Dædalus: Passeio Público

03-07-2011
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(Todos os nomes)Sentimo-nos perdidos, desorientados. Não fugimos. Abdicamos. No dia das eleições europeias cedemos perante a indiferença (mole, ritual e estatística) que nos desafiou e venceu. De qualquer modo, o governo socialista recebeu um recado sério, perdendo as eleições para o Partido Social Democrata. O Bloco de Esquerda foi o outro grande vencedor da longa noite eleitoral. As próximas eleições, autárquicas e legislativas, serão decisivas: para os partidos e, sobretudo, para o país. As autárquicas em Coimbra prometem ser interessantes. Na realidade, já o são – agora que começam a movimentar definitivamente nomes, desistências e promessas. Os partidos da actual regência dos Paços do Concelho, PSD, CDS-PP e PPM, confiam uma vez mais o seu destino eleitoral ao ubíquo Carlos Encarnação. O presidente em exercício da Câmara Municipal joga as próximas eleições com vários trunfos na mão: é sobejamente conhecido pela população da cidade, sabe bem quais são os problemas do concelho, é indubitavelmente um homem perspicaz, e combate um PS em declínio devido à crise económica, o que fará os eleitores esquecerem o que de mal se tem feito na cidade. O PS luta contra si próprio. Henrique Fernandes*, “il preferito” socialista, o único com capacidade eleitoral para ganhar (agora) a Carlos Encarnação, parece pouco seguro em relação à sua putativa candidatura. Recusando vedetismos exacerbados, o Governador Civil de Coimbra comprova a sua sobriedade democrática mas arrisca com isso alguns votos.O BE, muito forte em Coimbra nas últimas eleições europeias, apresenta novamente como cabeça de lista a professora universitária Catarina Martins. Embora não tenha a exposição mediática de Marisa Matias, por exemplo, a candidata do Bloco sempre revelou uma capacidade de oposição e combate que, certamente, terá retorno por parte dos eleitores. O professor Francisco Queirós, o candidato da CDU, pretende definir uma nova política urbanística, e refrear o betão que se multiplica desgovernado. Sentir-se-á insatisfeito com o trabalho realizado por Jorge Gouveia Monteiro, actual vereador da Habitação?Enfim, uma novidade: a candidatura de um independente, Pina Prata. O ex-vice presidente de Carlos Encarnação acrescenta uma variável importante à equação eleitoral; candidatando-se contra os “poderes instalados” da cidade, Pina Prata irá naturalmente colher algum apoio entre os descontentes com o actual executivo camarário e com a oposição tradicional. (Ontem, 17/06, no Jornal de Notícias) *Entretanto, Henrique Fernandes anunciou a sua intenção de não se candidatar à CMC.Etiquetas: Coimbra, eleições, jornais

(Todos os nomes)Sentimo-nos perdidos, desorientados. Não fugimos. Abdicamos. No dia das eleições europeias cedemos perante a indiferença (mole, ritual e estatística) que nos desafiou e venceu. De qualquer modo, o governo socialista recebeu um recado sério, perdendo as eleições para o Partido Social Democrata. O Bloco de Esquerda foi o outro grande vencedor da longa noite eleitoral. As próximas eleições, autárquicas e legislativas, serão decisivas: para os partidos e, sobretudo, para o país. As autárquicas em Coimbra prometem ser interessantes. Na realidade, já o são – agora que começam a movimentar definitivamente nomes, desistências e promessas. Os partidos da actual regência dos Paços do Concelho, PSD, CDS-PP e PPM, confiam uma vez mais o seu destino eleitoral ao ubíquo Carlos Encarnação. O presidente em exercício da Câmara Municipal joga as próximas eleições com vários trunfos na mão: é sobejamente conhecido pela população da cidade, sabe bem quais são os problemas do concelho, é indubitavelmente um homem perspicaz, e combate um PS em declínio devido à crise económica, o que fará os eleitores esquecerem o que de mal se tem feito na cidade. O PS luta contra si próprio. Henrique Fernandes*, “il preferito” socialista, o único com capacidade eleitoral para ganhar (agora) a Carlos Encarnação, parece pouco seguro em relação à sua putativa candidatura. Recusando vedetismos exacerbados, o Governador Civil de Coimbra comprova a sua sobriedade democrática mas arrisca com isso alguns votos.O BE, muito forte em Coimbra nas últimas eleições europeias, apresenta novamente como cabeça de lista a professora universitária Catarina Martins. Embora não tenha a exposição mediática de Marisa Matias, por exemplo, a candidata do Bloco sempre revelou uma capacidade de oposição e combate que, certamente, terá retorno por parte dos eleitores. O professor Francisco Queirós, o candidato da CDU, pretende definir uma nova política urbanística, e refrear o betão que se multiplica desgovernado. Sentir-se-á insatisfeito com o trabalho realizado por Jorge Gouveia Monteiro, actual vereador da Habitação?Enfim, uma novidade: a candidatura de um independente, Pina Prata. O ex-vice presidente de Carlos Encarnação acrescenta uma variável importante à equação eleitoral; candidatando-se contra os “poderes instalados” da cidade, Pina Prata irá naturalmente colher algum apoio entre os descontentes com o actual executivo camarário e com a oposição tradicional. (Ontem, 17/06, no Jornal de Notícias) *Entretanto, Henrique Fernandes anunciou a sua intenção de não se candidatar à CMC.Etiquetas: Coimbra, eleições, jornais

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