço: quem trabalhou 40 anos na RTP contabiliza 14 anos na folha de excel (caloteiros até nos despedimentos)".

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E critica-se o facto de a RTP assumir sozinha os custos com o Mundial de Futebol de 2014, no Brasil. "E se para o Mundial há dinheiro, já não há dinheiro para a ficção nacional ou para promover documentários".

Por isso, "não é desnorte nem falta de dinheiro - o dinheiro aparece para o exclusivo mais caro de que há memória, ou para os estudos sobre a privatização da RTP - é querer deixar a RTP no osso, é desvalorizar os direitos constitucionalmente protegidos do serviço público de rádio e televisão".

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Segundo a Lusa, a oposição acompanhou os receios do Bloco de Esquerda, enquanto o PSD e o CDS-PP criticou o Bloco por ter levado o assunto depois das audições parlamentares. "Perderam no debate na comissão, e hoje vêm fazer um número para a Comunicação Social, para tentar ganhar na secretaria", disse o social-democrata Sérgio Azevedo.

Depois de nos dias anteriores ter ouvido, em sede de comissão parlamentar, quer o ministro-adjunto Miguel Poiares Maduro quer o presidente da RTP Alberto da Ponte, o Bloco de Esquerda voltou à carga, aproveitando as declarações políticas desta quinta-feira, 13 de Fevereiro, no Parlamento para falar da RTP.

Cecília Honório, deputada do Bloco de Esquerda, viu o que diz ser o empurrar com a barriga da tutela e da RTP. "À falta de projectos credíveis, importa-se o modelo de governo BBC, e como se a governamentalização do mesmo não fosse uma ameaça real. Mas logo o presidente do conselho de administração denuncia: o risco é o do controlo pelo CGI [conselho geral e independente] e da representação dos interesses no seu interior, alertando para o risco dos 'pavões' (e não era autocrítica)".

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Na quinta-feira, 12 de Fevereiro, Alberto da Ponte falou na comissão parlamentar de riscos do novo modelo proposto, dos riscos do modelo da BBC: falhou a relação do CGI com a gestão da BBC, e o facto de não ter tido um papel de fiscalização, mas de controlo. Alberto da Ponte falou, ainda, da escolha das pessoas, acabaram "por ser escolhidas pessoas com interesses passados ou presentes com a BBC e a análise das competências e 'skills' não foi feita com o apuramento que devia. É preciso atenção aos pavões". Falou ainda das questões ligadas à remuneração dos próprios órgãos.

Cecília Honório falou, ainda, do subfinanciamento da RTP "crónico" e voltou a falar dos custos que a RTP teve com consultorias e assessorias: um milhão de euros em estudos sobre a privatização da RTP, quase 700 mil euros em assessorias e 64 mil euros com assessoria de imprensa. "E para quê?", questionou Cecília Honório, que já tinha endereçado a mesma pergunta a Alberto da Ponte, que lhe respondeu contratar assessorias externas quando internamente não tem os meios para fazer essas funções.

E, tal como nas audições parlamentares, Cecília Honório voltou a falar do que diz ser o ataque aos trabalhadores, que "estão entre a espada e a parede: ou externalização dos serviços, ou despedimento coletivo, ou 'saídas amigáveis', que para os mais velhos podem ser piores do que

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Não é desnorte nem falta de dinheiro - o dinheiro aparece para o exclusivo mais caro de que há memória, ou para os estudos sobre a privatização da RTP - é querer deixar a RTP no osso, é desvalorizar os direitos constitucionalmente protegidos do serviço público de rádio e televisão.

Cecília Honório Deputada do Bloco de Esquerda

se fossem despedidos. O Plano de Saídas Voluntárias anunciado faz o milagre de reduzir o tempo de serviço: quem trabalhou 40 anos na RTP contabiliza 14 anos na folha de excel (caloteiros até nos despedimentos)".

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E critica-se o facto de a RTP assumir sozinha os custos com o Mundial de Futebol de 2014, no Brasil. "E se para o Mundial há dinheiro, já não há dinheiro para a ficção nacional ou para promover documentários".

Por isso, "não é desnorte nem falta de dinheiro - o dinheiro aparece para o exclusivo mais caro de que há memória, ou para os estudos sobre a privatização da RTP - é querer deixar a RTP no osso, é desvalorizar os direitos constitucionalmente protegidos do serviço público de rádio e televisão".

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Segundo a Lusa, a oposição acompanhou os receios do Bloco de Esquerda, enquanto o PSD e o CDS-PP criticou o Bloco por ter levado o assunto depois das audições parlamentares. "Perderam no debate na comissão, e hoje vêm fazer um número para a Comunicação Social, para tentar ganhar na secretaria", disse o social-democrata Sérgio Azevedo.

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